19. Sem ele

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— Droga, Bon… — ouvi Damon dizer. E senti suas mãos me tocando e me virando para cima. Me encolhi com uma dor horrível em meu abdômen. Mirei seus olhos azuis e ele estava preocupado.

— Você está com hemorragia interna — disse ele, avaliando.

Agarrei a manga de sua camisa.

— Ajuda… Ajuda o… Kai — falei, com dificuldade.

Eu sabia que não estava daquela maneira à toa. Essa ligação que tínhamos fazia com que eu sentisse o mesmo que ele. E apostava que todos os integrantes da Gemini estavam como nós dois.

Damon pareceu compreender, pois se levantou, indo até Kai.

Me virei e o vi mordendo o próprio pulso e o colocou nos lábios de Kai, deixando que seu sangue fluísse livremente para a boca dele. Os vampiros tinham esse dom; seu sangue era capaz de curar praticamente qualquer ferimento ou doença.

Passaram-se alguns segundos e minha dor desapareceu. Não conseguia mais sentir o gosto do sangue no fundo da minha garganta e agradeci aos céus por isso. Experimentei me sentar e consegui, sem sentir aquela pontada em meu abdômen.

Senti mãos quentes em meus braços. 

Me virei vendo Kai agachado ao meu lado, me olhando muito preocupado.

— Você está bem?— perguntou, me avaliando da cabeça aos pés em busca de qualquer ferimento.

— Eu estou ótima — respondi — E você como está?

O olhei de cima a baixo, procurando algum ferimento grave, mas até os pequenos cortes em seus braços, o hematoma em seu maxilar e o corte em seu lábio, haviam desaparecido totalmente.

Ele acariciou minha bochecha, parecendo aliviado.

— Eu pensei que fosse perder… — e não terminou a frase, apenas me abraçou e aquilo me deixou muito confortável. Não havia nada melhor do que o calor de seus braços à minha volta.

Tentei não pensar na estranheza da situação. Estar ali abraçada com Kai, meu maior inimigo. E agora um dos meus maiores aliados.

Suspirei de felicidade. Eu estava completa.

— Vocês podem deixar o rala e rola para mais tarde? — murmurou Damon e seu ferimento já havia cicatrizado — Temos um lobisomem desmaiado bem no meio da minha sala.

Kai revirou os olhos, se levantando e estendeu sua mão e me ajudou a levantar.  Ouvi um gemido baixo.

— Desgraçado, quebrou meu pescoço… — resmungou Caroline, ainda deitada no chão, esfregando a nuca. Fui até ela preocupada.

— Como você está, Care? — perguntei, me agachando ao seu lado.

Ele suspirou, se sentando e esfregando o pescoço.

— Tirando as minhas vértebras que ainda estão voltando para o lugar. Estou ótima.

A ajudei a se levantar.

— Onde estão Elena e Stefan? — perguntei, me dando conta da ausência dos dois.

— A última vez em que vi Stefan, ele estava arrastando Jeremy para fora da festa. E a Elena… — e virou a cabeça em todas as direções procurando nossa amiga — Está ali! — disse apontando, para um canto, onde havia um sofá vermelho escuro.

E entre as luzes piscantes a vi, caída no chão, perto do sofá. Fiquei preocupada, mas logo ela começou a se mexer.

— O Tyler quebrou o pescoço dela também — informou Caroline.

Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora