48- Uma mulher poderosa

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Quando uma família detém o poder por muito tempo não é difícil imaginar que levante inveja e rivalidade, o que consequentemente gera disputas que acabam fragmentando a família e dividindo o poder. Foi assim que surgiram as famílias que dominavam  o grande sistema mafioso dentro do país, eram 3 grandes famílias que acabaram surgindo da divisão. Com seus líderes sendo Red Patchanon, Wattana Morakot e Kulap Suttatip.

Os três nunca tiveram grandes desavenças entre eles, cada um levava  seus próprios negócios de forma tranquila em seus respectivos territórios. Mas quando as gerações começaram a mudar os problemas começaram a surgir, parecia que uma família só, queria ser a responsável por gerir todo o negócios e deter o poder sobre as demais famílias.

Tudo começou com a morte de Wattana, seus filhos ainda eram pequenos para gerir os negócios e quem tomou a frente foi sua mulher. Ninguém respeitou isso e a família foi se enfraquecendo um pouco. Quando Red cedeu o lugar para o filho Ratt e Kulap para o filho Bean o poder dessas duas famílias ficou muito mais evidente e a família Morakot pareceu muito mais fraca aos olhos de todos. Tanto que se isolaram no leste e restringiram suas atividades e seu território.

Vendo que Bean e Ratt viviam em conflito constante Manow Morakot viúva de Wattana preferia não se envolver ou negociar com os dois.
Ela era uma adolescente bem nova quando se casou e hoje ainda era jovem e bonita mesmo já sendo uma viúva e tendo filhos de 25 e 22 anos o rapaz Pawin e a moça Amarim.

Aos 40 anos ela aprendeu a gerir um negócio que aparentemente estava fadado ao fim em suas mãos. Uma mulher sendo a regente nunca seria respeitada se não tivesse um pulso firme. Foi assim que ela começo a se unir com famílias de fora do país, Manow entendia que com seu poder atual não conseguia competir com as famílias de Bean e Ratt. E para fortalecer seus negócios começou a se associar com gente muito poderosa de fora, foi assim que ela começou a crescer e a ficar muito grande. Desde que ficou evidente o tamanho e o poder de sua família principalmente internacionalmente foi quando finalmente ela passou a regência ao filho Pawin.

Agora eles eram relativamente iguais Bean, Ratt, Pawin e cada qual não se metia com o outro. Com raras exceções já que Bean e Ratt vez ou outra se estranhavam, o que era vantajoso para Pawin.
Assim que tomou a frente dos negócios ele teve uma visão diferente da mãe,  e queria vingança pela exclusão que sofreram no passado, mais que isso, queria domínio sobre todas as atividades no país. E pra isso vinha se planejando a bastante tempo, tinha muito mais homens que Bean e Ratt juntos, tinha muito mais poder de fogo, e tinha muito mais pessoas infiltradas tanto dentro das famílias Patchanon e Suttatip como nós negócios paralelos dessas famílias também. 

Tudo estava indo bem e sob controle até alguém sair da linha "Toon"
Desde o começo Pawin vinha percebendo o quanto Toon era precipitado, mas enquanto ele servia tirando o sossego de Ratt e provocando a ira do mesmo, estava tudo certo. Ruim seria se esse jogo virasse e as atitudes imprudentes de Toon viessem a lhe expor ou até mesmo causar baixas ou disputas desnecessárias. Pawin era alguém com uma visão parecida com a da mãe, que no silêncio cresceu além das famílias com líderes masculinos. De forma silenciosa Pawin vinha dominando as coisas e iria assim até tomar tudo, não fosse os deslizes e incompetência de Toon...

*****

- Me diga um motivo para não te matar?
- Eu sei que as coisas saíram um pouco de controle senhor.
- Um pouco?

Pawin aponta para a caixa que agora está fechada em um canto contendo as cabeças de Pink e Blue.

