Capítulo 36

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    Sukuna         

Eu poderia morrer feliz. Senti pena de outros homens, porque eles nunca saberiam como era Yuji quando gozava. Eu sabia. Ele era meu. A vontade de bater no peito era enorme. Tive que me segurar. Mas, por Deus, era o que eu queria fazer.

Yuji saiu do quarto vestindo short jeans e uma blusa amarelo-clara com um nó na cintura. Ele parecia jovem e puro. Queria levá-lo de volta para a cama e começar tudo de novo. Vê-lo todo sexy, cavalgando minha mão como se sua vida dependesse daquilo.

Mas ele já havia me dado o suficiente por hoje. Não ia força-lo outra vez. Não quando tínhamos ido tão bem pela manhã. Falar com ele e mantê-lo comigo o tempo todo não apenas tinha funcionado, como também o excitara ainda mais. Quanto mais eu falava, com mais tesão ele ficava.

Era o suficiente por enquanto.

- Quando você tem que ir embora? - perguntou ele, interrompendo os meus pensamentos e me lembrando de que eu teria que deixá-lo.

- Queria conversar com você sobre isso - falei, imaginando como pedir que ele se mudasse para minha casa, que ficava em outro país, tão distante dali.

Parecia maluquice, mas, sinceramente, eu não ligava. Ele era o homem da minha vida.

Suas sobrancelhas se ergueram, e ele inclinou a cabeça, como se esperasse por mim.

- Quero que você se mude para o… Texas… comigo… para a minha casa.

Isso não fora nada sutil.

A maneira como seu queixo caiu e seus olhos se arregalaram provava que eu tinha feito tudo errado. Merda.

- Co… como? - balbuciou.

Passei as mãos no rosto e reprimi um grunhido de frustração. Ele me fazia dizer besteiras. Eu ficava tão atrapalhado perto dele que não conseguia pensar direito. Falava sem pensar. Eu nunca quis tanto uma coisa quanto que esse homem estivesse na minha cama, todas as noites, pelo resto da minha vida.

- Você não tem emprego, exceto pelo arranjo com Megumi , e não tem família aqui. Não há razão para ficar. Posso conseguir outro professor para você em Fort Worth. Essa é a única coisa que prende você aqui. Quero você comigo, Yuji. Detesto não ter você perto de mim.

Aqueles olhos expressivos o entregaram. Ele gostou da ideia, mas também se assustou. Estávamos juntos havia pouco tempo. Nossa amizade tinha quase dois meses, mas nosso relacionamento era muito recente.

- Você me quer lá… com você - falou, como se estivesse perdido numa confusão.

- Sim- respondi com firmeza.

Ele agarrou uma mecha de cabelos e olhou em torno da sala, cheio de nervosismo. Então começou a andar de um lado para outro.

Esperei. Ele estava pensando, e eu queria que ele pensasse seriamente naquilo. Então queria que ele fizesse sim e fizesse as malas.

- Você não… Há tanta coisa. Preciso de tempo. Nós precisamos de tempo. Estou bem instalado aqui e tenho amigos. Tenho Nobara. Tenho um lugar meu. Você não… Não podemos simplesmente ir morar juntos assim. Também detesto quando você vai embora, mas… Sukuna…

Ele parou de andar e pôs as mãos na cintura, como se estivesse carregando o mundo nos ombros.

- Tem tanta coisa que você não sabe. E não estou pronto para contar. Tanta coisa dentro de mim. É tenebroso e… não é um lugar para onde eu queira levar você. Mas preciso de tempo. Nós precisamos de tempo. Assim. Quando você vier aqui, podemos ficar juntos. E temos nossas conversas noturnas e minhas leituras para você. E eu gosto do Dr. Munroe. Ele está me ajudando e me sinto bem com ele. Não posso simplesmente ir porque quero estar perto de você.

Argumentar com ele era minha reação automática. Eu era bom em convencer as pessoas. Poderia apresentar uma razão que lhe mostrasse que tudo aquilo importava.

O que me deteve foi seu olhar suplicante. Ele não queria que eu argumentasse. Ele queria que eu deixasse o assunto de lado.

Eu deixaria. Por ele. Por enquanto.

- Está bem. Mas saiba que, quando você estiver pronto eu também estarei - garanti, por fim.

Ele soltou um suspiro profundo, então sorriu deliberadamente para mim.

- Obrigado por me querer.

Palavras que eu levaria comigo para o Texas, que eu guardaria no peito e me machucaram toda vez que eu as tocasse.

Meu garoto não deveria jamais ter que agradecer alguém por desejá-lo. Em algum lugar de sua mente, ele acreditava que não era digno. Isso era o que mais me doía.

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Parado na porta do apartamento, depois de levá-lo para almoçar e beijá-lo por mais de uma hora, eu sabia que tinha que deixá-lo. Outra vez. Meu mundo lá no Texas estava chamando. Eu tinha que ir cuidar do rancho e da vida que eu construíra para mim.

Abracei-o apertado mais uma vez e sussurrei em seu ouvido:

- Cuide-se bem. E sinta saudades enquanto eu estiver longe.

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Nós estamos chegando lá.

À Sua Espera (Sukuita)Onde histórias criam vida. Descubra agora