Too Close | Simone & Soraya

Paris

"I will love you until the end of times
I would wait a million years
Promise you'll remember that you're mine
Baby, can you see through the tears?
Love you more than those bitches before
Say you'll remember (oh, baby)..."
- Blue Jeans - Lana Del Rey

Após nossa festa singela, que não se prolongou muito, nos despedimos dos convidados e amigos, já que iríamos viajar para Paris.
Simone esperou os filhos dormirem, ela era tão paciente com os pequenos. Fingimos escutar todas as recomendações de minha mãe, e partimos para o aeroporto, numa fuga juvenil, mas completamente satisfatória. Viajamos na classe econômica. Simone cortou meus planos pela raiz. Ela iria me pagar caro pela escolha.

Agradeci as aulas que tive de francês na infância. Mas devo ser clara, meu sotaque estava enferrujado. Simone desenrolava o francês com facilidade. Alugamos um carro, e seguimos diretamente para o hotel. Minha mãe planejou tudo, então não tivemos dificuldade, e nem perdemos o nosso tempo cadastrando-nos por quase uma hora na recepção.

- Finalmente... - eu disse, deitando na cama espaçosa.

O quarto era de uma luxuosidade desnecessária, com a decoração clássica e elegante, mas com leves toques de modernidade. Os castiçais de metal chamaram minha atenção. Móveis de madeiras nobres, e pinturas estavam encostados à parede. O quarto estava climatizado e insonorizado para o nosso total conforto.

- Vem... - Simone me puxou pelos braços. - Banho.

- Tebet... Por que não podemos nos deitar por um minuto? - ela não respondeu, e tirou meu pijama.

A aura do branco da sala de banho suavizava o ambiente. Os mármores exóticos de pérola, e nacarado proporcionavam elegância e sofisticação ao banheiro. O ambiente contava com a iluminação de fibra ótica sob a banheira e pontos de led no vidro, que projetava imagens do LCD. As luzes dialogavam com as cores das paredes. Nunca estive em um banheiro tão branco. Era lindo! Simone deu uma risadinha, e apertou os botões da banheira no controle remoto. Suas luzes foram acesas enquanto o nível da água subia.

- Você ainda pretende deitar? - os olhos de Simone passearam pelo meu corpo, eu sabia muito bem o que ela queria.

- Sim. - entrei na banheira. - Aqui, de preferência.

- Nada mal, Thronicke-Tebet. - Simone me olhou, avaliativa demais. Saiu por uns minutos, e quando voltou, trouxe companhia.

- Você está tentando me embebedar? - Aceitei a taça de vinho tinto.

- Eu quero você sóbria. - foi direta, e curta. Ela estava séria demais. Eu ia virar o segundo gole de vinho, mas Simone tomou a bebida de minhas mãos. Frustrada, bati a mão na água, espirrando-a por toda parte. - Tebet-Thronicke... Isso foi mal educado. - Abrindo uma vaga para um sorriso, ela beijou minha testa.

- Aguente!

- Querida, você está cheia dos mistérios. - Olhei minha aliança, era tão linda. Beijei-a. - Vem cá, Simone. - chamei-a.

Ela negou, e sentou-se no mármore, degustando o vinho.

- Faz parte de seu suspense?

- Não estou fazendo suspense. Gosto de vê-la dentro da banheira.

Recusei-me a sorrir, embora essa fosse a vontade.

- Tire uma foto. - Simone riu. - Por favor, Simone... Venha. - implorei, dengosamente.

Com cuidado, desceu de cima do mármore.

- Eu amo você. - ela caminhava até os degraus da banheira, como uma felina. - Eu te amo. Amo muito.