The Love that Kills

63- Olimpo

Ser preparado desde sempre para ser um líder frio e cruel não era tarefa fácil, Kulap Suttatip as vezes queria desistir de treinar seu filho para essa tarefa tão importante já que o garoto era na verdade muito tranquilo e calmo, aos 14 anos quando já era pra estar nos negócios ele ainda não parecia preparado e era o primo mais velho Klahan quem estava a frente, mas o herdeiro de fato dos negócios era Bean.

Seu pai precisou testa-lo algumas vezes e sempre Bean se saia das situações de forma pacífica e continuava moderado. Kulap lembrava do filho mais velho de Patchanon, Ratt que era um adolescente nervoso revoltar e violento. Imaginava se Bean poderia se igualar a isso. Mas parecia que não.

Um dos testes que seu pai fez com ele deu muito errado, quando acabaram sofrendo uma emboscada de verdade, vários homens morreram e Bean ficou desaparecido por 3 dias. Quando o encontraram andando sozinho em uma clareira seguindo o rio para achar a casa mais próxima, descobriram que o garoto de apenas 14 anos tinha matado todos os 4 homens que o perseguiam por um bom tempo na mata fechada.

O menino parecia bem, sorrindo, tranquilo, pacífico como sempre enquanto suas mãos e roupas já estavam com sangue seco grudado, sangue de outras pessoas. Pessoas que o garoto nem sentia remorso em ter matado.

Nesse dia seu pai parou de testá-lo, parou de se incomodar, parou de imaginar o futuro, e deixou seu filho crescer e tomar conta de forma exemplar e excelente dos negócios.
Mas todo mundo tem um ponto fraco, um tendão de Aquiles ou se não uma fraqueza,  todo mundo tem um ponto de virada, e Bean com certeza não era nem melhor nem pior que qualquer outro ser humano.

Demorou, mas encontrou um motivo para mudar toda sua órbita. Ela era uma mulher, uma bem diferente, uma mulher trans lutando contra preconceitos, da sociedade e familiares. Quando se conheceram Kanya e Bean tiveram seus momentos de dificuldade, pra ele aceitá-la, para eles se aceitarem. E desde então Bean resolveu dar um tempo daquela carreira que seu pai levou tanto tempo para molda-lo e ensiná-lo a seguir.

Depois de pedir ao primo Klahan para cuidar de seus negócios e sua casa foi ficar no exterior onde Kanya terminou tanto seus estudos quanto a última fase da transição que era a cirurgia. Foi um período bem complicado para os dois.

Mesmo sendo o que ela queria e mesmo com todo acompanhamento psicológico que ela estava tendo e o apoio de Bean, ainda foram noites longas mal dormidas e cansativas para ambos. Passar por tudo aquilo com ela fortaleceu muito sua relação, os tornando mais íntimos intensos e apaixonados.

Estavam saindo do período difícil e começando a entrar no bom quando Bean recebeu uma ligação inesperada do pai. Era hora de voltar.

*****

- O que foi?

Kanya parou na entrada da casa, olhando tudo ao redor.

- Parece outra vida, outro mundo.
- Eu disse que podia ficar por lá meu amor enquanto eu resolvo os negócios da família.

Kanya se aconchegou dentro do abraço de seu namorado e beijou de forma carinhosa o seu rosto.

- Vamos cuidar disso juntos, você vai ter meu apoio. Como uma boa mulher de um mafioso vou estar bem aqui pra cuidar das suas feridas e aliviar sua tensão sempre que voltar pra casa depois de um confronto.

Ela desliza a mão pelo peito dele com um sorriso malicioso.

- Não foi suficiente a pequena travessura que fizemos no avião?

Ela sorri se lembrando de coisas que fizeram a algumas horas atrás, dentro de um avião a muitos e muitos pés de altura do chão.

- Nunca é suficiente.
- Sabe que você é a única mulher que consegue me cansar desse jeito não é? Você sabe como tirar minhas forças.