34. Em casa

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— AH!  — chorei, ao sentir Elena, arrancando a rocha pontiaguda da lateral de meu corpo — SUA...!

Ela agarrou meu braço direito, dando um puxão forte, colocando o osso quebrado no lugar certo. Gritei interrompendo a frase. Arfei, ainda caído de joelhos no chão frio.

— Eu preciso fazer isso para que o osso se cole corretamente — explicou, de má vontade.

Ri, amargurado e arfante.

— Você está se vingando, sua sádica — murmurei.

Pude ver um leve sorrisinho se formar em seus lábios.

— Não nego que isso não tenha sido divertido — respondeu.

Consegui revirar os olhos apesar da dor.

— Toma — disse ela, mordendo e estendendo o pulso pingando sangue.

Olhei para aquilo meio enojado.

— Por quê está fazendo isso? — questionei.

— Porque mesmo que você tenha feito muito mal para Bonnie, vejo que realmente gosta dela — disse prontamente — E estranhamente, ela retribui seu afeto. Só não quero que ela fique preocupada à toa com você quando acordar.

Apesar de nossas diferenças, eu tinha que admitir que Elena era uma boa amiga para Bonnie.

Assenti, pegando seu pulso com a mão boa e coloquei em meus lábios, sorvendo seu sangue, deixando que curasse meus machucados.  Afastei sua mão, sentindo-me muito melhor.  Superficialmente, eu parecia muito bem, todos os cortes e arranhões haviam sumido. Até os machucados mais graves, como as queimaduras em minhas costas, meu braço, inteiramente ralado e meu outro braço, quebrado, pareciam ótimos. 

Me levantei, me sentindo muito melhor. Olhei em volta da floresta, com suas árvores altas e espaçadas, com a neve ainda assentada no chão de terra. A caverna, onde estávamos a alguns minutos atrás, ficava bem abaixo da cidade de Mystic Falls. Savine e Trevor haviam dado um jeito de nos trazer de volta, já que o poder de influência de Caleb, estava focado aqui. Mas agora que haviam todos morrido, apenas restava o silêncio da floresta nevada, o leve amanhecer, meus amigos e Bonnie.

Tyler havia se oferecido para levá-la no colo quando estávamos na caverna, já que eu não podia fazê-lo com um braço quebrado. Na verdade, não gostei, pois queria estar perto de Bonnie. Eu já a havia perdido uma vez, não queria me separar dela de novo, mas não discuti.

— Obrigado, Elena — disse, me levantando e indo para perto do Masserati negro de Damon. 

O carro estava estacionado perto de um enorme abeto.  Damon terminava de estacioná-lo. E pude ver Tyler, parado perto do automóvel, com uma Bonnie desacordada em seus braços. 

Ele me encarou com os olhos negros.

— Melhor, cara? — perguntou, falando normalmente, com os traços de lobo totalmente desaparecidos.

Parei, olhando para a garota desmaiada em seus braços.

— Na verdade, não — suspirei.

Ele pareceu compreender minha tristeza. E estendeu Bonnie para mim. E sem relutar, a peguei no colo rapidamente, afundando meu rosto em seus cabelos cheirosos de jasmins.

— Ela vai ficar bem — disse ele, sério.

O que me fez levantar a cabeça e o encarar.

— Tyler? — perguntei com a garganta seca — O que houve com... Liv?

O lobo cruzou os braços sobre o peito, parecendo triste e cansado.

— Eu acordei dentro do carro após o acidente e percebi que vocês dois não estavam lá — explicou com pesar — E quanto à Liv… Ela estava desmaiada, teve uma concussão grave. Está internada em um hospital daquela cidade onde estávamos, já pedi para que a transferissem para cá. 

Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora