Eu já estava a três dias sem falar com Bonnie, salvo por uma vez que dei um bom dia a ela.
Não entendi muito bem o motivo de estar tão irado com ela. Apenas sabia que desde aquela noite no quarto dela, quando Bonnie falou daquele idiota descerebrado do Tyler Lockwood, não consegui olhar para ela sem pensar nele a tocando. E isso me deixava possuído por um ódio que nunca havia sentido antes.
Aliás, a ideia de qualquer outro cara tocando em Bonnie me deixava irado.
E meu segundo maior problema era dormir no quarto dela, pois era uma tortura muito cruel ficar tão perto e não poder tocá-la do jeito que eu queria.
Acho que meu subconsciente também sentia o mesmo, pois toda vez que eu acordava de manhã, meus braços estavam em volta da cintura dela, a segurando possessivamente. E seu cheiro de jasmim me dominava daquele modo enlouquecedor.
E isso quando ela não me acordava, xingando a mim de todos os nomes que conhecia por estar a agarrando de um modo totalmente inadequado.
Claro que na frente de Abby tentávamos parecer um pouco mais civilizados.
Abby.
Pensar nela me fazia sorrir, pois ela era a pessoa - ou vampira - mais legal que eu já tinha conhecido. E olha que não sou muito fã de pessoas ou vampiros. Ela tinha aquela mesma doçura e afetuosidade de Bonnie. Sendo a de Abby mais evidente, pois ela não era tão cabeça dura quanto a filha.
Ela era muito mais gentil comigo do que qualquer outra pessoa já foi em todas as minhas quatro décadas de vida.
E quando eu não estava conversando com minha sogra ou brigando com Bonnie, estava trabalhando no Grill ou lendo os grimórios que estavam na casa.
Eu não conseguia parar de pensar nas mortes daquelas garotas e com o ataque de Bonnie e Damon e, minha recente descoberta de que tinha alguém entrando nos meus pesadelos, só veio para somar mais em minha paranoia. Então, tentei descobrir o máximo possível sobre o que era aquela coisa que atacou Bonnie, porque tinham levado o sangue de Damon e o que eram aqueles símbolos estranhos entalhados nos corpos das garotas.
Sorte a minha que eu tinha um Q.I. elevado e minha memória era muito boa, então fiquei um bom tempo na frente do computador pesquisando que tipos de símbolos seriam aqueles, mas não encontrei nada que pudesse me ajudar.
Em uma das minhas pesquisas nos grimórios achei algo que chamou minha atenção.
Aproveitei que Abby tinha saído com Damon e Elena. E pela primeira vez em dias resolvi falar com Bonnie.
Andei pela casa e não a encontrei. Fui até a varanda da frente e ela não estava lá. Fui até a dos fundos - que, aliás, nunca tinha visitado.
A varanda era igual a outra, grande e branca, mas em vez de ter uma vista para a rua, dava no jardim dos fundos, que tinha poucas flores por causa da aproximação do inverno.
Bonnie estava sentada em um balanço de ferro grande e branco antigo. A bruxa estava envolta em uma coberta fina, olhando para o jardim, totalmente imersa em pensamentos. Ela era estonteantemente linda. Seus olhos verdes quase pareciam azuis com o brilho do céu nublado.
Fiquei parado, igual um idiota a observando.
- O que você quer? - perguntou ela de forma ríspida, ainda olhando para o jardim.
Eu sabia que ela estava brava por eu estar a ignorando durante esses dias.
- Por favor, Bonnie, sem brigas, tá? - murmurei, me aproximando dela.
- Claro, vamos nos ignorar - disse, repleta de sarcasmo. Ainda sem olhar para mim.
Me sentei ao lado dela, vendo-a se remexer incomodada.
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Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃO
FanfictionDepois de fugir do Mundo Prisão de 1994, Bonnie acha que pode ter uma vida normal ao lado de seus antigos amigos, se não fosse por Kai a fazendo se lembrar constantemente do inferno que passou no outro mundo. Sem falar na presença de toda a Convenç...