- Você sabe como esses homens eram bons no que faziam? O quão valiosos eram para os negócios? Quando é que a gente mexe com a esposa de outra pessoa poderosa assim?

- Eu realmente não sabia da relação afetiva do maldito do Ratt com o outro rapaz, achei que fosse um brinquedo, só quis tirar algo dele igual ele tirou de mim.
- Está na pré escola Toon? Você e Ratt estão brincando de que ? Me conta pra eu poder entender e não meter uma bala na sua testa.
- Senhor eu sei que não pensei direito...
- E existe um cérebro dentro dessa sua cabeça? Mandei limpar sua sujeira naquela ilha imunda e o que você faz? Mas sujeira? Nick, Pink, Blue e vários outros homens, você diz que quis tirar um brinquedo de Ratt, mas trata os meus homens como brinquedos?
Pegue a arma.

Tem uma arma na mesa em frente a Toon.

- Senhor, por favor eu...
- Pe-gue a ar-ma

Pawin infatiza cada sílaba, Toon está com as mãos trêmulas, tinha medo de Pawin desde que o conheceu pela primeira vez, ele não era como os homens das outras famílias nunca usava de violência, nunca entrava em brigas, raramente alterava a voz. Tinha seus códigos e princípios e quando queria alguém morto não existia muita conversa, mandava eliminar seus problemas e ponto. Toon sabia que tinha mais chances de sobreviver com Ratt,  Bean, e agora Klahan. Prova disso é que respira até hj mesmo depois de tudo que fez.

- Aponte a arma pra sua cabeça.
- Senhor, eu...
-...

O olhar de Pawin dizia tudo. Toon obedeceu e esperou nova ordem enquanto segurava a arma com o cano virado para a própria tempora.
Pawin se virou para um subordinado que estava de pé ao lado dele  de sua cadeira no escritório amplo.

- Relatório...
- A pessoa levada por Pink e Blue não corre mais risco se vida, mas tem movimento na casa de Bean, Klahan Ratt e Gear com outros dois homens. Todos culpam Toon pelo que ocorreu.
- Viu? Você é o grande vilão dessa história, se eu te mato posso continuar meus negócios e planos silenciosamente não acha? Entrego seu corpo para Ratt e tudo volta aos trilhos.

Toon fecha os olhos com força, percebe que foi um pouco longe de mais dessa vez...

- Aqui está a passagem.

Uma voz feminina trás Toon de volta a realidade, ele abre os olhos enquanto Amarim entra no escritório e coloca uma passagem de avião na sua frente.

- Você é como um pano vermelho e Ratt é como um touro. Enquanto tiver serventia pra mim vai continuar respirando, mas no momento quero que suma da minha vista e vá respirar bem longe desse país. No momento certo você volta.

Toon não pensa duas vezes, pega a passagem e larga a arma. Depois de agradecer algumas vezes sai apressadamente da sala.
Amarim senta onde antes Toon estava e olha para o semblante calmo do irmão.

- Por que não matou ele logo?
- É o que eu queria, mas mamãe me aconselhou a não fazer isso. Ela tem uma boa visão sobre as coisas, sabe que se tivermos problemas com Ratt o único jeito de pará-lo é dar a ele o que ele mais quer, e no momento o que ele mais quer é estraçalhar Toon.

Enfim os irmãos concordam. Preferem seguir os planos que já vem sendo desenvolvido a anos. O pavio curto de Ratt, Bean  e agora esse cara chamado Gear é o que vai derrubar eles. E a família Morakot nem vai ter tanto trabalho para logo assumir todo o poder. Isso tudo começou com uma mulher considerada pequena diante dos homens intolerantes que a humilharam quando ela teve que assumir o controle sozinha e sem experiência, hoje em dia sua mãe era uma mulher poderosa, e Pawin ia tomar os negócios em toda Tailândia pra honrar sua mãe e apagar toda humilhação.

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