Math abre os olhos lentamente e sente seu corpo pesado, ele consegue ver a carcaça e Pata-suja jogada no chão ainda sangrando, ele tenta se levantar, mas seu corpo dói muito, Al percebe e corre até ele.
- Ei! Tá tudo bem? Quer ajuda? - Al pergunta o pegando pelo braço.
- Va... valeu Al... - Math diz se sentando com dificuldade. - Eu não lembro de nada depois de atacar o Pata, o que ouve? -
Baransha está encostada na parede próxima a ele, ela respira ofegante enquanto tenta segurar a dor, seu braço está pendendo com o ossos para fora da carne estraçalhados, entre os poucos músculos que restam entre o cotovelo e o ombro a única coisa que liga eles é o tendão, Mone parece desesperado segurando um canivete.
- Anda logo toupeira! - Baransha diz entredentes.
- Mas eu já disse, eu não sou médico, eu sou só um cientista! - Mone diz apreensivo.
- Anda porra, eu não tenho força suficiente no braço pra isso! - Baransha grita.
Mone se assusta e se aproxima devagar dela, apontando a lâmina do canivete para o braço da hiena, Baransha desvia o olhar para o lado levando um galho grosso de madeira até a boca e o mordendo, Mone olha para a cara dela e engole a seco, ele coloca o canivete em cima do tendão exposto e pressiona, se não fosse a madeira provavelmente a hiena berraria de dor, com a mão tremendo ele força mais ainda a lâmina, mas nada acontece além de Baransha demonstrar mais dor, Mone começa a ofegar dando uns passos para trás e cai desacordado.
- Porra... fai te que xe voxe lontra... - Baransha diz com o galho na boca apontando o focinho para Al que olha para o canivete no chão e o agarra com as duas patas, ele vai até perto do braço dela e respira fundo, e coloca o canivete em cima o serrando rapidamente, Baransha morde o galho que se despedaça em sua boca enquanto ela grita abafado, e seu braço cai no chão, desconexo do corpo, Baransha relaxa o corpo e cospe os pedaços de madeira de sua boca.
- Que horror... - Al diz largando o canivete no chão.
- Certo, pega aquele galho pra mim. - Baransha aponta para um galho no chão e puxa um dos tecidos de sua cintura, ela agarra o galho e faz um torniquete no braço, enquanto tenta manter-se calma.
- A Chloe? Ela está bem? - Math diz apontando para Chloe caída num canto próxima a fogueira.
- A Chloe... Ela foi incrivel, ela se movia numa velocidade incrível, correu um monte em volta do Pata e no fim quando achei que ela seria comida, ela deu um tiro com a arma de choque na garganta dele, dai Baransha conseguiu se derrubar da pedra em cima e acabar com ele... - Al dizia animado.
- O Pata te machucou? - Math pergunta vendo o braço machucado de Al, o lontra olha para aquilo e desvia o olhar engolindo a seco, Math olha para a perna de Mone e vê buracos na mesma, em seguida olha para suas garras cobertas de sangue, com o exato cheiro do toupeira. - Espera... Eu fiz isso. - Math indaga assustado.
- Bem... Sim, mas você não teve culpa... -
- Al? Eu não tive culpa? Eu poderia ter matado vocês, olha seu braço! - Math diz apontando para ele.
- Não, não é tão grave assim, tá tudo bem Math, eu tô ótimo, você fez o que devia fazer, só queria proteger a gente! -
- Al... Eu te machuquei... Machuquei o Mone... - Math diz pendendo os braços para baixo.
- Não é hora de se lamentar, temos que... - A hiena diz se levantando e agarrando a faixa com a boca. - Arrar um édico- Baransha responde terminando de amarrar o torniquete.
- Temos que seguir até chegar na cidade mais proxima...- Al diz olhando o horizonte. - Não deve ficar longe... - Ele indaga correndo até Mone.
Al chacoalha o toupeira e ele acorda atordoado olhando em volta, ele olha para Baransha sem o braço e desvia o olhar, se levando e limpando suas roupas da poeira e areia. Al tenta acordar Chloe, mas ela nem responde, sua expressão de cansaço se demonstra até mesmo com ela desacordada.
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Oito patas sob o sol
Roman d'amourNum mundo no qual os animais evoluíram até se tornar sociedade, dois amigos se veem subitamente dentro de uma ditadura governamental que caça os animais considerados "inferiores", Math, um lobo, precisa ajudar seu melhor amigo Al'cyr, uma lontra, a...