Capítulo 13

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 Yuji       

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Yuji       

Meu "encontro de casais" teve que ser adiado. Tínhamos combinado para a noite de quinta-feira, mas esse era o único horário em que eu poderia encontrar o Dr. Munroe. Pensei em ligar para Sukuna e contar que havia telefonado para o professor e marcado minha primeira sessão, mas ele tinha pedido que eu telefonasse depois da sessão. Não quis incomodá-lo.

Em vez disso, fiquei observando a foto de suas botas em meu telefone. Eu tinha uma queda por Sukuna Manning. Não era a primeira vez que isso acontecia. Tive algumas no ensino médio, mas logo descobri que aqueles garotos só me paqueravam quando não havia ninguém por perto. Quando me encontravam nos corredores, eles me ignoravam. Eu era invisível para eles, a não ser que me encontrassem a sós. Aquelas paqueras terminaram rápido, e eu parei de prestar atenção nos garotos bonitos. Em meu último ano na escola, a capitã da equipe de animadoras de torcida flagrou o namorado dela dando em cima de mim do lado de fora do colégio e ficou furiosa. Ele nunca mais falou comigo, o que foi um alívio, mas pouco a pouco todos os alunos estavam comentando que eu era hetero.

Não achei nada de mais. Eu não tinha interesse em garotas. Principalmente nas víboras desprezíveis da escola, mas com certeza também não tinha interesse nos meninos. Então, deixei que falassem e os ignorei. Por fim, eles foram atrás de outra pessoa que reagisse a suas crueldades.

Nem preciso dizer que fazia tempo desde que eu tivera uma queda verdadeira por um cara. Meu padrasto cuidara para que eu mantivesse os homens à distância de pelo menos um campo de futebol. Eu estremecia só de pensar no homem que tinha tirado minha inocência e me marcado para sempre.

Deixando de lado todos os pensamentos referentes a Sukuna, fui tomar uma ducha. Lembranças de como eu esfregava o corpo sobre a água mais quente que eu pudesse suportar sempre que meu padrasto me tocava me vieram à cabeça, mas pelo menos eu não vomitava mais ao pensar nele. Eu consegui me distanciar do meu passado terrível. Estava melhorando.

Na noite de quarta-feira, o telefone tocou assim que tirei do forno a lasanha que eu fizera. Tinha preparado uma travessa inteira, esperando que Panda aparecesse para comer. Mas ele me ligara por volta das três da tarde para avisar que ia sair à noite já que eu tinha dado bolo e desmarcado nosso encontro. Ele estava no meu pé para marcar outra noite, mas eu não conseguia me interessar por isso. Nesse momento, eu estava totalmente focado em aprender a ler.

Então ficava inventando desculpas para não ir.

Larguei a luva de cozinha e fui atender o telefone. Meu coração disparou quando vi as botas na tela. Era Sukuna.

- Alô - atendi ao terceiro toque.

- Ei. Você não me ligou.

A voz grave dele soou ao telefone, e meus dedos dos pés se retorceram no tapete.

- Ah, bem, é que só terei minha primeira consulta amanhã - expliquei, grato por ele não poder ver meu sorriso bobo naquele momento.

- Ótimo. Você já marcou então. Gostou dele?

Fui até a poltrona onde ele havia se sentado antes de ir embora e me sentei de pernas cruzadas.

- Sim. Ele foi muito simpático. Pareceu ansioso para me encontrar. Perguntou muitas coisas e, depois de ouvir minhas respostas, disse ter certeza de que eu tinha dislexia.

Havia sentido vontade de sair dançando pela sala quando o médico disse isso.

- Estarei livre amanhã à noite. Ligue para mim quando terminar. Quero saber tudo.

O fato de ele se importar fez com que minha atração por ele crescesse ainda mais. Ter uma queda por alguém como Sukuna era ridículo. Ele provavelmente tinha um mundo de mulheres e garotos loucos por ele. Sukuna estava me ajudando e ficaria desconfortável se soubesse como eu estava me sentindo.

- Está bem. Vou ligar - garanti.

- Ótimo. Preciso ir. Vou jantar com meus pais. Falo com você amanhã à noite.

- Tudo bem, tchau - respondi.

Deixando o telefone cair no colo, tive vontade de bater palmas e gritar. Mas, em vez disso, me levantei e fui saborear minha lasanha.

                                          ×××          

Astor Munroe não era como eu havia imaginado. Quando pensava em um professor, imaginava alguém de cabelos grisalhos e possivelmente de óculos. Talvez até uma barriguinha sob a camisa abotoada e engomada.

O que eu não esperava era um homem de cerca de 35 anos, alto e magro, vestindo jeans, tênis Nike e uma camisa polo de mangas curtas. Ele não era exatamente bonito, mas eu o estava comparando a Sukuna e isso não era justo. Eu não gostaria de ser comparado a Megumi. Eles eram celebridades ricas e bonitas. Portanto, eu não deveria fazer isso com o Dr. Munroe.

Seus olhos castanho-claros eram gentis e ele não me deixou nem um pouco nervoso. No momento que entrei em seu escritório, ele se levantou e, com um sorriso franco, me convidou a sentar. Depois de cada pergunta e solicitação, ele me garantia que era tudo para me ajudar a aprender. Era óbvio que ele estava entusiasmado com o desafio que eu representava para ele. Contou a história de seu pai e eu fiquei impressionado com a capacidade do Dr. Munroe de, aos 21 anos, ensinar o pai a conquistar algo pelo que lutara durante a vida toda.

Mas, quando me levantei para sair, ele fez um comentário que eu não entendi. Fiquei pensando naquilo no táxi de volta para casa enquanto a motorista tagarelava sobre seus netos e como seu frango com macarrão era delicioso.

Quando eu agradecera a ele por me encaixar tão prontamente em sua agenda, ele tinha dito que era ao Sr. Manning que eu deveria agradecer.

A pergunta era: o que isso significava? Será que Sukuna tinha feito algo para ele agir tão rapidamente? E, se fez, o que havia sido?

À Sua Espera (Sukuita)Onde histórias criam vida. Descubra agora