Minho*
Eu sabia que estava bêbado. Não de cair, mas o suficiente pra ter o corpo amolecido e piscar os olhos de forma mais lenta do que o de costume.
Após resolver o problema que Felix estava tendo, deixei o mesmo com Hyunjin e Seungmin, já estávamos pra ir embora, então combinei de vê-los em poucos minutos na porta do local da festa e voltei a procurar pelo Han, andando (lê-se tropeçando) por entre as pessoas e não demorando a achá-lo.
Era incrível, ou só simplesmente era o álcool, como eu conseguia enxergá-lo em câmera lenta, como cada movida do corpo alheio no ritmo da música, ficava exata e muito bem gravada em minha mente.
Quando finalmente capturei sua atenção, o vi andando em minha direção, percebendo que talvez alguém já não estava tão sóbrio desde o ocorrido no banheiro.
Fui andando até uma parte mais vazia da festa, onde a luz já não se fazia tão presente, apenas o suficiente pra ver quem me acompanhava e juntava a mão na minha.
Meu corpo já fervilhava, minha única vontade era de empurrar aquele garoto contra a aparece e fazer 34 loucuras possíveis, mas não podia esquecer que ainda estava no meio de outras pessoas e, mesmo sendo uma festa de adulto, mantinha meu preconceito em fazer coisas além de bitocas em público.
Não demorei muito pra colocar meu desejo em ação, o encostando na parede escura e um tanto úmida (sério, festas universitárias são realmente insalubres), me encaixando entre suas pernas, tentando manter todo o meu foco do meu lado ainda sóbrio, em meus movimentos, pousando as mãos na cintura perfeitamente desenhada do rapaz e tendo só o tempo de me aproximar de seus lábios para ouvir uma risadinha fanha vir do outro.
— Hm? O que foi, bem?
— Nada, eu estava te querendo a noite toda, Lino.
Notei a forma que fui chamado e dei uma risadinha boba, negando com a cabeça e me afastando um pouco, mas não tirando minhas mãos de seu corpo, dando até mesmo uma leve apertadinha.
— Ganhei até um apelido já, é?
Não continha o riso que vinha junto do dele, este que cobria a boca ao que mostrava os dentes, ainda negando com a cabeça.
— Eu estou te querendo muito, mas faz anos que não dou em cima de ninguém... – era um pouco difícil de acreditar, visto que não deixei de notar o beijo que ele havia recebido de talvez um amigo horas antes – Então mesmo bêbado, só crio a coragem pra dizer que te quero muito mas tenho medo de ser ruim.
— Acho impossível vir algo de ruim de uma obra divina igual você.
Ouvi novamente a risada alheia, sendo minha vez de negar com a cabeça e manter o sorriso idiota no rosto.
— Eu não passo do normal, meu bem. – seu tom já era mais baixo, sentindo suas mãos subirem e enroscarem meu pescoço mais uma vez, tendo alguns dedos da canhota por meus fios que caíam pela nuca.
— Eu gosto do normal... – sussurrei em resposta, não antes de voltar a me aproximar de seu corpo.
Agora não tinha mais pra onde correr ou quem nos atrapalhasse. Fui juntando os lábios aos dele lentamente até não ser possível mais de guardar nenhuma vontade apenas pra mim.
Suas mãos me puxaram ainda mais, nos grudando e quase nos fundindo em um só. Seus lábios devoravam os meus com fervor e eu fazia questão de devolver o beijo da mesma forma e intensidade, suspirando pesadamente quando me separava de sua boca para poder puxar o ar e logo retornava para aquela bagunça que havia entrado junto de Han Jisung.
Desci as mãos para seus quadris e logo arrastei a canhota para sua nádega, não me aguentando em deixar um aperto sugestivo na região, ganhando um arfar alheio como resposta.
Céus, minha pele fervia como um inferno, eu só queria sair dali e ter aquele homem verdadeiramente só pra mim. Com muito custo, fui saindo do beijo para que pudesse falar, recebendo antes, os lábios do loiro em meu pescoço, sequer me importei se ele deixaria marcado ou não.
— E-Eu sei onde você mora... Não quer ir embora? Vai estar só quatro casas pra frente da sua.
Senti a falta dos lábios úmidos e quentes na derme, mas o encarei completamente desnorteado e agradeci por perceber que ele se encontrava da mesma forma.
— Não dá... Venho com meus amigos e volto com eles. Regras. – resmungava como uma criança mimada – Mas você sabe onde eu moro, talvez quando chegar em casa, pode me chamar, tropeçarei na calçada mas estarei em seu portão.
Solto um riso sincero e nego com a cabeça, roubando um selar demorado mas não o aprofundando.
— Infelizmente tenho que ir, por isso do convite. Aproveite o resto da festa, mas mesmo sendo contra, deixarei lembranças minhas pra você.
Puxei um pouco da camisa, que no caso era minha, do corpo alheio e deixei um chupão perto de sua clavícula, lambendo e beijando a marquinha que começava a se formar, fazendo outras mais leves até seu pescoço, não querendo que ficasse algo tão exposto.
— Tchau vizinho...
Sorri minimamente pra ele e me afastei, já avistando o trio na porta do local, caminhando até a saída e suspirando um tanto vitorioso, ainda sentindo o formigar gostoso nos lábios.
— Achei que iriam se comer ali mesmo. – ouvi de Seung enquanto pedia o uber pelo celular.
— Sabe que eu não faço isso no meio das pessoas. Mas vontade não faltou.
— Esse é o nome da sua fanfic, sabia? "Tentando transar com meu vizinho e olha no que deu! Ele caiu?".
Hyunjin falava e ria alto, me fazendo apenas o chutar de leve ma região da coxa, o que quase foi suficiente para o moleque agir como se eu o tivesse atropelado, chorando as pitangas para Felix.
Era engraçado mas não deixava de ser caótico e isso foi tudo o que consegui raciocinar ao que entrei no carro rumo a nossa casa.
— Ele disse pra bater no portão dele e vou fazer isso mesmo.
Bem, só me faltava a coragem de fazer tal ato quando não se tivesse nenhuma gota de álcool na mente.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Sempre no 23 !¡ minsung
FanfictionTodo dia, Jisung pegava ônibus pra voltar para casa e se sentia privilegiado por poder escolher entre o n° 15, 20 e 23, mesmo que (quase) sempre optasse pelo n°20. Ou Onde Minho amava pegar "seu" n°23, já que o motorista parava de frente ao portão...