Acertando os ponteiros

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A festa correu tranquila, ninguém era de beber em grandes quantidades, os menores na verdade não estavam bebendo, Mond permaneceu o tempo todo sentado, alguns garotos e adultos iam até ele, mas ele somente sorria e voltava atenção para o seu celular, Mond precisava ir embora daquele local ou o tédio acabaria o mantando e amanhã a tarde, alguém viria buscá-lo enfim.

Max dá a devida atenção a todos na festa, se divertiu como a muito tempo não fazia, Malee havia se transformado em uma peça de roupa sua, não o largava por um instante mesmo Max dizendo que não precisava e que ela poderia ir se divertir a garota negava.

- Até mais Max, sua festa foi incrível!

Os amigos todos foram embora, inclusive o tutor que parecia não ter aproveitado muito foi junto com os demais.

- Tchau amor - Malee da um beijo demorado em Max- te vejo amanhã na escola!

- Se cuida - Max se vira pro motorista - leve minha garota com segurança pra casa.

O motorista concorda com a cabeça e Malee sorri, ser chamada de "minha garota" estava sendo incrível.

Todos se recolhem aos seus aposentos, inclusive Mond que tinha indo se deitar com a ajuda de Kla.

*****

- Podemos conversar agora? - Ratt diz após Gus sair do banho

- Ratt eu estou cansado, preciso dormir, amanhã conversamos!

- Dormir? - Ratt se levanta da cadeira - você não está conseguindo dormir, os seus pesadelos voltaram, e mesmo assim você não quer conversar comigo!

Gus que ainda estava parado na porta do banheiro tem os olhos vazios e tristes, não quer brigar com Ratt, tinha tomado uma decisão mas temía que não fosse a correta.

- Vamos, diga algo! - Ratt se aproxima de Gus - você faz ideia de como o seu silêncio está me torturando?

-...

- Você me evitou o dia inteiro, eu me aproximava e você se retraía - Ratt passa as mãos nos cabelos - diga de uma vez que porra eu te fiz!

- Ratt, eu...

- Se eu te trato bem, demonstro meu amor, faço o máximo pra te ver feliz não estiver sendo o suficiente é só você me falar! - Ratt tem uma melodia de desespero na voz - me fala, diz o que eu devo fazer que eu...

- Chega Ratt!

Gus eleva um pouco a voz e passa por ele indo pro outro lado do quarto!

- Chega de que? - Ratt se vira e encara Gus - chega de te amar é isso?

- Sim Ratt, é exatamente isso! - Gus se assusta com as palavras que saíram de sua boca, mas resolve continuar - chega disso tudo, já sei que tem consideração por mim, gratidão ou seja lá o que for, mas chega! Você está exagerando Ratt, entende?

- Não! Eu definitivamente não entendo!

- Ratt, nos conhecemos a pouco tempo, eu já quase morri, você nunca nem se envolveu com homens, lembro da sua reação após o beijo - Gus levanta um dedo em direção ao namorado - você odiou, me ameaçou, aí depois de descobrir que gostava do bom sexo que fazemos juntos você de repente me ama? Ratt acorda, não somos crianças pra esse tipo de amor maluco!

Ratt não acredita em nenhuma palavra que vem de Gus, mas a tristeza que estava sentindo em não conseguir reagir a tudo aquilo estava o deixando maluco, em outra ocasião ele já tinha dado um bom soco em Gus pra ver se ele acordava, mas não, a sua frente estava alguem importante pra ele, e ele não iria desistir assim!

- O que o seu pai te prometeu? - Ratt muda de assunto - seu cargo? Dinheiro? Aceitação? Me fale, o que ele disse pra te fazer mudar de ideia?

- Ratt você não entende - Gus tenta a todo custo segurar as lágrimas - não é com você, é comigo! E se algo me acontece? Pior, se algo te acontece? O que eu vou fazer da minha vida? Como eu vou viver sem você? Como eu...

O que estava difícil se torna impossível, as lágrimas começam a escorrer do olhos de Gus e banham seu rosto, Ratt permanece imóvel.

- Então é isso? - Ratt diz sério- você não está disposto a lutar do meu lado! Você não está disposto a enfrentar o mundo por nós dois?

- Ratt...

- Gus, a minha intensidade talvez não combine com a sua calmaria - Ratt baixa a cabeça - talvez tudo que eu idealizei para nós não seja algo que você queira!

Gus limpa o rosto, ver aquele homem grande de cabeça baixa, o homem que ele tanto amava assim, derrotado, fez Gus repensar em tudo, decisões, família, tudo, será que valia mesmo colocar a sua felicidade em jogo por mais uma vez? Ele realmente não merecia ser feliz?

- Ratt...

- Eu estou disposto a tudo - Ratt levanta a cabeça e o brilho no rosto delata as lágrimas - nem que eu precise amarra-lo, eu não vou te deixar ir embora!

- Eu não disse que iria embora em nenhum momento!

- E todo esses discurso? Foi a troco de quê? Pra que? - Ratt encara o homem - você sabe que sou completamente louco por você, capaz de tudo pra te ver feliz, então o porque de tudo isso?

Gus não sabia se deveria contar do pai, tudo o que o pai lhe dissera acabou mechendo com a sua mente, Gus já não estava muito bem após o incidente, com o apoio de Ratt iniciou um tratamento para tentar melhorar as coisas em sua mente, ele precisava ser forte, não poderia deixar ninguém controlar mais a sua vida, e se ele fosse mesmo correr riscos, isso seria um problema somente dele!

- Amanhã eu vou ir falar com meu pai! - Gus diz com um tom decidido.

- Então...

- Então vou dizer a ele que a minha vida me pertence - Gus vai andando na direção de Ratt - que os riscos me pertencem, que você me pertence, e que ele não pode mais se meter entre a gente!

Ratt observa Gus se aproximar com tanta determinação que o faz sorrir

- Parece que alguém aqui resolveu lutar - Ratt estende a mão para namorado que está próximo

- Sim! - Gus segura na mão de Ratt - vou lutar pelo nosso amor!

As palavras de Gus foram o alivio que Ratt precisava ter, ele não suportou a distância durante a tarde, ele queria ficar grudado a Gus o dia inteiro, queria sentir seu cheiro, seu calor, seu gosto, ele queria Gus a todo custo!

Gus estava decidido a lutar por Ratt, porque ele também o amava, e ainda bem que ele pode perceber cedo que Ratt estava lutando sozinho, ele precisava lutar também e iria, aquele homem grande com cara de poucos amigos era definitivamente o maior e único risco que ele queria correr em sua vida.

As mãos estão dadas, eles se olham, o fogo nos olhos, a paixão era algo inegável, nenhum dava o primeiro passo, eles queriam se olhar, gravar o sorriso de ambos na mente, no coração, mas isso ainda parecia pouco, os corpos ansiavam por mais, precisavam de mais.

- Gus...

- Vamos...

- Agora...

- Sim...

- Você está bem quanto?...

- Me ame como da primera vez...

Ratt sorri, segura os dois braços de Gus e o empurra na direção da parede.

- Você se lembra da primeira vez? - Ratt passa a língua atrás da orelha do amado

- Acho que minha memória está falha- Gus sorri com malícia - me ajude a lembrar.

The Love that Kills Onde histórias criam vida. Descubra agora