Ratt chegou em casa um pouco cansado hoje, e não vê a hora de descansar. Anda distraído, seus pensamentos quase sempre estão em um rosto bonito de um homem que pertence a um mundo totalmente diferente do seu.
Esta tão distraído que o pai precisa lhe chamar duas vezes . Ratt entra no escritório do pai.
- Estou um pouco cansado. Podemos conversar amanhã?
- Não quero conversar muito -Red pega o celular.- Vou te dizer só uma vez meu filho, não existe quase nada que eu não saiba sobre vocês e seus irmãos. Poucos segredos conseguem esconder de mim.
- Do que se trata isso?
- De você, e do seu "Amigo"
- Amigo? Que amigo?Ratt parece confuso, ainda não entende do que se trata, seu pai continua.
- Você sabe bem que sempre segui você e seus irmãos por aí.
- Com certeza e é bem difícil despistar seus homens- Ratt acaba rindo para o pai.
- Estou seguindo quem cerca vocês também, e descobrimos que tem outras pessoas fazendo isso.Diante do olhar de interrogação de Ratt o pai disca o número de um subordinado e coloca no viva voz a ligação.
- Senhor?
- Repita o que acabou de me dizer?
- Só percebi que tinha outro carro seguindo aquele rapaz agora a pouco no começo da noite, não consegui impedir que pegassem ele. E me despistaram também, parecem ser profissionais. Pela última localização onde vimos eles, tenho quase certeza que foram para a área onde existem vários galpões abandonados, estamos fazendo uma busca, assim que tiver a informação eu te passo senhor.
- Pai que brincadeira é essa?
- Esse rapaz chamado Gus, é importante pra você?Ratt fica sem reação, as pernas perdem as forças e ele se apoia na mesa um pouco ao entender que Gus tinha sido sequestrado...
*****
Uma mão está com certeza quebrada, felizmente não é a que usa para desenhar. Não que isso fizesse diferença já que nunca mais teria a oportunidade de desenhar novamente.
O homem que tinha batido nele por vários minutos parece estar cansado agora, a brincadeira ia chegar ao fim. Uma mão está quebrada e os braços extremamente feridos por que tentou proteger o rosto o máximo que pôde então tem poucas marcas nessa área, mas o sangue que molha seu rosto e a dor que sente na cabeça provam que os ferimentos são mais graves do que pode imaginar. O corpo inteiro dói e agora está no chão. Ainda tem consciência depois da surra, mas sabe que vai perder os sentidos logo a tontura e as dores são muito fortes.
Estava morrendo por que mesmo? Um homem chamado Ratt? Pensou naquele homem mal, aquele homem de corpo bonito, de olhos bonitos. Não sentia raiva, nem arrependimento, mas precisava admitir seus sentimentos, ali a beira do que provavelmente seria seu fim, precisava ser sincero consigo mesmo, era só sexo? Só desejo? Ia morrer só por que tinha tesão naquele cara tatuado que tinha cara de mal? Não, isso não era toda a verdade, na real a única verdade é que havia sim se apaixonado. Se não fosse trágico seria engraçado, alguém de um mundo tão perverso e alguém de um mundo tão tranquilo se conhecendo e se envolvendo. E agora o fim. Já estava morto, morreu no dia em que conheceu Ratt, morreu depois daquele beijo no bar. Ratt não lhe tratou com carinho nenhuma vez, mesmo assim se apaixonou por ele, e agora um homem tão mal nunca saberia o quanto foi amado por alguém como Gus. Imaginou que provavelmente Ratt ficaria irritado, homens como ele não gostam de ser contrariados e que tirem suas coisas, seus brinquedos. E Gus sabia bem que não passava disso, um brinquedo.
Em casa na mesinha de centro na sala estavam os últimos desenhos que iria fazer na vida, fez pela manhã antes de ir trabalhar, eram do rosto de Ratt, não sombrio como sempre, era o rosto dele sorrindo, imagens deles se beijando, desenhos dos olhos de Ratt. Como alguem que só quer sexo com outro alguém perde tantas horas retratando com tanto carinho e cuidado o rosto dessa pessoa? Colocou amor em cada traço, fez com carinho cada linha, seus traços no desenho entregavam todos os sentimentos que tinha, agora não precisava mais negar pra si mesmo, era melhor morrer com essa certeza em seu coração e não deixar nehum assunto inacabado nessa terra...Naquela situação ruim, caido no chao frio, imaginando essas coisas sobre Ratt e se questionando se veio a esse mundo pra trabalhar pelo pai, para amar sua mãe, para ser sacrificado por Ratt, se era mesmo só isso e não havia mais nada. Mas não tinha arrependimentos, fez o que pode para viver bem, fez o que pode para ajudar as pessoas ao redor, fez o que pode pelas crianças. Queria ter tempo apenas de dizer a Ratt que gostava dele, que gostava não, que o amava, mesmo que levasse um soco de Ratt logo em seguida da sua confissão... Mas entendia tudo, e perdoava tudo, as atitudes de Ratt a intolerância do pai, aquele não era um momento pra guardar e levar qualquer mágoa em seu coração....
- Chega de brincar...-Pink entra no galpão, Blue está sentado na cadeira e acendeu um cigarro, está descansando, Gus caído no chão está bastante machucado.
- Pode acabar com isso...- Blue ainda está com o mesmo tom de irritação.- Não tem nem graça brincar com alguém que não fala nada e nem revida...Minha faca está no carro, sua arma estava junto no porta malas. Ou podíamos deixar ele aqui pra sangrar até morrer.
- Esta tarde e o chefe está esperando notícias, só vamos terminar logo esse serviço.
Pink sai do galpão pra ir buscar as coisas no carro, Blue olha mais uma vez o homem caído no chão.
- Não consegue implorar pela vida nem mesmo agora não é seu bastardo? Não me admira Ratt querer brincar com você... um belo brinquedo e bem orgulhoso. Espero que aquele demônio tenha pelo menos alguma reação, mesmo que pequena com o seu fim...
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The Love that Kills
ActionFIC DE NÚMERO 3 Um novo casal, mas ainda com visitas de bons e velhos personagens que amamos 😬 Red e Keyd são primos que perderam o contato a algum tempo. Ambos tem filhos. Gus, CEO de uma grande empresa e filho único de Keyd controla todos os ben...