Sukuna
Meus pensamentos estavam confusos enquanto eu tentava freneticamente entender o que havia acontecido no carro. Eu nunca tinha visto alguém agir assim antes. Foi difícil dirigir vendo Yuji lutar para escrever um simples endereço. Eu não havia percebido que ele estava tendo problemas até ele soltar um leve grunhido de pânico, como se não conseguisse respirar.
Eu havia olhado para o rosto dele e o vira empalidecer. Baixando os olhos para o papel, vira três letras E, em vez de três 3. Seu B invertido fora suficiente para eu perceber que algo estava errado. Ele devia ter uma explicação. Uma que fizesse sentido.
- Eu sou burro... Eu... Meu cérebro não funciona direito. Frequentei a escola por doze anos e mesmo assim não me formei. Não consigo passar num teste. Eu não... eu não sei ler. Não muito.
Merda.
Ele levantou a mão para secar as lágrimas, e seus lábios cheios estavam crispados. Ele era lindo mesmo chorando.
- Você não é burro - retruquei, irritado.
Detestei ouvi-lo falar assim de si mesmo. Havia algo errado com ele, mas ele não era burro.
Ele soltou uma risada triste e continuou a secar as lágrimas.
- Você deve ser a primeira pessoa que sabe disso e não me acha burro.
Meu corpo ficou tenso e um redemoinho de fúria se formou em meu peito.
- Alguém disse que você era burro? - perguntei, incapaz de impedir que a emoção transparente em minha voz. Eu estava furioso.
Ele se empertigou e então olhou para mim com cautela.
- Sim - disse baixinho.
- Quem?
Ele me observou por um instante. Pelo menos minha reação havia interrompido suas lágrimas.
Aqueles olhos enormes sugavam a gente, mas, úmidos e vermelhos de chorar, eram ainda mais mortais. A gente tinha vontade de fazer o que fosse necessário para fazê-lo brilhar num sorriso.
- Meus pais, professores, outras crianças... todo mundo - respondeu ele. - Mas eu sou. Você só não sabe...
Sua voz falhou e ele pareceu completamente desesperado e abatido. Seu tom de voz me disse que aquilo não era fácil para ele. Eu me perguntei se alguém com quem ele se relacionava sabia disso.
- Então eles são uns idiotas. Você se sustenta sozinho e tem um emprego. Uma pessoa burra não seria capaz disso tudo.
Ele franziu a testa outra vez e cruzou os braços sobre o peito, como se estivesse se protegendo.
Que tipo de pais fariam isso com o filho? Ele deve ter sido uma criança linda. Do tipo que as pessoas querem ficar observando só para vê-la sorrir. Puxa, eu gostava até quando ele fazia beicinho.
- Por favor, não conte a ninguém - sussurrou ele, olhando para mim.
Ele achava mesmo que eu faria uma coisa dessas? Corri a mão pelo cabelo, frustrado.
Eu precisava ajudá-lo. Não sabia ao certo como conseguiria isso, considerando que eu tinha que voltar para o Texas em dois dias. A ligação que eu atendera era do meu padrasto. Eu receberia mais cavalos para tratar. E precisava do dinheiro. Eu precisava voltar para casa, não podia ficar para resolver isso aqui.
- Eu jamais faria isso. Mas quero ajudar você - assegurei a Yuji, esperando que ele me dissesse não e me mandasse embora.
Em vez disso, seus lábios se crisparam outra vez, como se ele fosse chorar. Droga, o que eu tinha feito dessa vez?
- Você é tão... legal. Por que você é tão legal? Eu limpo a casa da sua irmã e do seu irmão. Você não me conhece. Não de verdade. Mas você abre portas para mim e não age como se eu fosse um idiota, e você... quer me ajudar? - A última frase saiu em meio a um soluço sufocado. - Ninguém pode me ajudar. Não se pode consertar o que não existe. E meu cérebro simplesmente não existe.
Inferno.
- Não repita isso - adverti. Não queria ouvi-lo se depreciando. Eu tinha visto inteligência em seus olhos. - Não há nada de errado com seu cérebro.
Alguma coisa que não entendi passou pelos olhos de Yuji, e então um leve sorriso surgiu nos lábios dele enquanto ele fungava.
- Você é realmente um cara legal, Sukuna Manning. Em geral não gosto de outros homens. Eles... me deixam nervoso. Mas você, você é diferente.
Minhas próprias emoções eram muito cruas para isso. Não podia me permitir questionar por que ele não confiava ou não gostava de outros homens. A expressão assombrada nos olhos dele quando admitiu aquilo me enviou um sinal de alerta que eu não poderia ignorar. Ele tinha mais segredos - eu apostaria minha vida nisso.
O fato era que garotos bonitos como Yuji conheciam bem os homens. Eles os controlavam desde a puberdade. Os homens não os assustavam. Eles os dominavam. A menos que... Não. Eu não ia deixar meus pensamentos seguirem esse caminho agora. Mas, por Deus, eu gostaria de estar errado.
- Eu preciso ir embora daqui a dois dias. Vou voltar para o Texas. Tenho negócios a resolver lá. Mas eu vou ajudar você. Quando eu estiver longe, você pode me ligar, e eu estarei lá para ouvi-lo. Sou um bom amigo, de verdade. Mas preciso que você me prometa que vai fazer o que eu arranjar para ajudá-lo. Vai confiar em mim e deixar que eu o coloque em boas mãos. Não vou deixar ninguém machucá-lo. Se precisar, é só me ligar.
Eu não sabia o que ia fazer em dois dias, mas eu tinha alguns contatos. Eu era filho de Toji Manning, e às vezes isso significava alguma coisa. Nunca usava o parentesco a meu favor, mas usaria para ajudar Yuji. Toji podia exigir o melhor, e Yuji teria o melhor.
Yuji inclinou a cabeça e eu fiquei imaginando de novo o quão macio devia ser seu cabelo. Será que encaracolada naturalmente ou era liso?
- Por quê? - perguntou ele.
- Por quê o quê?
- Por que você quer me ajudar?
- Por que você merece ser ajudado - respondi sem hesitar.
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Pra quem tá curtindo e comentando na fanfic, beijos de luz, Sukuna disse que poupará suas vidas. 🍑🍑
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À Sua Espera (Sukuita)
Fanfiction!!A conta que essa fic estava postada era minha, mas eu não consegui mais entrar!! Sukuna sempre havia preferido a vida simples em seu rancho no Texas à agitação do mundo do pai no Japão. Na verdade, ele quase nunca visita o famoso astro do Rock. ...