Capítulo 3

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Yuji       

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Yuji       

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Aimeudeus, aimeudeus, aimeudeus - mumurei, afundando no sofá mais próximo e cobrindo o rosto com as mãos.

Eu não tinha percebido que havia alguém na casa. Eu acordei o cara. Ele pareceu aborrecido. Ah, Deus, não dava para saber. Fiquei nervoso com a possibilidade de ele me demitir. Essa era a minha melhor faxina, a que pagava melhor, mas eu nunca tinha encontrado o proprietário. Eu trabalhava para uma agência de limpeza, e eles me mandavam à casa dos clientes. Era a maior casa que eu tinha, e essa faxina semanal pagava meu aluguel, as contas de serviço e alimentação. As outras eram menores, então, se eu perdesse essa, precisaria de todos os outros trabalhos somados para pagar as contas. Não sobraria nada para minha poupança. Nenhuma reserva.

Ver aquele peito nu mexeu comigo, e eu fechei os olhos bem apertados, tirando a imagem da minha cabeça. Eu não confiava em outros homens. Eu tinha um amigo chamado Panda. Fora ele quem me apresentara ao pessoal da agência de limpeza. Panda gostava de mulheres, não de homens, então eu me sentia seguro com ele.

Em geral, ver o peito de outro homem não me deixava assim tão interessado. Mas aquele peito... bom, era bonito de verdade. Os braços dele eram grossos e os músculos, definidos. O que eu estava pensando? Sim, o corpo dele era bonito, mas homens como ele, que viviam em casas como essa, não queria  alguém como eu para nada além de sexo casual.

Aquele cara era rico e lindo e provavelmente tinha uma mulher na cama com ele, que também era rica e linda. Na verdade, eu estava certo de que tinha. No maior quarto do andar de cima havia um closet enorme, lotado com as roupas mais bonitas que eu já tinha visto. Uma mulher devia morar ali e esse cara devia ser o namorado dela. Eu só não sabia porque ele estava dormindo em outro quarto, mas isso não era da minha conta. Portanto, independentemente de quanto aqueles braços e peitos fossem bonitos, ou de quanto o rosto dele fosse perfeito, mesmo com uma barba pequena de vários dias, não era seguro ficar pensando nele.

Eu precisava garantir que não perderia esse trabalho. O lugar estava no momento bem limpo, porque ninguém tinha aparecido nesses meses em que eu vinha trabalhar na casa, mas eu limpava todas as semanas como se tivesse imunda. Não se podia encontrar poeira em lugar nenhum, e eu até organizava a dispensa e os produtos de limpeza, arrumando os armários e jogando fora comidas que tivesse perdido a validade.

Levantando-me, sacudi a vergonha por ter acordado o cliente cantando a sei lá que volume e passando o aspirador de pó na frente da porta do quarto dele. Quando ele visse a limpeza do lugar, talvez perdoasse meu erro.

                                        × × ×    

Três horas mais tarde, o andar térreo estava imaculado. Eu havia até limpado o refrigerador e o freezer inteiros outra vez, dando ao cliente tempo suficiente para dormir. Fui para o segundo andar e limpei cada quarto de cabo a rabo até que não encontrasse mais nada para limpar, antes de finalmente chegar ao pé da escada e olhar para o terceiro andar. Era uma da tarde, e o cara ainda estava na cama. Eu tinha três quartos e três banheiros inteiros para encarar, mais uma sala de TV e outra de jogos, com um bar completo. A sala de jogos era longe o bastante do quarto dele e, se eu fosse silencioso, provavelmente poderia limpá-la sem acordar o sujeito.

À Sua Espera (Sukuita)Onde histórias criam vida. Descubra agora