Doce mistério

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Ao desembarcar em Washington, para a minha surpresa encontrei Felipe ao meu aguardo

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Ao desembarcar em Washington, para a minha surpresa encontrei Felipe ao meu aguardo. A princípio não foi tão ruim, pois eu estava uma pilha de nervos, a começar pela maldita turbulência que o avião sofreu. Apenas nos cumprimentamos como duas pessoas distintas, desfrutando da boa educação. Agradeci aos deuses por eu não precisar dirigir. Seguimos para a Virgínia, esquecendo todo o plano anterior. O som da radio local, me deixou mais desconfortável. Desliguei, e encarei as ruas.

- Nervosa? - Felipe perguntou.

- Porra! - relaxei contra o banco, aquela pergunta era o que faltava para eu demonstrar toda a minha ansiedade. - Demais! - olhei-o. - Você...

- Não, agente! - sorriu, girando o volante.

- Eu já não estou aqui? Adianta de uma vez.

- Nós não podemos iniciar essa conversa sem as pessoas ideais. - concordei, vagamente, ligando meu celular. - Fez uma boa viagem?

- Não, sinceramente.

- Sinto muito!

Eu suspirei em resposta. Estava com saudade de Simone. Eu queria saber tudo sobre ela, aquela falta de informações estava literalmente acabando comigo.

Após 45 minutos, chegamos a um hotel. Era tão sofisticado! Havia pelo menos duas fontes com duas bandeiras dos EUA na entrada. Os funcionários eram a simpatia em pessoa. Simpatia demais me deixava desconfiada. Entramos no elevador com dois homens. Eles usavam paletós escuros. Encolhi-me dentre eles. Felipe apertou meus ombros, achando engraçado o meu estado. Eu odiava ser pequena demais. Pessoas com pelo menos dois metros de altura me intimidavam.
O elevador parou no quinto andar. Nós quatro saímos, estranhei o fato de os dois homens estarem nos seguindo. Ao pararmos diante da porta de número 56, Felipe passou um cartão, e a porta se abriu.

Avistei os cachos de Janja, e a fumacinha de seu cigarro insuportável se misturando aos seus fios. Ela quando me viu, correu até mim, abraçando-me.

- Finalmente!

- Pare de fumar, e comece a me contar tudo. Estou a ponto de enlouquecer. - gentilmente, afastei-a, atrapalhando meus cabelos.

- Certo. - ela deu mais uma tragada, e esmagou o cigarro em um cinzeiro. Os demais se sentaram a mesa redonda, atrás do sofá de pele de carneiro. - Você precisa entregar o seu celular ao Luke.

- A quem? - perguntei, sem entender.

- Luke.. - Janja apontou para trás, eu então pude notar a mão do homem estendida. - Ele quebrará seu celular, está grampeado, So.

- Ei, eu tenho uma coleção de livros aqui... - Protestei, escondendo o celular no bolso.

- Ele poderá cuidar disso pra você. - respondeu, impaciente. - Adiante logo, você não quer saber o que sua morena gostosa esconde? - imediatamente, coloquei meu telefone nas mãos do homem grandalhão.

Too Close | Simone & SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora