Minho*
— Porra, Jisung. – chamo a atenção do rapaz – Como que vou ir pra praia agora?
Aponto para meu corpo, passeando os dedos pelo caminho de hematomas avermelhados e uns roxeados por minha pele.
Já havíamos tomado banho, estava colocando cueca e shorts para entrar na água, mas agora serei obrigado a colocar uma camisa, sendo que está um calor infernal.
Jisung, que terminava de trocar os lençóis da cama, apenas soltou uma risadinha, canalha! Ele estava com um minúsculo shortinhos e sem camisa, já que o estrago de suas costas e peitoral não fora tão grande.
— A culpa é toda sua por ser uma delícia.
— É? Quando for sua vez, não quero reclamações. – ditei por fim, mostrando a língua e saindo do quarto, caminhando até a cozinha.
Vejo todos ali e só então cai a ficha de como a casa não era grande e que talvez todos ali saibam o que tinha acontecido. Tento caminhar mantendo a calma, pois meu quadril ardia como um inferno, mas não poderia demonstrar a real situação.
— Ficaram aí esse tempo todo? – tentei jogar um verde.
— Na verdade não. Ficamos na praia, mas ainda está cedo pra almoçar, então fizemos uma boquinha, vem comer. – Chan disse, puxando uma cadeira para mim.
Agradeci aos céus por aquilo, me sentando perto do rapaz e Jisung fazendo o mesmo ao meu lado, dando um bom dia rápido e começando a comer feito louco.
Achei uma graça, mesmo que não gostando do motivo do azulado ainda não ter comido, redirecionando meu olhar para Felix, que só deu de ombros e continuou a comer em seu próprio mundinho.
Suspiro um tanto cansado, tirando os fios molhados de meu rosto e me esticando para pegar algumas coisas pra comer, cruzando as pernas na cadeira e prestando atenção no assunto aleatório que circulava pela mesa.
— CARALHO! – Hyunjin gritou e antes que eu pudesse ter reação, o rapaz puxou a gola de minha camisa e olhou por dentro, vendo meu tronco todo marcado – POR ISSO VOCÊ QUERIA SABER ONDE ESTÁVAMOS!
— HYUNJIN! – gritei de volta.
Nem consegui dar conta e começou um coral para que eu tirasse a camisa, querendo estrangular o Han, pois este só sabia rir e a bater palma, acompanhando aquela gritaria.
Respirando fundo e tentando manter toda a paz que reina em mim, ajeito a postura e puxo a camisa para cima, sendo acompanhado de mais gritaria, ficando até mesmo um pouco aliviado, aquele calor realmente estava me matando.
— Satisfeitos?
— Meu Deus, o Jisung arrancou um pedaço da sua alma. – Changbin disse incrédulo e pude ouvir a risada de Lix.
— Este merdinha fez de propósito. – aponto para o meliante.
— Por favor, me diga que limparam ao menos a cama. – Jeongin tampava o rosto com a mão.
— Sim, meu bem. Limpamos. – Sung lhe consolou, passando a mão por suas costas.
— Vocês são curiosos demais.
Naquilo, começou a chuva de perguntas inconvenientes, mais gritaria e zoação com a minha cara. Era insuportável mas eu amava aquela bagunça, que se estendeu por todo aquele "café da manhã".
(...)
Já de noite, a casa continuava uma baderna, porém o motivo era a festa qie teria na casa de amigos próximos da faculdade, então todo mundo corria pra lá e pra cá, procurando roupas, acessórios e espelhos para se arrumarem de forma confortável mas bonita.
Como o estilo era obviamente praia, optei por um shorts branco e camisa de botão que estampava céu azul e algumas palmeiras, junto de algumas pulseiras, um colar que pegara emprestado de Jisung e fui do time de ir de chinelo mesmo. Estávamos todos relativamente parecidos.
Assim que nos organizamos, trancamos a casa e saímos andando, pois era na mesma praia, alguns metros de distância da nossa casa.
Era por volta das 22h30, a festa já rolava antes de nossa chegada, a música tocava alto e a amiga de Chan, esta que era dona da casa e nos chamara, nos recebeu e guiou para dentro da casa até a parte de trás, onde a concentração de pessoas era maior e o ambiente era mais espaçoso.
Logo nosso grupo começou a se separar, vendo outras pessoas conhecidas, ou até mesmo para começar a beber, principalmente Felix.
Suspiro com a cena e olho ao redor, sentindo Jisung entrelaçar a mão com a minha, sorrindo de canto e virando o rosto em sua direção.
— Vou pegar uma bebida pra gente. Acho que só conheço você aqui, tem problema ficar juntinho? – disse um pouco alto por causa do som.
— Eu também acho que além dos meninos, só conheço você, então não tem problema. – deixo um beijinho em sua bochecha – Acho que vou ficar naquele cantinho ali.
Aponto para uma das cadeiras perto da piscina, onde o movimento era menor e parecia ser um local aconchegante.
— Belezinha, vou pegar bebidas para gente e te encontro lá, pode ser?
Concordei com a cabeça e tive o beijo na bochecha retribuído, andando em direção ao banco e ele rumo ao bar.
Quando chego em meu destino, suspiro calmo e me sento no banco, olhando ao redor e vendo as pessoas, realmente não reconhecendo quase ninguém, eram alguns rostos conhecidos mas de pessoas que eu sequer sabia o nome.
Relaxo mais o corpo e permito-me pensar em tudo que aconteceu nos últimos dias, sentindo aquele turbilhão de sensações e que eram todas relacionadas a mesma pessoa.
Era difícil entender que Jisung não talvez não tenha sentimentos pela ex, já que um dia está lendo poemas que escreveu pra ela e no outro me trata como se fosse uma joia rara, pois nunca me senti tão especial pra alguém, quanto com ele nessa manhã.
Eles tiveram uma história e mesmo depois de anos, não sei como ele se sente, nunca conversamos sobre isso e nunca sei como começar a dialogar sobre o assunto.
Saindo de meus devaneios quando quase me molham com a água da piscina, me dou conta de que o Han já estava demorando muito pra voltar.
Me ponho de pé novamente e começo a caminhar até o bar, tentando não esbarrar na multidão de pessoas e não me distrair com o trajeto que fazia.
Assim que chego no lugar que estavam servindo as bebidas, desejo profundamente estar sonhando, estar preso em algum pesadelo, pois a vida não poderia ser tão vadia daquele jeito.
Vejo Yeji de frente com Jisung, este que estava de costas pra mim, sentindo meu peito falhar um pouco, não tendo muita coragem de chegar ali e ainda bem que não o faço, pois assim que a mesma me vê, não pensa duas vezes antes de avançar pra cima do rapaz, colando os lábios nos dele sem nenhuma demora.
Não consigo raciocinar direito, apenas saindo do local ao ver as mãos do rapaz se movimentando, realmente não querendo saber qual seria o destino.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sempre no 23 !¡ minsung
FanfictionTodo dia, Jisung pegava ônibus pra voltar para casa e se sentia privilegiado por poder escolher entre o n° 15, 20 e 23, mesmo que (quase) sempre optasse pelo n°20. Ou Onde Minho amava pegar "seu" n°23, já que o motorista parava de frente ao portão...