A minha menina

Essa garota é você

"Não é só por que amamos alguém que devemos nos prender a ela e ferra-la"

-Dean Winchester

Quântico-Virgínia

Autora

O coração de Spencer parou por um breve instante quando ouviu aquilo.

"NÓS VAMOS TER UM FILHO?"

O que ele diria? Seria a hora certa para contar a ela? Ele estava indeciso entre contar ou não, afinal as memórias e muitas informações podiam facilmente lhe fazer mal. Ele desviou os olhos de Lisa e encarou o chão.

-Não é bom falarmos disso agora, ainda é recente, não devemos forçar as suas memórias.

-Spencer, por favor.

-Lisa, não!

-Tudo bem, só me diz uma coisa, nós. ..Nós somos namorados? -Spencer a encarou.

-Sim, Nós somos! Mas isso não importa, você só precisa ficar bem!

...

No dia seguinte Spencer acordou assustado. Tivera o mesmo sonho da noite anterior, Maeve e Elisa o culpando pela morte de ambas. Ele andou até o quarto de Lisa e aliviou-se quando ouviu o barulho do chuveiro

Lisa acordou bem, ela não se lembrava de nada porém estar ali não a assustava ela estranhamente confiava em Spencer e se sentia bem naquela casa. Sabia do assassinato de seus pais, se lembrava do sequestro, da facada, e principalmente que era namorada de Spencer.

Ela saiu do banho e vestiu um langerie azul escuro e um vestido de alças finas preto e uma sapatilha da mesma cor. Amarrou os cabelos em um coque alto e bagunçado deixando alguns fios soltos. Colocou seus óculos de grau e abriu a bolsa que havia voltado com ela do hospital. A aliança estava lá. Gravado dentro o nome "Spencer".Lisa sorriu para o nada e pôs a aliança no dedo. "somos namorados, é aqui que ela tem que ficar" .

Spencer estava sentado na mesa lendo o jornal enquanto bebia de uma enorme xícara de café preto e muito açúcar. Lisa sentou-se ao lado dele.

-Bom dia!-disse ela

-Bom dia, se sente bem?

-Sim!

-Você está usando a aliança? - Spencer franziu o senho para a garota. -Por que?

-Por quê aqui é o lugar dela, mas eu quero falar de outra coisa! - Elisa tomou as mãos de Spencer para si.

-Pode falar.

-Spencer, eu lembro disso-- O mais velho franziu o cenho. - Eu estava mexendo nas minhas coisas e achei um teste de gravidez de farmácia. Spencer, fala para mim. Eu estou grávida?

-Lisa...

-Spencer não precisa mentir para mim, eu estou bem e só quero saber a verdade.

-Há quase um ano, eu fui trabalhar igual faço todos os dias, e a minha equipe foi chamada para resolver Um caso em Rockford-Illinois. De um assassino sem escrúpulos, quando chegamos havia uma garota de 17 anos, que acabara de perder os pais estava a beira da morte, sangrando depois de ser esfaqueada, então entre deixa-lá morrer e matar o assassino eu não pensei duas vezes antes de puxar o gatilho. Quando a ambulância a socorreu, ela pegou minha mão e susurrou um "Obrigada" antes de perder a consciência. Embora estivesse fraca e quase imperceptível aquela fora a primeira vez que houvi a voz dela. Naquele momento eu soube que deveria cuidar dela. Ela acordou dias depois no hospital e quis me ver! Ela pediu desesperadamente para que eu não deixasse ninguém a levar então assim eu fiz. A ajudei a recomeçar. Eu percebi o quanto ela era linda, o quanto eu amava o sorriso dela, a meneira como ela meche no cabelo. E jeito que ela fala. Ela adorava me provocar por que sabia que eu a queria. Depois de tanto tempo tentando entender o que eu sentia sem querer me render a isso e mesmo assim cedendo, eu a pedi em namoro na frente de todos os meus amigos, e foi o sim mais belo que eu já ouvi! E foi para ela que eu disse o primeiro "Eu te amo" da minha vida. Um tempo depois eu não resisti mais a ela, eu a desejava tanto e acabamos fazendo amor. Nos amamos a noite toda. E foi a melhor noite da minha vida. Ali eu percebi que ela era incrível. O jeito meigo que ela tinha e a maneira como esquecia a sua timidez quando queria me provocar. Ela era tudo. Em um dia, cheguei do trabalho e a vi com uma cara preocupada. Me afligiu. E então ela me deu a melhor notícia da minha vida. Ela disse que estava grávida. Eu me desesperei, pensei ter estragado a vida dela, porém ela me surpreendeu dizendo que me amava e que seriamos uma família. -Elisa deixou um lágrima escorrer... -eu a amei ainda mais naquele momento.

Na manhã seguinte eu fui para trabalho e recebi uma ligação do hospital dizendo que ela havia dado entrada há pouco mais de 15 minutos. Eu corri para lá, e ouvi a coisa mais triste que já ouvi em minha vida. Me matou de dentro para fora e me destruiu. O médico disse que ela havia sofrido um queda. E infelizmente o bebê não havia resistido. Eu queria não ter vivido para ouvir aquilo. E como se não bastasse ela perdeu todas as memórias recentes, todas as suas memórias sobre nós dois haviam se apagado, como se a nossa história nunca houvesse existido. Tão rápido quanto a felicidade chegou ela me foi tirada. Essa garota é você Elisa!

-Eu...eu perdi o nosso bebê? -Spencer só conseguiu assentir. O choro de Elisa era forte e desesperado.

-Me perdoe, a culpa foi toda minha

-Por favor, não se culpe por isso. - Foi o que a garota conseguiu dizer em meio as lágrimas.

-Eu sei que a culpa foi minha.

-Não foi, e vamos superar juntos, podemos tentar quantas vezes você quiser.

-Eu não quero mais tentar! Eu não nasci para conhecer a felicidade. E eu já me machuquei de mais. Ficar perto de mim só vai machucar você Elisa.

-Como assim? Do que você está falando?

-Alguém fez isso com você e a culpa foi minha eu a deixei sozinha-Spencer tirou a aliança do dedo e pôs sobre a mesa-ficar longe de mim é mais seguro para você. Tem uma vida inteira pela frente para viver, merece alguém melhor, algo melhor e uma vida melhor.

"Quando realmente amamos alguém, fazemos de tudo para mantê-la segura, nem que para isso seja necessário se afastar!"