37- Nosso esposo

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Trabalhar com Toon é pra dizer o mínimo desagradável, o homem surta muito e só faz coisas que dão dor de cabeça aos subordinados sempre.

Nick que tem apenas 26 anos está nessa vida já a 10 anos e não se arrepende, gostava muito de servir a máfia, gostava do código que existia entre eles, gostava da sensação de fazer parte daquela organização, mas desde que começou a trabalhar com Toon que não tem código nem princípios está realmente enfadado daquilo tudo, é uma irritação atrás de outra e agora precisa seguir civis e sequestra-los só por que o chefe não sabe gerir bem os seus negócios.

Logo após capturar Phat, Nick e mais dois subordinados o levam de volta para a ilha, vão pela estrada pra não levantar suspeitas, e o rapaz fica apagado o caminho todo. Mesmo assim Nick amarra os braços dele atrás das costas pra evitar surpresas. A viagem é demorada mas Phat não acorda nenhuma vez. Ele só abre os olhos quando estão chegando ao esconderijo uma casa de campo que está registrada no nome de um subordinado pra levantar suspeitas.

Nick coloca o rapaz pra dormir novamente e os homens o levam para o porão onde tem um quarto bem equipado com cama, geladeira e tudo que Phat precisa para uma estadia no mínimo confortável já que está sendo sequestrado e não existe nada de confortável nisso.

Essa casa geralmente é usada como esconderijo,  por isso é tão bem equipada, não fosse isso Nick ia apenas jogar Phat em um lugar frio e úmido por alguns dias, mas Phat tinha sorte, principalmente por que quem estava fazendo esse trabalho era Nick.

Alguém que não gosta de torturar pessoas, alguém que só queria focar em servir a " família " e agora estava ali, preso trabalhando com um lunático egocêntrico.

Nick desamarrou Phat e deixou ele deitado na cama. Apenas saiu e trancou a porta. Subiu pra se instalar no andar de cima. Pretendia ficar ali uns 3 dias e depois iria soltar o rapaz perto da estrada principal, pois essas eram suas ordens. Na sala estavam os dois homens que vieram com ele. Mas na casa já tinham outros. Ao todo eram 8 homens guardando o esconderijo...

*****

- Me solta Kan, me soltaaa.
- Gear por favor meu amor, pare, eu não vou te soltar.

Kan abraçava forte o seu amado, Gear em um acesso de raiva tinha quebrado metade da sala com o taco.

Kan chegou em casa primeiro, não achou Phat. Ligou para os possíveis locais onde ele poderia estar e nada. Já estava pronto para procurar ele na rua quando Gear chegou.

Mal começou a contar que não estava achando o baixinho em lugar nenhum, e Gear saiu totalmente fora de si...
Acalmar ele demorou bem mais que alguns minutos.

Gear imaginou tudo naquele momento, principalmente que isso podia ser obra de alguém que tivesse algo contra ele mesmo. Se sentiu culpado pelo desaparecimento do menor.

Tanto Kan e Gear sabiam que Phat saia principalmente para ver os amigos. Mas nunca chegaram em casa e ele não estava ou se não estivesse sempre tinha um bilhete ou uma mensagem no celular falando a hora que chegaria em casa. Mas hoje não tinha nada, absolutamente nada. E pra piorar o celular dele estava na cozinha, a governanta achou debaixo de uma pilha de panos de prato que Phat provavelmente estava usando pra  tentar limpar sua bagunça.

Assim que Kan sentiu que Gear começava a relaxar um pouco e pensar mais objetivamente, ele resolveu falar algo que o deixaria com certeza perturbado novamente.

- Eu sei onde ele está...
- O que?!

Gear olhou com um olhar indecifrável para Kan, que não sabia se seu amado ficaria bravo com o que ele tinha feito ou não.

- Desde que Sui sumiu eu resolvi fazer isso. Dei um colar a ela um tempo depois lembra? E dei também uma pulseira para Phat, ele não se separa dela por que dei a ele, você sabe, tudo que damos a ele, ele cuida muito bem. Acontece que coloquei um localizador no pingente do colar e também na pulseira. Sou paranoico com isso desde que Sui foi sequestrada. Desculpe não ter te contado antes, achei que nunca seria preciso usar esse recurso. Estava rezando pra não chegar nesse ponto. Também estou muito preocupado com nosso baixinho.

Gear respira profundamente e passa as mãos pelo cabelo. Está irritado, mas não é com Kan e sim com o desaparecimento da pessoa que eles dois mais amam. Os três tinham essa ligação, não ficavam bem se um estivesse mal.

- Conversamos sobre isso que você escondeu depois, agora vamos buscar nosso esposo...

O olhar suplicante dele fez Kan entender que aquilo era a prioridade não só hoje, mas sempre. Não importava os meios eles tinham que se proteger um ao outro em qualquer circunstâncias...

*****

Já faz três longos dias que estão seguindo Gus, os homens no carro são dois, seus apelidos sao Pink e Blue, altos e fortes, ambos com tatuagens idênticas no antebraço, a imagem é de uma cobra sendo engolida por um cão.

O significado é ruim, aquilo é um mal presságio, tatuaram igual por que são irmãos gêmeos e além de irmãos não são naturais da Tailândia, vieram a poucos anos do Japão onde estavam ligados a Yakusa com um trabalho específico, Tortura e confissão. Em resumo torturam quem se envolve com a organização ou comete traição, deixavam a pessoa viva o máximo de tempo possível até ela confessar seus pecados.

Desde que mudaram para servir uma poderosa família que detém o poder no leste eles foram designados para trabalhar sob as ordens de Toon. Mas estavam entediados nessa missão de vigilância, não são tão bons nisso. Mas sabiam que o chefe estava decidindo se machucaria ou não o tal de Gus. Tinham que esperar as ordens, e por fim as ordens vieram nesse fim de tarde.

O telefone de um dos gêmeos tocou. Ele atendeu imediatamente.
- Sim, chefe.

O chefe fala um palavrão do outro lado parecia muito bravo de verdade.

- Peguem o cara que estão seguindo, hoje é o último dia de vida dele, depois de terminar o serviço mandem os pedacinhos para Ratt entenderam? Mandem o brinquedo, daquele bastardo, totalmente em pedaços de volta pra ele.

O chefe desligou. Pink e Blue se entreolharam.

- Temos as ordens. Vamos ...

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