Sukuna
Da próxima vez que alguém batesse à minha porta, eu olharia pela janela antes de abrir. Estava esperando Yuji ligar quando cometi o erro de atender a batida. Uraume, minha amizade colorida entrou desfilando em um jeans apertado e um top frente única. Suas botas ressoavam no piso de madeira, e ela sorriu para mim a caminho do meu quarto.
- Você não ligou, e eu estou precisando de uma boa transa - gritou ela por cima do ombro, antes de tirar o top e a tirá-lo em mim com uma risada.
Meu pau nem sequer se mexeu. Merda.
Eu tinha esperanças de que essa... coisa que eu sentia por Yuji não fosse mais que amizade. Mas, droga, agora eu só via defeitos em Uraume. Para começar, ela tinha um piercing no umbigo. Eu costumava achar aquilo sexy, mas agora parecia que ela estava forçando demais. E seu quadril não tinha graça. Quando ela gingava aqueles quadris inexistentes, não havia curvas deliciosas na sua bunda. Não tinha quase nada ali.
Não ia rolar. Eu era amigo de Uraume fazia anos. Dois anos atrás, tínhamos bebido e acabamos dormindo juntos, então, em vez de ficarmos constrangidos, concordamos que estava tudo bem. Um satisfaria a vontade do outro quando fosse necessário. Só uma vez demos um tempo, durante uns quatros meses, quando ela se interessou de verdade por um cara - que, como acabou descobrindo, era casado. Ela terminou o relacionamento e voltamos ao nosso arranjo.
Eu não costumava namorar. Não tinha tempo suficiente para as mulheres e garotos. Elas exigiam muito e, depois de alguns relacionamentos fracassados, eu chegara à conclusão de que sexo com Uraume era a solução para mim. Mas as coisas pareciam fora dos trilhos agora. Algo havia mudado.
E o negócio era comigo.
Merda. Eu não tinha tempo para aquilo.
- Você devia ter ligado - falei, jogando o top de volta para ela.
Ela não pegou a peça, que caiu no chão a seus pés. O ar de confusão em seu rosto não anunciava nada de bom.
- Eu nunca ligo. Eu simplesmente apareço. E você também - lembrou-me.
- Eu estou esperando uma ligação. É importante. Não posso hoje à noite.
Ela segurou os seios com as mãos, pinçando os bicos rosados.
- Você tá me dizendo que um telefonema é melhor do que isso?
Eu reconhecia as mulheres bem o suficiente para não dizer a verdade a ela. Então dei de ombros.
- Está noite não vai rolar. Não sei quando vai rolar. Estarei enrolado a semana toda.
Caso esse sentimento por Yuji, que estava ferrando com a minha cabeça, tivesse um fim, eu não ia querer terminar com Uraume. Além disso, ela era minha amiga.
Ela se abaixou, pegou o top e o vestiu novamente.
- Se você quer dar uma de bundão, tudo bem. Eu não vou voltar. Então, se quiser alguma coisa, vai ter que ir buscar - disse ela, com raiva.
Ih, rapaz. Não era para isso que eu transava com ela. Uraume não era de fazer drama. Ela era fácil de lidar. Mas agora ela estava fazendo. E eu odiava dramas.
- Desculpe, Uraume. Desculpe mesmo. Mas estou cheio de coisas nesse momento. Não é uma hora boa para mim, só isso. Minha cabeça está longe.
Ela me fuzilou com o olhar e saiu, batendo a porta.
Com alguma sorte, ela dormiria e amanhã teria superado. Eu gostava de Uraume. Só nunca tinha sido mais que amizade. O lance do sexo era só melhor do que me masturbar. Eu precisava me desculpar com ela, mas nesse momento estava feliz por ela ter ido embora sem fazer nenhuma cena.
Meu telefone tocou. De repente, Uraume perdeu toda e qualquer importância.
- Oi - respondi, levando o telefone ao ouvido, ansioso por ouvir Yuji me contar sobre sua consulta.
- Espero que não seja muito tarde. Houve um acidente e o trânsito ficou engarrafado.
Sua voz me aqueceu através do telefone.
- Não, não é muito tarde. Quem levou você?
- Peguei um táxi. Há uma senhora conhecida do Panda que mora perto do meu apartamento. Ela trabalha nessa área há quase vinte anos. Não temos muito táxi por aqui.
Ele pegara um táxi com uma motorista. Isso me deixou mais tranquilo. Ser levado por um homem estranho o deixaria desconfortável. Eu não havia pensado nisso. Sempre esquecia que ele não tinha carro. Espere...
- Yuji, você sabe dirigir?
Sem saber ler, jamais passaria no teste escrito para obter a habilitação.
- Não - respondeu ele.
Outra coisa que tinha dificultado sua vida.
- Da próxima vez que eu for aí, vou levar você há uma estrada secundária e lhe dar umas aulas. Vamos estudar para o teste escrito também.
Ele ficou em silêncio por um momento. Fiquei imaginando se tinha medo de se sentar atrás de um volante. Então finalmente escutei um movimento do outro lado da linha.
- Ok. Eu vou gostar.
Eu também.
- Conte sobre a sua consulta.
- O Dr. Munroe foi simpático. Ele está bastante animado com o meu caso. Fiz alguns testes e definitivamente sou disléxico. É só isso que há de errado comigo. Ele disse que os professores ou meus pais deveriam ter percebido quando era criança, mas de algum modo isso foi ignorado ou diagnosticado errado...
Sua voz foi sumindo. Eu não queria que ele pensasse naquilo. Alguém dissera que ele era burro, e eu sabia que seus pais tiveram parte nisso.
- Quando você começa as sessões com ele?
- Nas tardes de segunda-feira ele precisa vir no bairro ao lado, que não é muito longe daqui. A mãe dele mora ali e ele janta com ela. Ele disse que podíamos nos encontrar na biblioteca da cidade. E nas quintas à tarde eu devo ir ao consultório dele para aulas. Ele acha que vou ler rápido, assim que ele me ajudar a aprender a me concentrar nas palavras. Ninguém trabalhou comigo da forma como eu preciso.
Ele estava entusiasmado. À medida que prosseguia, foi falando mais alto e mais rápido. Era engraçadinho. Eu podia imaginar aqueles olhos dourados cintilando de felicidade.
- Quando você voltar, talvez eu possa ler para você - disse ele, e então ouvi sua risadinha nervosa, como se não quisesse ter dito isso.
- Por que esperar até eu visitar? Você pode ler para mim ao telefone quando ligar para me contar sobre as aulas.
Ele ficou em silêncio outra vez, eu deixei que ele pensasse nessa ideia por um momento. Não queria deixá-lo ansioso. Mas queria que ele se sentisse à vontade comigo. Mesmo ao telefone.
- Você quer que eu ligue depois das aulas? - perguntou ele.
- Claro que quero. Se você não se importar. Eu gostaria de saber como as coisas estão evoluindo.
- Sim, tudo bem. Eu... eu vou fazer isso. E, quando tiver coragem suficiente, vou ler para você.
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À Sua Espera (Sukuita)
Fanfic!!A conta que essa fic estava postada era minha, mas eu não consegui mais entrar!! Sukuna sempre havia preferido a vida simples em seu rancho no Texas à agitação do mundo do pai no Japão. Na verdade, ele quase nunca visita o famoso astro do Rock. ...