Para sempre em meu viver

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(capítulo adaptado)

"Ooh, ooh, ooh, ooh
Hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror, my sword and shield
My missionaries in a foreign field."
- Viva La Vida - Coldplay

Quatro anos depois.

- AAAAI! - Amy gritou, andando de um lado para o outro. Janja me cutucou. Estávamos deitadas na grande cama de Amy, ao lado de Gleisi e Simone. - Isso dói.

- Tome um remédio. - arrisquei.

- Outro, Soraya? Acabei de tomar a merda de um remédio. - respondeu, rabugenta. - Eu tenho treze anos, e estou menstruando pela primeira vez.

- Meu Deus, ela consegue ser pior que Soraya na TPM.

Olhei Simone e a belisquei. Eu era calma nesse período. Ou não? Bem! Eu não sei, vamos voltar ao drama de Amy.

- Muitas meninas menstruam aos dez anos. Você venceu mais três anos, e bem, sua vez chegou. Você é uma mulher agora.

- Tia Gleisi! Isso é horrível. Sinto-me inchada, mal posso sentar que sinto algo quente entre as minhas pernas, e essa coisa quente, é sangue. - A essa altura, ela já liberava lágrimas. - Sangue.

- Mamãe está feliz por você.

Amy me olhou. Fugi dela, abraçando meu porto seguro: Simone.

- Mamãe me deixa falar "merda.'' , e eu posso ir para o ballet sozinha. - limpou o rosto, sentando na cama. Nós a abraçamos de uma só vez. - Ela disse que estava feliz por eu ter virado uma "mulher'' na frente do garoto que eu gosto. - Amy nos empurrou, educadamente. Seus olhos estavam brilhando de tristeza. Ela era tão bonita. Os cabelos pretinhos passavam da cintura, sua postura era de bailarina, seu corpo, era o mais perfeito que meus olhos já enxergaram em adolescentes de sua idade. Simone brincava que Stefan tinha um amor platônico por ela. O pobrezinho corava, e negava. - Qual garoto ficaria feliz em saber que a menina que supostamente está gostando dele, no momento está sangrando entre as pernas? Mamãe me deixou decepcionada.

- Ilda não fez por mal, Amy. Ela agiu mal, mas tenho certeza de que não foi essa a intenção dela. - Simone a tranquilizou. - Os garotos sabem que nós - nos olhou, e voltou a olhá-la. - meninas, menstruamos. E isso não os impende de nos amar, ou gostar de quem somos. Não seja boba.

- Por que me sinto tão irritada? Deus! Eu queria ter idade para poder fumar.

- Você não fumará. - foi minha vez de ditar as regras ali. - Se eu souber que você andou pegando um cigarro entre esses dedinhos lindos, você estará encrencada mocinha.

- Foi só uma teoria.

- Não use mais teorias assim, Soraya ficará no seu pé durante um longo tempo. - Janja ajudou Gleisi a levantar. Ela fez uma careta de quem sentia dores nas costas.

- Mamãe! - Selyna entrou correndo no quarto, atrás de si vinha Celeste. Seu vestido vermelho estava torto. E o laço de sua franjinha já não existia mais. Ela era tão idêntica a Simone. Os cabelos na altura dos ombros, as bochechas vermelhas de tanto correr, a deixava tão irresistível. Ajudei-a subir na cama. - Vovó está chamando.

- O que aconteceu com você, hein Sely? - Simone a olhou, ajeitando os cabelos dela no lugar.

- Eu estava brincando no esconderijo!

- Soraya, elas duas entraram em meu estúdio de novo. - Amy choramingou.

- Não é verdade. - Celeste franziu a testa, por detrás de sua franjinha loira. - Vovô disse que nós podíamos brincar lá!

Too Close | Simone & SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora