Jisung*
Não foi uma caminhada realmente longa, tanto que ficamos num silêncio agradável em todo o caminho, apenas balançando as mãos e olhando ao redor.
Estava genuinamente com medo, pois eu não era uma pessoa de encontros, todos eram péssimos de alguma forma, sempre tinha algo desconfortável, estranho ou simplesmente detestável.
Só tive uma experiência boa em sair com alguém e havia sido com Yeji, tanto que mesmo com a gaia que levei, não estragava o quão gostoso foi o dia em que saímos juntos. Acho que todas as saídas antes dela decidir sair com outra pessoa também.
Suspiro meio derrotado, isso me fazia questionar se eu realmente tinha superado ou se estou me forçando a falar que sim, que preciso sair, conhecer pessoas e esquecer que fiz planos com ela, que possuo um anel de noivado ainda guardado na cabeceira ao lado da minha cama e que é fácil me abrir e dialogar tudo de novo com outro ser desde o zero, jogando anos da minha vida no lixo.
É bem complicado todo esse esquema, parece que nunca serei capaz de amar de novo, tudo sempre se resume novamente para um plano com mais de três anos de falência. O sentimento de fracasso sempre se torna evidente pra mim, ainda mais agora em que um garoto incrível demonstrava algum interesse e minha única linha de raciocínio é pensar numa mulher egoísta e um relacionamento acabado.
— Você está bem?
— Que?
— Perguntei se você está bem... – só quando Lino fala que percebo que estamos parados, eu ainda segurava sua mão, um pouco mais forte.
— Oh! Estou bem sim! Desculpe, eu me distrai com a paisagem. Onde que estamos? – olho verdadeiramente ao redor e observo a praça que nos cercava – Uau, como eu nunca vi esse lugar antes e tão perto de casa?
Independente do sentimento de familiaridade com o local, não lembro de nenhuma recordação dali, porém não anulava a beleza do próprio.
Era aberta, haviam ruas por todas as partes, mas o grande círculo que fazia, era repleto de caminhos de pedra, árvores de todos os tamanhos, um grama baixa, brinquedos e carrinhos de doces, lanches e pelúcias. As luzes espalhadas eram num tom quente, pois mesmo que já de noite, mantinha todo o espaço bem claro mas que não chegava a doer os olhos. Parecia enorme de primeira vista, mas da ponta que estávamos, dava para ver o outro lado sem nenhum problema.
— Eu cresci por esse bairro, então conheço tudo com a palma da minha mão. – deu uma risadinha tímida – Aqui é um dos meus lugares favoritos, é tão tranquilo.
Volto meu olhar para o rapaz e parece que todos os meus antigos pensamentos sequer existiram. Minho era tão lindo de ser observado. Estava com o sorrisinho ainda nos lábios e fechava os olhos com calma, respirando da mesma forma, logo voltando seu foco para mim.
Minhas bochechas sempre esquentavam perante ao seu olhar e dessa vez não foi diferente, acabando por arrancar mais uma risadinha alheia e eu ganhando um beijinho onde a coloração se instalava.
— Então, meu bem. O que gostaria de fazer?
— Está calor, né? — me abano de leve, tentando não me matar ali mesmo de tanto sentimento reunido — Que tal a gente comer um sorvete? Oh, já sei! Tem uma coisa que aprendi a fazer com Changbin, não sei se vai gostar!
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Sempre no 23 !¡ minsung
FanfictionTodo dia, Jisung pegava ônibus pra voltar para casa e se sentia privilegiado por poder escolher entre o n° 15, 20 e 23, mesmo que (quase) sempre optasse pelo n°20. Ou Onde Minho amava pegar "seu" n°23, já que o motorista parava de frente ao portão...