Capítulo 2

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Sukuna   

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Sukuna   

    
Dois anos depois    

Que inferno? Que barulho era aquele? Abri os olhos à medida que o sono se esvaía lentamente do meu cérebro e eu tentava entender o que havia me acordado.

Um aspirador de pó? E... alguém cantando? O que era aquilo? Esfreguei os olhos e resmunguei, frustrado, enquanto o barulho ficava mais alto. Agora eu tinha certeza de que era um aspirador de pó. E parecia uma versão muito ruim de "Gunpowder & Lead, de Miranda Lambert.

A tela do celular me informou que eram só oito da manhã. Eu havia dormido duas horas. Depois de trinta horas sem dormir, estava sendo acordado por alguém cantando muito mal e por um maldito aspirador de pó? Quando a pessoa cantou os primeiros dois versos do refrão, eu me encolhi.

Ele estava cantando mais alto. E era muito desafinado. Ele estava assassinando uma bela canção. Será que o garoto não sabia que não se entra na casa das pessoas às oito horas da manhã cantando a plenos pulmões?

Eu nunca ia conseguir voltar a dormir com aquela barulhada.

Nana deve ter contratado alguém para limpar a porcaria da casa.

Mas também, conhecendo Nana, ela devia estar furiosa com a minha presença e por não haver nada que pudesse fazer a respeito. Ela provavelmente pagou o garoto para se esgoelar bem na porta do meu quarto. Nana não era dona da casa, que era propriedade do nosso pai, Toji. Ele disse que, enquanto Nana estivesse em Paris, eu poderia ficar na casa e passar um tempo com nosso irmão, Megumi, que vivia no Japão com o marido, Gojo,  e a bebê deles.

Essa devia ser a vingança daquela megera por eu estar dormindo na casa dela.

Agora o garoto repetia sem parar o refrão, o mais alto que conseguia. Por Deus, aquilo era um pesadelo. Ele tinha que calar a boca. Eu precisava dormir um pouco antes de ir visitar Megumi e a família. Meu irmão estava todo feliz por eu ter vindo do Texas até aqui. Mas esse louco estava conseguindo acabar com meu sono.

Joguei as cobertas para o lado, me levantei e segui para porta antes de me dar conta de que estava nu. Minha cabeça latejava por eu ter dormido tão pouco e fui ficando mais irritado enquanto procurava ao redor do quarto o maldito jeans que tirara ao chegar. Minha visão estava embaçada, e as cortinas escuras, fechadas. Que se dane! Estendi a mão para o lençol, enrolei-o na cintura e fui até a porta.

Abri a porta no instante em que ele começava a cantar o primeiro verso de outra música. Droga. Outra música, não! Desta vez, ele estava assassinando "Cruise", de Florida Georgia Line.

Pisquei e esfreguei os olhos por causa da luz, com a visão ainda embaçada. Droga, será que o garoto ainda não tinha me visto ali parado?

Depois de alguns segundos, finalmente consegui entreabrir os olhos e ver uma bundinha redonda balançando enquanto o garoto se abaixava, ele estava usando um calção mas acho que o fez de short.

Meus olhos lentamente se arregalaram quando focaram as pernas mais longas que eu já vira. E, minha nossa, a bunda! Será aquilo sob a nádega esquerda era uma pinta?

Ele se levantou, e a cinturinha diminuta balançando o traseiro enquanto desafinava. Quando ele tentou uma nota muito aguda, cheguei a me encolher. Caramba, o garoto não sabia mesmo cantar.

Então ele se virou, e eu quase não tive tempo de apreciar a vista frontal antes de ele gritar e deixar o aspirador de pó cair enquanto tirava os fones de ouvido. Olhos ambar-dourados, grandes e redondos, me fitaram com horror enquanto ele abria e fechava a boca algumas vezes, como se tentasse falar.

Aproveitei o momento de silêncio para notar os lábios grossos rosados e o formato de seu rosto. O cabelo estava preso em uma touca. Imaginei que comprimento teria.

- Eu sinto muito - ele conseguiu gaguejar, e meus olhos voltaram aos dele.

Ele realmente era incrível. Havia uma qualidade exótica naquele garoto. Era como se Deus e o Diabo tivessem reunido todas as suas melhores peças para compor aquela pessoa.

- Eu não - respondi. Não mais. Quem diabos precisa dormir? Ah sim. Eu preciso.

- Eu não sabia, hã... Pensei que a casa ainda estivesse vazia. Quer dizer, não sabia que tinha alguém aqui. Não havia carro do lado de fora, e eu toquei a campainha, mas ninguém atendeu, então digitei o código e entrei.

Ele não era do Sul. Talvez do Meio-Oeste. Eu só sabia que não era dali. Ele não tinha o toque anasalado do sotaque local. Havia uma maciez em sua voz.

- Cheguei de avião. Um táxi  me trouxe aqui e foi embora - respondi.

Ele assentiu e olhou para os próprios pés.

- Vou fazer silêncio. Posso terminar essa parte mais tarde. Vou descer e começar pelo térreo hoje.

Fiz que sim com a cabeça.

- Obrigado.

As bochechas dele ficaram vermelhas quando seu olhar pousou no meu peito nu. Então ele se virou e bateu em retirada, deixando o aspirador de pó para trás. Fiquei olhando, saboreando a maneira como sua bunda balançava. Caramba, tomara que ele limpe a casa várias vezes por semana. Da próxima vez, eu não estarei exausto. Da próxima vez, descobriria o nome dele.

Quando ele saiu do meu campo de visão, voltei para o quarto e fechei a porta. Um sorriso surgiu em meus lábios ao me relembrar da expressão no rosto dele assim que percebeu que eu estava vestindo apenas um lençol. Como a Nana tinha um faxineiro com uma aparência daquelas? O garoto era maravilhoso.

Deitei de costas e fechei os olhos. A imagem daquela pinta bem embaixo daquelas curvas carnudas me veio à cabeça. Eu queria lamber aquela marquinha. Era a pinta mais bonitinha e safada que  já tinha visto.

À Sua Espera (Sukuita)Onde histórias criam vida. Descubra agora