36. Nós dois

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Para todos os leitores de Convergência Sombria, que estão sempre ao meu lado, mesmo que eu parta seus corações de vez em quando ♡

Eu estava deitada sobre uma superfície macia. Macia demais, chegava a ser incômodo. 

Ouvi o som ao longe como várias pedrinhas se chocando contra uma superfície dura. Tentei me mexer mas estava um pouco molenga demais, como se tivesse dormido muito tempo. Movi os dedos ao lado de meu corpo sentindo uma superfície macia e levemente áspera, como… lã?

Suspirei vagarosamente, um odor limpo e arejado entrou por minhas narinas. Tentei abrir meus olhos, mas a claridade era muito intensa, fazendo-os doeram demais. Me encolhi, tentando mais uma vez. A claridade veio outra vez, mas não desisti, forçando meu olhos a focarem o que estava à minha frente. E tudo o que vi, primeiramente, foi um grande borrão branco, até que meus olhos começaram a se ajustar à 

luz forte.

Virei a cabeça lentamente, vendo de onde vinha o som alto de pedrinhas. Era uma chuva que desabava do lado de fora, se chocando contra a janela. Suspirei, olhando em volta e vendo um extenso quarto branco. E experimentei me autoavaliar.

Estava deitada sobre uma maca com cobertores azuis de lã sobre mim. Haviam um monte de aparelhos grudados em meus braços e isso era um pouco incômodo. Reconheci o som de uma daqueles monitores cardíacos. Meu coração estava aparentemente bem.

— Caham! — fez alguém.

Meu coração acelerou, fazendo a máquina apitar alto. Eu não o tinha notado sentado ao meu lado.  Ele vestia roupas escuras, e seus olhos azuis me encaravam com divertimento e preocupação.

— Como está se sentindo, BonBon?— perguntou.

— Bem, Damon, eu acho — respondi com a voz rouca.

Me remexi na maca, conseguindo ficar meio sentada e deitada.

— O que está fazendo aqui? — questionei, estranhando aquilo — Onde está o Kai? O que aconteceu?

Ele se levantou, indo mexer em alguns botões dos monitores distraidamente.

— Hã... Eu acho que você não pode mexer aí — comentei, olhando para a forma que ele apertava os botões sem nem se importar com o que faziam. Damon revirou os olhos.

— Quer informações ou não? — questionou me encarando com os olhos azuis.

Suspirei em resignação. Às vezes, lidar com Damon era bem difícil.

Ele pareceu satisfeito e sorriu de canto.

— Bem, basicamente, você explodiu.

Olhou-o espantada.

— O quê?!

Minha respiração acelerou e a máquina apitou de novo. Ele saiu de perto do monitor, se ocupando em andar pelo quarto.

— Você explodiu, no sentido literal da palavra, como um bombinha no quatro de julho — explicou, caminhando pelo quarto — Foi uma onda de choque de puro poder. Não sei explicar essas coisas, porque não sou bruxo, mas sei que você conseguiu destruir toda a caverna em que estávamos, matar Caleb e causar um terremoto na cidade toda.

Olhei-o embasbacada.

Não podia acreditar naquilo. Damon era famoso por suas piadinhas, que nem sempre eram confiáveis. Mas ele parecia verdadeiro em sua explicação.

O vampiro continuou andando, indo até uma parede, que eu não tinha parado para reparar. O que era aquilo?!

Tinha um monte de vasos e buquês de flores, de todos os tipos, com ursinhos e corações de pelúcia. E particularmente, havia um urso marrom, tão grande que me dava medo. Ele era quase da altura de Damon.

Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora