92- Diplomacia

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Um mundo onde os homens reinam é um mundo difícil para as mulheres, a mulher não tem vez, não tem voz e muitas vezes são usadas de forma cruel por homens poderosos, na história da máfia muitas mulheres sempre foram isso, artigo de troca, de venda, abusadas, excluídas, caladas e sentenciadas ou a uma vida de sofrimento ou a morte.

Em uma família onde a mais poderosa das mulheres sempre foi neutra e silenciosa em alcançar o poder, ninguém iria esperar que outra mulher fosse a desequilibrada que botaria tudo a baixo e essa era Amarim.

Ela cresceu errado, não era o espelho da mãe em nada e era diferente do irmão em tudo. Ele era o garoto calmo que não sabia nem se defender na escola, não gostava de brigas, não procurava brigas, fugia delas, ele resolvia seus problemas de outra forma, dinheiro, poder.

Já Amarim usava os punhos, por vezes chegava em casa toda roxa dos pés a cabeça, os professores sempre tinham reclamações sobre o comportamento agressivo e violento da menina. Ela cresceu assim e nos últimos dias tinha colocado ideias erradas na mente do irmão que queria tomar o poder pra si de qualquer forma.

Foi de Amarim a ideia para incendiar os locais de Bean e Ratt, como também partiu dela o plano contra Mond. Pawin como um bom boneco que era no meio daquelas duas mulheres seguiu à diretriz da irmã e hoje pagava por isso. Amarim sabia, no fundo da consciência sabia que tinha manipulado o irmão várias vezes, ele era fácil de manipular, um cara de certa forma pacífico, ali naquela família as mulheres é que sempre foram as fortes, os homens eram o lado fraco.

Mas em toda história nenhuma mulher tinha tido tanto poder, e agora que uma mulher tinha levantado um império,  outra mulher ia derrubá-lo?

Amarim sentia culpa por tudo que estava acontecendo. Deveria ter se envolvido menos, deveria ter se irritado menos, deveria ter ajudado o irmão a tomar o poder como a mãe ensinou, silenciosamente.

Eles já tinham crescido extraordinariamente e agora isso, decisões erradas, violência usada de forma descontrolada, vinganças despertar de guerras. Tudo isso ia colocar o esforço de sua própria mãe abaixo.

Amarim estava com esses pensamentos e uma garrafa de uísque sentada no sofá do escritório de sua mãe. A mãe já tinha saído a muitos minutos e não deu notícias mais, a garrafa estava fechada ainda, mais Amarim já se sentia bêbada,  entorpecida, pelo próprio desespero.

Quando a porta se abriu ela nem olhou quem entrava, não conseguiu nem se mover, a pessoa que entrou caminhou até ela, sentou suavemente em seu colo, tirou a garrafa de sua mão...

- Está estressada? Quer brincar comigo para se distrair?

Amarim ri, Hat é sempre assim, mansa e provocante, linda e sensual de todas as formas possíveis, com mulheres com homens, não existe quem não goste dela, a própria Amarim gostava dela, o único obstáculo era que Hat era sua prima, a família se respeitava muito e não existia essas coisas entre eles, se existisse Manow com certeza mataria um por um com suas próprias mãos.

Em outras ocasiões Amarim ficaria um pouco tentada, ainda mais com a prima ali se oferecendo, mas hoje não, hoje ela estava destruída.

- Se não vai beber e não vai brincar, por que você não faz algo de útil dessa sua vida podre?

Amarim finalmente se volta para Hat, normalmente a prima só tem palavras doces para todos, ela é uma boneca loira, de corpo e rosto perfeitos.
Mas Hat não está ali para provocar uma discussão, na verdade não está ali para provocar a prima também, não hoje.

Hat faz um carinho no rosto da prima e beija sua testa, logo depois se levanta e entrega um celular que tira do  bolso, está aberto em um aplicativo de rastreamento.

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