Por favor, pra esse capítulo, peço pra que escutem footnote e wish you were sober, ambas do Conan Gray. Boa leitura :)
(...)
Já tinha se passado boa parte da festa, Felix estava tão bêbado mas nunca inconsciente, sempre sabia o que estava fazendo e o que estava falando, apenas fingia se esquecer ou até mesmo fazer com que nada aconteceu no dia seguinte. Mas ele sabia e lembrava, sempre lembrava.
Pegando copos de estranhos e os virando, entrelaçando as pernas e rindo para desconhecidos, o moreno descansou os olhos num rapaz cujo serpenteava sua mente quase todas as horas de sua vida.
Changbin estava parado perto de uma janela, tendo um copo quase vazio nas mãos e observando todos ao redor. Já estava um pouco cansado, não gostava muito de festas com aquelas pessoas em específico, achava tudo uma merda, mas não negava que estava se divertindo, apenas um pouco mais distante dos demais.
Assim que Lix captou a sua mira e alinhou sua caça, jogou seu pirulito em algum lugar e cambaleou até o mais velho, surpreendendo este ao ter um sorriso enorme nos lábios e apoiar as mãos em seus ombros.
Deu uma risadinha ao ver o moreno, mas não o tocou, estava sóbrio o suficiente pra saber o que o australiano queria e seu coração não aguentaria mais uma daquelas noites.
— Tenho que te contar um segredo. – o rapaz sussurrou.
— É? Qual segredo?
— Eu sou apaixonado por você. – disse bem baixinho e rente ao ouvido do mais velho, que sentiu todo seu corpo arrepiar.
Felix bêbado sempre falava coisas bonitas, mas era a primeira vez que se declarava diretamente. Bin estava querendo muito acreditar naquilo, mas como teria certeza que não é apenas a bebida? Como poderia pensar que na manhã seguinte, o outro apenas lhe ignoraria? Não queria arriscar seu coração de novo.
— Você está muito bêbado. – tinha a voz falha – Fique sóbrio pra conversar comigo.
Ao que se afastou, Lixie estava completamente confuso, não era a resposta que esperava. Ele não mentiria sobre aquilo, era muito claro que estava apaixonado por aquele homem.
— Não era isso que eu esperava... Que desastre.
– Desastre? Felix, você me fala essas coisas e assim que recupera a consciência, você sequer olha na minha cara.
— Mas eu não estou mentindo, eu nunca mentiria. Nunca falei que estava apaixonado por alguém!
A bebida não estava sendo suficiente em seu sistema, aquilo estava tão real e claro que Lix queria apenas um copo, afastando as mãos do corpo alheio.
— Você beija outras pessoas, bebe de copo de desconhecidos, se declara com as melhores palavras, diz que sou o motivo de seus poemas e adivinha? Nada é real quando você acorda, nada é verídico quando você me vê. Até mesmo surtou quando Jisung te perguntou, você preferiu ferir seu amigo do que falar que sente algo por mim.
— É tudo real! Meu sentimento por você é real! Eu só não sei...
— Não sabe o que? Ficar sóbrio pra me dizer isso?
O moreno se segurava pra não chorar, buscando ao redor algum motivo pra sair correndo dali, buscava por Jisung, que também não estava querendo tanto papo consigo.
Estava triste, estava sem motivos pra continuar ali. Tinha em mente, desde os 15 anos de idade, que ao se apaixonar, teria um amor parecido com "Orgulho e Preconceito", sempre fantasiou o amor, mesmo que não estivesse pronto para senti-lo.
— Você pode não acreditar, mas eu posso sempre escrever pra você. Seja uma nota de rodapé, ou um livro mais romântico possível.
— Isso é lindo, Felix. Porém, eu queria que estivesse sóbrio.
Limpou a bochecha rapidamente, engolindo seco e estrmecendo por completo, se engasgando nas próprias palavras não ditas, não sendo capaz de olhar para o outro.
— Escuta... – Chang continuou – Somos perfeitos juntos mas do jeito que você age, parece que não sou o único.
— Isso não é verdade.
O outro fez sinal para que parasse de falar e o mais novo logo obedeceu, respirando profundamente mais uma vez.
— Você faz eu achar que somos personagens secundários de um romance, aqueles personagens que não ficam juntos e terminam sozinhos. – o mais velho também tinha as bochechas molhadas, não sabia exatamente de onde estava tirando forças para dizer tudo aquilo – Por isso que pra ti, pra sua vida, eu vou ser só notas de rodapé como bem disse.
Antes que o rapaz pudesse se afastar de vez, Felix tomou a iniciativa de puxá-lo novamente e grudar os lábios nos dele com a maior devoção que conseguiria demonstrar.
As mãos de Binnie foram diretamente para a cintura delicada do moreno, apertando a região e o trazendo para mais perto, correspondendo o beijo com o mesmo gosto, vontade e sentimento.
Era um momento bagunçado e cheio de sabor, não queriam se desgrudar porque não saberiam o que poderia acontecer ao saírem da bolha que só havia ambos, mas o ar fez falta e se separaram aos poucos.
— Mais uma vez; isso é muito lindo, Felix. Porém, eu queria que você estivesse sóbrio.
Sussurrou como segredo e deixou um selar na testa alheia, se afastando lentamente e passando as mãos nos olhos, andando até a saída e pegando o caminho de volta pra casa.
Felix continuou no mesmo lugar, sem reação, sem entender onde errou e como errou. Precisava de alguém, qualquer um de seus amigos, ou iria desmoronar ainda mais.
O coração batia tão rápido que parecia sair pela boca, a visão estava turva tanto pelo sentimento, quanto pela bebida. Não sabia o que fazer, o amor da sua vida não acreditava em si.
Andou em passos desgovernados, não tinha certeza se caminhava para o bar ou para onde o moreno estava indo, só sabia que a cabeça não parava, eram tantos sentimentos que optou pela bebida, as vozes tinham que parar, o peso na consciência tinha que sumir, tudo tinha que sumir!
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Sempre no 23 !¡ minsung
FanfictionTodo dia, Jisung pegava ônibus pra voltar para casa e se sentia privilegiado por poder escolher entre o n° 15, 20 e 23, mesmo que (quase) sempre optasse pelo n°20. Ou Onde Minho amava pegar "seu" n°23, já que o motorista parava de frente ao portão...