— Eu me sinto realmente grande daqui de cima — Soraya disse rindo. Estavam em um posto de gasolina de beira de estrada abastecendo. Janja, Gleisi e Samara não poderiam perder a oportunidade de irem comprar coisas para comer, já que havia uma pequena mercearia ali por perto. — Parece que estou em um lugar secreto e ninguém pode me ver daqui — falou, soltando a doce melodia que era sua risada.
— Soraya, estou falando sério — Simone chamou sua atenção e Soraya se aconchegou mais em seus braços, ela estava encostada sobre o peito da morena naquele momento.
— Um jantar?
— Sim — Simone assentiu. — Tem um restaurante nesta rodovia e hm, não é nada chique, mas o lugar é bonito.
— Eu não tenho roupas para ir a um jantar com você — Soraya disse, se afastando dos braços de Simone e se virando para ela.
— Sua unânime presença é tudo o que importa — Simone falou sorrindo. — Pode pegar algumas roupas minhas se quiser — Soraya sorriu e a loira enrubesceu. — Olha, eu sei que essa coisa que a gente tem é, hm, casual, mas eu realmente gostaria de te levar para jantar.
— Seus princípios são muito tradicionais, hm?
— Se não quiser eu, bem, eu vou entender. Não temos nada... — Ela disse esfregando uma mão na outra em sinal de nervosismo.
— Eu adoraria sair para jantar com você esta noite, Simone — Soraya falou e se inclinou, pincelando seus lábios nos de Simone.
— Jura? — Simone perguntou e Soraya assentiu, resvalando a mão pela pele macia das pernas da morena em uma carícia sem malícia.
— Claro que sim. Que mulher no mundo seria capaz de te dizer não? — Soraya perguntou retoricamente e voltou a tocar seus lábios nos de Simone.
— Não sei, mas fico feliz de você não ser uma delas — a maior respondeu contra a boca da menor, a levando para seu colo e aprofundando o beijo. —Sory...
— Hm...? — Murmurou contra a boca de Simone.
— Seu gato está lambendo a minha mão.
Os olhos de Soraya se desviaram para baixo do volante, onde Garfield estava, o animal lambia a pele da mão de Simone de olhos fechados, com a expressão de puro deleite.
— Hey... Só eu posso passar a minha língua nela, seu pervertido! — Soraya brincou, gargalhando alto ao ver o gato parar o que fazia e olhar para sua dona. — Bom garoto.
— Ele é lindo — Simone elogiou sorrindo e o gato voltou a lamber a pele da mão que repousava sobre o banco.
— Não acredito! Perdi minha garota para meu gato — Soraya disse fingindo incredulidade.
— O que posso fazer? Ele é adorável. Foi legal o nosso lance, mas o Garfield roubou o meu coração.
— Espero que ele te faça gozar gostoso igual eu fiz então — Soraya cruzou os braços.
— Ew, Sory. Imagina só transar com um gato, credo, sua nojenta! — Simone disse fazendo uma careta.
— Eu transei com uma ontem — Soraya sussurrou, envolvendo seus dois braços ao redor do pescoço de Simone. — Ela tinha olhos castanhos, era morena e tinha uma boca deliciosa.
— Ah, é? — Simone sorriu de canto e olhou para Garfield. — Sinto muito, colega, mas Soraya me ganhou — removeu a mão que o gato lambia e circundando os braços ao redor de Soraya.
— Eu gosto tanto de estar com você — Soraya confessou em um suspiro, encostando sua testa na de Simone. Seu sorriso vacilou ligeiramente ao pronunciar isso. — E eu nem tenho mais a droga de um telefone para manter contato com você quando chegarmos em San Diego.
— Bem, mas eu tenho. Eu posso anotar em uma folha de papel e, bem, se um dia você arranjar outro celular saberá onde me encontrar.
— Gostaria de voltar a me ver? — Soraya perguntou em expectativa, seus cílios baixaram na direção de seus corpos colados e logo se levantaram vagarosamente na direção de Simone.
— Eu gostaria de nunca deixar de te ver... — Simone confessou baixinho, limpando a garganta e prosseguindo. — Mas como isto não é uma opção, então sim, eu gostaria muito de voltar a te ver — o sorriso de Soraya foi dando forma ao seu rosto, fazendo a morena abrir um sorriso tão lindo que fez a menor suspirar.
— Tudo em você precisa mesmo ser tão sexy assim? — Soraya perguntou rindo. — Eu gosto desse teu jeito assim... — Ela começou, mordendo a pontinha de seu lábio inferior.
— Assim como? — Simone perguntou, arqueando uma sobrancelha.
— Caminhoneira — Soraya respondeu, gargalhando no momento seguinte.
— Não teve graça — Simone falou, colocando um lindo bico para enfeitar seus lábios.
— Eu estou falando sério — Soraya respondeu sorrindo. — Caminhoneiras, vaqueiras... Simplesmente me excitam.
— Oh, então se uma vaqueira aparecer por aqui ela irá encharcar a sua calcinha? — Simone perguntou franzindo os olhos.
— Se for você usando uma roupa ou um chapéu daqueles... — Soraya sussurrou, sorrindo diabolicamente antes de encostar seus lábios nos de Simone. — Com certeza.
— Você gosta de brincar com fogo, não é? — Simone perguntou, respirando fundo.
— Gosto de brincar com outra coisa — a mais nova disse, beijando a morena, dessa vez, mais fundo.
Sua língua deslizando para dentro da boca de Simone fez ela apertar mais Soraya contra seu corpo.
Simone sentiu as mãos de Soraya começarem a passear por suas pernas e abriu um olho, não separando o beijo, apenas para verificar se ninguém se aproximava, afinal a porta do lado do passageiro estava aberta, seu olho voltou a se fechar quando viu que não tinha ninguém ali e quando a mão da ruiva desceu até sua intimidade, por cima da roupa, ela ouviu uma alta tosse de Gleisi, o que fez a menor se afastar na mesma hora.
— Vamos para o caminhão, então, meninas! — Gleisi gritou alto demais e Soraya riu, sabendo que ela tinha visto e fingido que não, a tosse foi para avisá-las que estavam voltando.
— Elas estão muito estranhas hoje — Simone falou. — Gleisi nunca foi de gritar.
— Deve ser a empolgação de estar indo para San Diego — Soraya disfarçou, vendo Simone assentir e sorrir para ela. — Linda — sussurrou e mandou um beijinho no ar para ela, fazendo a garota suspirar bobamente.
— Chega para lá porque a comida chegou — Janja disse empolgada, empurrando Soraya e passando para a boléia.
— Hey, há espaço suficiente para todas, não precisa me empurrar — Soraya brincou, rindo.
— Não raciocino direito com fome, desculpe — Janja respondeu e Soraya riu, vendo todas entrarem no caminhão.
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MARATONA: 4/5
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Estrada Da Vida - Adaptação
Hayran Kurgu{CONCLUÍDA} Simone Nassar Tebet é uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais dua...