Me desculpe

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"Eu posso resistir a qualquer coisa, exceto tentação"

-Oscar Wilde

Spencer Reid

O silêncio que tomou conta da cozinha foi torturante. Foi extremamente assustador. Nenhuma palavra foi dita pelo menos durante uns dois minutos. Elisa tinha os olhos fixos em mim e eu não era capaz de encará-la por mais do que míseros segundos.

- Me desculpa... - foi apenas o que eu consegui dizer. - Eu não tinha esse direito.

- Spencer, não. - Ela caminhou até mim, estava tão perto que eu podia sentir o calor do seu corpo. Era como se uma onda eletromagnética estivesse passando pelo meu corpo e invadindo cada um dos meus poros. E então ele venho. O beijo era calmo, sua língua invadiu minha boca, senti suas pequenas mãos pousarem sobre a minha nuca e as minhas coloquei sobre a sua cintura.Por um momento parecia que o mundo inteiro havia parado. Eramos só nós dois ali. Era diferente de qualquer outro beijo que eu já havia dado na vida, não que já tivesse dado muitos, mas ele era intenso e cheio de paixão. Eu podia ficar ali e a beijar para resto da minha vida. Eu jamais me cansaria dela. Quando finalmente sessamos o beijo e nossos corpos se desgrudaram abrindo uma pequena e quase que insexistende distância entre nós foi quando eu percebi o quão rápido meu coração batia e que com toda a certeza se fosse possível ele pularia do meu peito.

-Me desculpe! - Foi tudo que eu consegui dizer.

- "Me desculpe!" ? Sério?

- Isso não deveria ter acontecido.

- Tem certeza que realmente quer continuar tratando as coisas assim ? Depois de tudo que dissemos um para o outro? Depois disso ? - Ela se asfastou e gesticulou com o dedo indicador dando a entender que falava sobre o beijo.

- Não sei como reagir.Sinto muito - DROGA SPENCER! Por favor não estrague tudo, não desta vez.

- Eu te peço por favor, só dessa vez - Ela pousou suas mãos sobre o meu rosto. - Somente dessa vez, deixe o seu exemplar QI de lado e pense com o coração, deixe el falar por você - Ah, se ela soubesse.

- Isso é perigoso.

- Spencer, você caça serial killers, o que pode ser mais perigoso do que isso?

- Você, Elisa. Ou melhor, o que eu sinto por você. Quando estou fazendo o meu trabalho eu uso com excelencia cada ponto do meu QI, mas quando eu estou com você é como se eu não tivesse nenhum. - Você é uma icógnita para mim, Elisa .

- Então me descubra, Dr. Reid

- Eu não sei como fazer isso. - E inesperadamente ele venho. O outro beijo, mas esse era diferente, era apertado e foi mais curto do que o anterior. - Vamos fazer isso juntos então. - Eu assenti. Depositei um beijo no topo da sua cabeça e pude a ver sorrir para mim.

- Quer ver um filme ?

Elisa

Spencer me estendeu a mão caminhando em direção a sala. As borboletas do meu estmômago estavam agitadas. Me perdi completamente enquanto observava Spencer com o controle escolhendo um filme na TV, os cabelos ainda um pouco úmidos e desajeitados caiam sobre os olhos. Se ele tivesse me perguntado ao menos o nome do filme, eu não saberia dizer porque não prestei a miníma atenção em absolutamente nada a minha volta que não fosse ele. Quando o filme acabou eu debrucei minha cabeça sobre o seu ombro sentindo o perfume amadeirado invadir meu olfato.

E então conversamos a noite toda sobre o resto de nossas vidas. Onde estaremos quando tivermos 35? Continuo pensando que os tempos nunca mudarão. Continuo pensando que as coisas sempre serão as mesmas. Não saimos mais por que nós estamos em outro caminho. E continuo pensando naquela noite em julho. Eu não sei nada sobre amor, mas ele venho rápido, e havia eu e você.

Unidade de Análise Comportamental do FBI - Quântico.

Naquela manhã quando entrei na unidade da UAC foi diferente. Porque naquele dia eu sabi que não importava o quão ruim seriam as coisas que eu veria durante o meu dia, porque no final da tarde, Elisa estaria me esperando na sala de casa com toda a sua docura e bondade.

- Bom dia, garoto. - Morgan tinha nos lábios o seu habitual sorriso malicioso quando se sentou a minha frente na mesa.

- Bom dia. - Deixei de fitar os documentos a minha mesa para encará-lo. Nada é mais torturante do que um melhor amigo galanteador tentando te fazer não ser um completo fracasso com as mulheres.

- Conversou com a Elisa? - Assenti. - E como foi?

- A gente se beijou.- Disse baixo, quase imperceptúivel, esceto para ele.

- Vocês se beijaram?

- Shiu - Gesticulei com as mãos olhando em volta para me certificar de que não haviam olhos ou ouvidos curiosos.

- Desculpa, desculpa - ele riu.

-Por favor não quero que as pessoas saibam, não ainda.

- E como foi?

- Foi diferente.

- Diferente? - Franziu o senho.

- Não que eu já tenha dado muitos beijos na vida, mas foi extraordinário, não sei se seria capaz de descrever a sensação.

- Você está apaixonado garoto. E o que Elisa diz a respeito?

- "Estou apaixonada por você" - Repeti.

- Caramba garoto. Isso é incrível .

- Isso é assustador. - Ele deu de ombros.

- Sabe que não pode escoder isso do Hotch não é?

- Foi só um beijo.

- Quem se beijou?- Desviei os olhos e senti meu coração acelerar quando encarei Emily segurando o tablet atrás de mim.

- Droga. - Espraguejei.

- Espera, você beijou alguém, Reid? - O mesmo sorriso malicioso do Morgan se formou nos lábios da Emily.

- Por que parce tão espantoso que eu tenha beijado alguém? - Foi minha vez de franzir o senho.

- Não, eu não quis dizer isso Reid.

- Ele beijou a Elisa.

- Na verdade foi ela quem me beijou, ou nós, eu não sei.

- Bom, isso não importa. - Disse Morgan.

- Reid isso é incrível - Agora o sorriso de Emily era entusiasmado . - Finalmente, isso já não era sem tempo.

- Como assim? - Questionei.

-Spencer vocês dois erradiam química.

- O que eu faço agora?

- Agora vem a parte que eu mais gosto. - Morgan esfregou as duas mãos sorrindo de canto.

- Derek Morgan,não seja bobo. - Emily estapeou o obro direito dele.

- Não entendi.

- Olha, Reid, se você gosta mesmo dela, as coisas vão começar a caminhar agora, é normal.

- Está falando que eu deveria namorar ela?

- Bom, se você quer ter ela na sua vida, não deixe que meses se passem, não espere que uma situação te obrigue a deixá-la ir . - Embora não estivesse explicíto eu sabia que ele se referia a Maeve.

- Olha, Derek Morgan falando palavras bonitas. - Emily o encarou.

- Eu sei o que dizer, gata. - Nós rimos.

Acho que a maior parte do tempo em que mantive contato com Maeve foi baseado no medo de que nós dois fossemos descobertos, mas na verdade eu não queria machuca-la, mas também não queria admitir que eu tinha medo de não fazer as coisas certas, de não dar o passo. E detestando admitir isso, mas Morgan tinha razão, eu não poderia cometer o mesmo erro duas vezes. 

A minha meninaOnde histórias criam vida. Descubra agora