Capítulo 12

928 117 13
                                    


— Cor preferida? — Soraya perguntou à Simone enquanto levava uma long neck à sua boca.

+

— Hã, não sei, azul talvez — a garota respondeu.

A maior estava encostada no lado esquerdo da boléia, enquanto Soraya estava ao seu lado direito. Janja e Gleisi estavam aos amassos no banco da frente e Samara dormindo ao lado delas, com o gato em seu colo.

Haviam comido pizza e bebido por horas, ligaram a rádio no último volume e dançaram do lado de fora, as pobres almas embriagadas se divertiram como nunca, mas naquele momento, às três e cinquenta e dois da madrugada a energia já havia ido embora e sobrado apenas a embriaguez.

— Por que azul? — Soraya perguntou e Simone arqueou uma sobrancelha, capturando a pequena garrafa da mão da moça para então dar um grande gole.

— Não sei. Passo parte do meu tempo olhando para o azul do céu e o verde das árvores.

— Certo, sua vez — Soraya disse, vendo virar o Simone restante do líquido.

A loira deu um suspiro e se inclinou, passando por cima das pernas da mulher mais velha e pegando mais uma cerveja do isopor. Estavam em um jogo de perguntas e respostas para se conhecerem melhor e Janja achou isso muito chato, preferindo começar uma sessão de amassos com Gleisi.

O som estava baixo, mas ainda assim não se dava para ouvir o que as meninas falavam lá na frente e vice e versa.

— Fruta preferida? — Simone perguntou, mal piscando para apreciar as coxas da menor enquanto a garota voltava a se sentar direito.

— Banana — Soraya respondeu e soltou uma risada gostosa. — Irônico, não?

— Por quê? — A morena perguntou vendo a garota se virar de frente para ela e se aproximar sorrindo.

— Por que no sentido erótico é da outra fruta que eu gosto — murmurou com a voz rouca, encarando intensamente o olhar da mulher. — Abre para mim?

— Como? — Simone perguntou piscando em confusão, vendo Soraya morder o lábio inferior e rir em sinal de sua embriaguez.

— A garrafa — explicou, vendo a loira corar e suspirar assentindo.

1

— Oh, claro, a garrafa — ela disse respirando fundo e pegando a garrafa da mão da menor. Sentia o álcool percorrer suas veias deixando cada ação de Soraya duas vezes mais sexy e intensa.

— Obrigada — a menor agradeceu, pegando a garrafa assim que a mulher a abriu e dando um gole. — Hmmm, geladinha.

— Você não tem cara de que gosta de cerveja, eu nunca imaginaria —Simone disse sentindo sua fala levemente enrolada. Soraya riu de uma forma agradável para os ouvidos da maior antes de dizer algo.

— Ah, não? E do que eu tenho cara de gostar de tomar? — A sobrancelha erguendo-se sutilmente e o sorriso sacana nos lábios eram imaginação de Simone?

— Hm, não sei. Champagne — sugeriu sentindo-se nervosa sob o olhar intenso da garota.

— Bem, já lhe disse que de champagne eu não gosto. — relembrou. — Acho que é minha vez de perguntar.

— À vontade — Simone disse, pegando novamente a pequena garrafa da mão de Soraya e dando outro gole.

— Sentiu vontade de me criticar quando eu disse não crer em santos e na virgem? — A morena lhe fitou e sorriu.

— Você me criticou mentalmente quando eu disse que acreditava?

— Não. Cada um com sua fé.

— E não tentaria me fazer desacreditar?

Estrada Da Vida - AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora