O barulho dos pássaros gorjeando fizeram o subconsciente de Soraya despertá-la; seus olhos se abriram e uma ruga se formou em sua testa ao constatar que ela estava sozinha. Onde Simone estaria? Era, de fato, cedo demais ainda, mas o sol já esquentava sua pele mesmo através do vidros do caminhão.
A garota se espreguiçou e saiu do caminhão para escovar os dentes e assim que terminou guardou sua escova novamente. Bufou ao olhar em volta e não ver Simone. Será que ela estaria lá atrás com as meninas? Ela havia dito que elas não acordavam tão cedo.
— Procurando por mim? — A voz rouca fez Soraya dar um gritinho de susto, erguendo os olhos para seguir a direção da voz.
— O que faz aí em cima? — Ela perguntou ao ver que Simone estava em cima do caminhão.
— Contemplando a natureza.
— Como subiu aí? — A curiosidade de Soraya era algo sempre presente.
— Por quê? Quer vir também? — A loira assentiu e Simone riu. — Entrei pela janela do caminhão — ao ver Soraya franzir o cenho, riu novamente. — Entre no caminhão e feche a porta — a garota obedeceu.
— E agora?
— Agora passe pela janela e fique em pé escorada nela — a loira pareceu insegura, mas seguiu as instruções da voz. — Vem, eu te ajudo — a mais velha lhe ofereceu a mão e o toque cálido fez a garota esquecer o medo que estava de cair.
— Uau! — Soraya expressou encantada com a visão assim que chegou ao topo do caminhão, sem jamais se soltar do toque macio das mãos de Simone. — Isso é incrível — o sorriso de Simone foi genuíno e ela assentiu com a cabeça.
— Sempre subo aqui quando estamos em algum lugar bonito assim.
— Gosta de belas paisagens, hm? — Soraya perguntou sorrindo e se ajeitou sentada ao lado de Simone, fitando a bela vista com os joelhos dobrados, mas ainda não soltava da mão branca.
— Eu adoro — respondeu admirando o horizonte. A ruiva olhou de soslaio para ela e sorriu discretamente.
— Eu acho que eu também — a brisa suave da manhã esbarrava-lhes a pele trazendo sensação de conforto. — Posso te fazer uma pergunta?
— Claro.
— Por que é sempre tão séria? — Perguntou, virando sua cabeça para olhá-la. — Notei que você tem um lindo sorriso, deveria usá-lo mais vezes.
— Acho que esse é meu jeito — Simone respondeu dando de ombros.
— Sempre foi assim?
A morena riu fraco e negou com a cabeça.
— Não — respondeu em um longo suspiro. — Acho que em algum ponto da minha vida eu me fechei — Soraya entrelaçou seus dedos com os de Simone e lhe fitou em busca de aprovação. A mulher nada disse e por isso ela permaneceu assim.
— Precisa de mais diversão em sua vida — Soraya disse e Simone franziu o cenho.
— Mas eu me divirto — disse e a mais nova riu e assentiu.
— Ótimo saber disso. Está vendo aquele rio? — Perguntou apontando para algum lugar do outro lado da rua. — Poderíamos dar um mergulho, que tal?
— Não sei...
— Vamos lá... Você disse que se divertia. — e, diante daquele par de cílios piscando em um pedido silencioso para que aceitasse, Simone não conseguiu recusar.
— Tudo bem — disse bufando e a loira sorriu, soltando do toque da mão da mais velha para bater palminhas de entusiasmo.
Desceram do caminhão e atravessaram a rua correndo, tendo em vista que por ali não passavam tantos carros naquela hora.
Soraya desceu a pequena ribanceira e tocou seus pés na água fria, encolhendo o corpo um pouco.
— Mudou de ideia? — Simone perguntou rindo e Soraya se virou, franzindo os olhos e negando com a cabeça.
— De jeito nenhum — Soraya disse, apertando suas mãos na beira do vestido e o retirando de seu corpo.
— Hm, Soraya, o que está fazendo? — Perguntou, acompanhando a peça ser lançada num canto qualquer. Se arrependeu daquela pergunta quando Soraya se virou para ela. Seus seios livres fizeram Simone paralisar. A menor usava uma calcinha minúscula e sorria para a morena.
— Eu não pretendo molhar seu caminhão — ela explicou, retirando sua calcinha no momento seguinte e dando uma bela visão de seu traseiro para a morena.
A garota não parecia estar malhando no momento; parecia mais uma alma livre se divertindo.
— Vem, Sisa... — Ela gritou, se jogando na água e dando um mergulho. Marília olhou em volta e viu que ninguém lhes assistia.
— Certo. É só um mergulho — sussurrou para si mesma, retirando suas roupas e as colocando junto com a de Soraya.
Caminhou em direção às águas e viu Soraya voltando à superfície da água com um lindo sorriso nos lábios. Quando a mais nova viu que Simone estava nua, ela percorreu o olhar por aquelas voluptuosas curvas e suspirou.
— Bem, parece que você não é tão medrosa assim e entrou mesmo, huh? — Perguntou com um sorriso brincalhão em seus lábios.
— Eu disse que me divertia — Simone disse, satisfeita consigo mesma por ter entrado ali. Soraya riu baixinho e atirou água na garota, que franziu os olhos e se jogou na água. — Se prepare para morrer afogada — Soraya gargalhou e começou a nadar para longe de Simone, mas, ao parecer, os braços e pernas da morena eram mais compridos, a ajudando a chegar nela com facilidade.
— Desculpe, desculpe — Soraya pediu fechando os olhos e rindo. Simone gargalhou ao ver a expressão de Soraya e apenas deslizou o dedo indicador pelo vértice do nariz da menor.
— Quem é a medrosa agora, hm? — Simone perguntou rindo e enlaçou seus braços ao redor de Soraya assim que a garota tentou nadar para longe.
— Tudo bem, é que você me dá medo quando faz aquela cara de brava — Soraya revelou e suspirou quando sentiu seu seio roçar no de Simone.
Ela viu Simone empalidecer com o ato e então Soraya se remexeu sutilmente de propósito, causando o atrito dos bicos enrijecidos novamente. A loira mordeu seu lábio inferior e sentiu seu ventre se contrair, droga! Não eram nem nove horas da manhã e já estava excitada novamente.
— Que tal... — Os olhos de Simone desceram em direção às águas e enxergaram a figura distorcida de seus seios se tocando. — Uma corrida até a outra ponta? — Sugeriu, se afastando da menor. A menor suspirou e assentiu ainda levemente atarantada.
— Que vença a melhor! — E no três começaram a nadar.
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Estrada Da Vida - Adaptação
Fanfiction{CONCLUÍDA} Simone Nassar Tebet é uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais dua...