Capítulo 3

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Paola ON

Desde muito pequena percebi que minha vida é só sofrimento, nunca tive o amor dos meus pais pelo contrário eles sentem ódio de mim e não sei o motivo. Comecei a trabalhar aos onze anos vendendo flores de papel que eu mesma fazia, antes disso pedia dinheiro na roupa para tentar comer, as dezesseis anos consegui um trabalho como garçonete em uma lanchonete onde trabalho até hoje.

A dona da lanchonete a senhora Maria era uma boa mulher, me ajudava bastante e sabia do minha história de vida mais infelizmente ela faleceu a dois anos por conta de uma doença grave. Agora a lanchonete está sobre os cuidados do senhor Geremias irmão da minha falecida patroa, como ela não tinha filhos tudo ficou para ele.

Meu novo patrão é um velho asqueroso que vive dando em cima de mim, uma vez ele passou a mão na minha bunda e nesse mesmo dia tentou me agarrar no banheiro quando eu estava me trocando para ir embora. Minha sorte foi que Sandro seu filho chegou bem na hora, ele ficou confuso com a situação mais meu chefe enventou uma história para o filho que deve ter puxado sua falecida tia pois ele sem é um bom rapaz.

Desde aquele dia evito ficar sozinha com meu chefe, só não pesso minha demissão pois preciso do pouco dinheiro que ganho para pagar as contas de casa, comprar mantimentos e também para sustentar os vícios dos meus pais. As duas pessoas que me trouxeram para esse mundo cruel onde só conheço o sofrimento, são viciadas em todos os tipos de drogas e quando não lhes dou dinheiro acabo sendo espancada.

A mulher que se diz minha mãe adora ver seu marido me batendo, uma vez ela até queria me prostituir para pagar uma de suas muitas dívidas, mais fui fugi durante uma semana e quando voltei apanhei muito, mais foi melhor do que perder minha virgindade com um drogado qualquer. Já o homem que se diz meu pai, me bate sempre lhe da vontade, ele também já tentou me violentar sexualmente, mais por sorte sua mulher aparecia e me batia dizendo que sou uma puta que fica se insinuando para seu marido.

Como tento muito medo do meu próprio pai, coloquei cinco cadeados na porta do meu quarto e três na janela, tenho medo dele aparecer quando estou dormindo e me fazer mal. Uma vez quando eu era mais nova acordei com ele em cima de mim chupando meus seios, foi assustador, e quando grite horrorizada ele me deu um tapa forte na cara mais valeu a pena pois sua esposa veio até meu quarto e o tirou de cima de mim, e claro que ela jogou a culpa em mim, desde aquele dia não consigo dormir direito com medo do que possa acontecer.

_ garota eu te pago para trabalhar e não para ficar olhando para o nada com cara de idiota - fala me chefe

Paola: me desculpe, isso não vai mais acontecer - falo abaixando a cabeça

_ acho bom pois da próxima vez você era no olho da rua, agora vai atender aquela mesa - fala apontando para uma das mesas

Paola: sim senhor - falo pegando um bloquinho de anotação e uma caneta

Vou até a mesa onde se encontra um casal e uma garotinha de aproximadamente cinco anos, os comprimento com um sorriso forçado no rosto e anoto seus pedidos. Depois entrego o pedido na cozinha e assim que está pronto entrego o mesmo para família que me agradecem educamente, em seguida vou atender outra mesa mas dessa vez é um homem ignorante que trata mal, mais já estou acostumada com isso e já nem ligo.

[...]

Quando meu expediente se encerra quase as sete da noite, vou até o banheiro e me troco rápido, depois pego minha bolsa e saio o mais rápido possível da lanchonete para que meu chefe não me veja. Assim que saio do local dou de cama com minha melhor amiga Michele que está toda feliz e aparentemente mais animada que o normal.

Michele: tenho uma notícia maravilhosa para te contar e um convite para te fazer - fala animada e passa suas braços em volta do meu

Paola: e o que seria? - pergunto caminhando com ela até o ponto de ônibus

Michele: meus pais me deram um apartamento - fala sorrindo - acho que eles querem se livrar de mim assim como fizeram com meu irmão - fala dando de ombros

Paola: seus pais te amam, eles só querem que você crie juízo pois já está na hora - falo e ela revira os olhos

Michele: sério tem horas que você fala igual minha mãe, mais enfim quero que venha morar comigo - fala parando na minha frente e eu a olho surpresa

Paola: e...está falando sério? - pergunto emocionada pois essa é a chance que tenho de me livrar dos meus pais

Michele: claro que sim, você é a minha melhor amiga e já não aguento mais te ver sofre - fala me abraçando - você merece ser feliz, você vem comigo não é?

Paola: obrigado...obrigado mesmo Michele, e...eu vou sim - falo tentando secar minhas lágrimas

Michele: maravilha amiga, iremos nos mudar amanhã mesmo, o apartamento já está mobiliado é levarmos nossas roupas - fala pegando algumas coisa em sua bola - toma essas são suas chaves, irei te mandar o endereço e nos vamos amanhã na nossa casa

Paola: obrigado mais uma vez Michele, você está praticamente salvando minha vida - falo abraçando ela novamente

Michele: não me agradeça Paola, amigas são para essas coisa, te considero uma irmã e irei amar viver debaixo do mesmo teto que você - fala sinceridade - eu te amo amiga

Paola: também te amo - falo sincera

Assim que meu ônibus chega, me despeço da minha amiga e durante o caminho fico pensando que finalmente sairei daqui inferno onde sofri por anos. Conheçi Michele a três anos quando ela apareceu chorando na lanchonete onde trabalho, então ela me contou sobres seu sofrimento ao pegar seu ex namorado na cama com outra e consequentemente contei um pouco da minha vida para ela que se sentiu mal por está chorando por um macho escroto enquanto eu passava por outros tipos de sofrimento. Desde aquele dia não nos separamos mais, e agora ela me deu a melhor notícia da minha vida, minha amiga irá me ajudar a sair daquele inferno onde vivo desde que me entendo por gente.

Quando chego em casa está tudo em silêncio, então tomo um banho rápido, me visto e vou até a cozinha, faço um macarrão simples, pego um pouco e corro para meu quarto assim que escuto barulho do lado de fora. Me tranco no quarto e começo a comer meu jantar, logo escuto meu pai batendo na porta dizendo para eu abrir a mesma e me chamando de puta, vagabunda e inutil, ele também diz que irá me foder muitas coisas mais que me dá até nojo.

Enquanto ele continua a bater lágrimas caiem sem parar dos meus olhos e falo mentalmente para mim mesma que só terei que aguentar isso mais essa noite. Logo rescebo uma mensagem da minha amiga me mandando o endereço do apartamento, então rapidamente pego uma bolsa velha e começo a colocar as poucas peças de roupas que tenho dentro da mesma, pois amanhã bem cedo saio desse inferno para nunca mais voltar.

MÁFIA (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora