33. Supernova

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— Ah, porcaria… — reclamei com uma dor de cabeça devastadora — Quem me deu tequila de novo?!

Todo meu corpo estava dolorido como se tivesse levado uma surra de todos os amigos de...

Bonnie!

Abri os olhos. E tudo que vi foi um caos.

Elena, Damon, Stefan, Caroline, Rick, Matt e até Tyler agonizavam no chão da caverna. Não estavam gritando, não mais. Apenas pareciam estar em algum transe esquisito, se contorcendo e gemendo de vez em quando. Estremeci ao ver os olhos dourados e negros de todos eles. Aquilo era muito assustador, mas só conseguia me preocupar com uma pessoa...

Vasculhei a caverna em busca dela. E a vi caída no centro dela.

— Bonnie! — levantei do chão, correndo para ela.

A garota estava pálida como um fantasma. Eu nunca a tinha visto naquele estado.

— Ah, meu Deus… não, não, não… — sussurrei desesperado, tocando sua pele gelada — Bonnie? 

Vasculhei todo seu corpo, vendo ferimentos que iam desde um corte profundo na bochecha, no braço e na perna, até um ferimento no abdômen, que parecia ser o mais grave. Tirei sua mãozinha fria de cima do machucado, vendo uma quantidade inacreditável de sangue manchando minha camisa branca, formando uma pequena poça no chão. Arfei, horrorizado.

— Não, não… por favor Deus, não — implorei, sacudindo seus pequenos ombros de leve — Bonnie? Amor? Bonnie, por favor acorda. Eu estou aqui. É o Kai. Fala comigo, meu amor… Bonnie! Bom, por favor. Não faz isso comigo… — lágrimas de dor e desespero me tomando — Bonnie… — acariciei sua bochecha ferida.

Foi como se estivessem rasgando meu peito por dentro; como uma faca me perfurando intensamente. Eu não conseguia respirar.  Não conseguia assimilar mais nada. Comecei a rir e chorar ao mesmo tempo, cedendo à loucura. 

Então, esse foi o meu castigo? Ter Bonnie e provar ao máximo de seu amor e carinho, para que ela fosse tirada de mim assim? Eu ri mais ainda.

— Que irônia de merda — gargalhei alto, falando com ninguém em particular.

Doía tanto! Eu não queria sentir aquilo. Não queria me afogar na perda da pessoa que eu mais… Não. Eu não iria sentir. Os vampiros podiam desligar as emoções. Então porque eu também não?

Me abaixei, dando um beijo carinhoso nos lábios gélidos de Bonnie.

— Minha bruxinha linda… —sussurrei, dando mais um beijo nela. E me levantei, me afastando — CALEB! — urrei.

Parei, olhando para todos os lados da caverna. Eu já não me importava mais com ninguém. Que se danasse a todos. A única pessoa que me importava não estava mais aqui.

— Eu sei que está aí — murmurei, com um sorrisinho — Onde você está escondido, meu caro colega de corpo?

Girei mirando todos os cantos do lugar. E... Peraí.

Eu sorri, rindo da cena. 

— Não acredito…

A vadia da minha prima maluca havia desaparecido. E lembrava nitidamente de Caleb a prendendo nas correntes, mas seu lugar estava vazio.

— Sam? Onde você está, priminha?— cantarolei — Vem cá, para eu poder quebrar a porcaria do seu pescocinho.

Ouvi uma risadinha.

— Não devia ameaçar seus familiares — disse Sanvine.

E localizei o som de sua voz, vinda das sombras.

Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora