15. Eu? Apaixonado? Quem diria

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Eu estava tremendamente ferrado e sabia disso.

Tudo começou quando decidi ir comprar aquelas alianças em outra cidade. Nem sei direito, porque fiz aquilo.

Demorei o dia todo para chegar em casa e Bonnie mandou um monte de mensagens para que eu chegasse logo, pois a festa de noivado seria à noite. E como eu estava dirigindo seu carro — que peguei emprestado sem  que ela soubesse —,  tomei o cuidado de não ficar mexendo no celular enquanto dirigia. E quando cheguei e a vi parada na escada me olhando com aquela carinha irritada, que a deixava mais linda… Me senti tão bem. Não tinha me dado conta de que havia sentido tanta falta dela até vê-la. E isso era novo para um cara que estava acostumado a ficar só desde sempre.

E pode me chamar de convencido, mas pelo modo como ela me olhava eu podia jurar que ela também sentia o mesmo.

A bruxa subiu as escadas correndo, como se estivesse fugindo de mim. Suspirei, indo para o meu quarto me arrumar.

Tomei um banho e vesti um terno preto com uma camisa igualmente preta. Gostei. Ficava simples, mas ainda assim se destacava. E por Deus, eu nunca usaria uma gravata. Aquilo incomodava demais.

Saí do meu quarto, passando pelo corredor. A porta do quarto de Bonnie ainda estava fechada, sinal de que ela ainda estava se arrumando.

Mulheres!, pensei, revirando os olhos. 

Desci as escadas e fiquei na sala, esperando por ela. Alguns minutos depois a ouvi me chamando na escada. Fui até lá, observando-a descer as escadas. E pensei que fosse ter um treco ou coisa parecida.

Bonnie estava parada no meio dela, usando um vestido vermelho que descia por aquelas curvas estonteantes até seus pés, formando uma leve cauda. E o pior de tudo era aquele decote que mostrava seu colo. E eu falei da perna? Não? Meu Deus! Aquela abertura no vestido, que mostrava sua coxa direita, estava me deixando todo quente.

Minha respiração ficou completamente descontrolada, enquanto a vi descendo as escadas em minha direção. 

Essa é a Bonnie, mesmo?, pensei, praticamente desmaiando.

Ela estava intimidadoramente linda. Como uma deidade ou coisa parecida.

Pude vê-la me avaliando e sua respiração estava um pouco ofegante como a minha.

Quando ela parou de frente para mim, é claro, que olhei de novo para aquele corpo lindo outra vez. Ser casado com uma mulher linda oferecia certos privilégios com poder secar o corpo dela feito um idiota e não levar um tapa na cara por isso. Embora, com aquela ali, eu tivesse que ficar mais atento.

Eu não vou desmaiar!, pensei, tentando me controlar. De jeito nenhum!

A elogiei, vendo seu rosto enrubescer e desviar os olhos verdes e marcados, com delineador preto. Ela sorriu um pouco, tímida.

Não era possível que ela não tivesse noção de sua beleza perturbadora, não é? Ela era tão linda! Tão tentadora.

E então, se virou deixando que eu visse suas costas nuas, com aquela pele morena e suave, que me fez morder o lábio com força. Tentei não imaginar o que teria por baixo dele. Ou o quê não teria.

Droga. Minha calça estava ficando desconfortável.

Ela me pediu para que fechasse o zíper do vestido, pois não estava conseguindo. E meu coração martelou loucamente em meu peito. Ergui minhas mãos meio trêmulas, juntando os dois lados do tecido e puxei o zíper devagar, roçando o dedo — de propósito, admito — naquela pele suave e acetinada de Bonnie, observando enquanto ela ficava arrepiada.

Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora