"You reflect in this heart of mine
If you ever feel alone and
The glare makes me hard to find
Just know that I'm always
Parallel on the other side."- Mirrors - Justin Timberlake
- Simone. - Chamei-a. O quarto estava escuro, mas eu podia enxerga-la. Ela era tão branca, vagava como um fantasma. - Estou vendo você aí. Coloque-a no berço.
Ela sorriu.
- Eu não consigo ficar longe dela, Soraya. Deixe a garota dormir com nós duas.
Acendi a luz do abajur.
- Ela tem o quarto dela. - impliquei.
Sely parecia um pacotinho entre os braços de Simone. Os cabelinhos arrepiados para cima, a boca entreaberta esmagando a bochecha direita, deixava-a irresistível. Ela parecia um sapinho. Simone a apertava no peito, resistindo à ideia de coloca-la em seu berço. Seus olhos estavam pidões. Ela me olhava com a ideia de que eu também não resistiria.
- Ok! - por fim, eu disse.
Simone a deitou no meio, e aproveitou para beijar minha testa. Rolei os olhos.
- Eu te amo. Muito.
- Eu sei, Simone. - rebati, sorrindo satisfeita. - Amanhã Sely dormirá no quarto dela. - seus olhos ficaram tristes. Ora essa!
- A não ser que... Você encare numa boa o fato de não fazermos sexo.
No mesmo instante, Simone levantou da cama, seus braços iam de encontro ao bebê.
Impedi.
- Agora é tarde demais. Não quero deixa-la sozinha.
- A função dessa garota é empatar foda? - replicou, deitando-se.
Reprimi um sorriso.
- Você não pensou assim quando a trouxe.
Simone estava emburrada, encarando a criança como se ela fosse a maior vilã dos últimos tempos.
- Ela é maravilhosa. - ergui um bracinho dela ao alto, cutucando Simone. - Você não a acha maravilhosa?
Ela olhou o teto.
- Sely, você passou a ser a vilã. Sua mãe te renega. - Simone bufou uma risada, e levantou.
- Irei preparar um sanduíche. - explicou já da porta.
- Manteiga de amendoim e geleia, por favor. - pedi alto.
Como uma minhoca, Selyna começou a mexer o corpo. Pernas encolhiam, os braços balançavam como se ela estivesse em um show de metal. E aí vamos nós!
Simone demorou desnecessariamente na cozinha. Eu dava leves tapinhas nas costas de Selyna, quando a vi entrar com um sanduíche em um prato. Ela estava descalça, com o robe aberto. Sem dar-me conta comecei a bater com um pouco de força nas costas da pobre menina. Ela resmungou, chiando a linguagem de bebês.
- Nós transamos em um estábulo? - foi sua pergunta curiosa, depois de me passar o sanduíche e deitar a baby na cama. Ela não gostou daquilo.
- Sim. - com naturalidade, mordi o meu lanche. Estava maravilhoso, assim como o rubor no rosto de Simone. - E em cima de um cavalo.
- Soraya?
- Simone...?
Ela não pode acreditar. Envergonhada, enfiou o dedo na boca de Sely. Ela o chupava, fechando os olhinhos.
- Bolsonaro... Está morto? - perguntou ela, buscando honestidade.
Suspirei, deixando de lado meu sanduíche.
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Too Close | Simone & Soraya
Misteri / ThrillerSoraya Thronicke é uma detetive do FBI. Sua vida se baseia em seu trabalho que, acaba usufruindo grande parte de seu tempo. Ela não era uma pessoa paciente, e não procurava ser. Era considerada uma mulher de fibra e marcada por seu forte temperament...