2

1.6K 246 188
                                        

Jisung*

Depois de mais um dia estressante, chego no terminal de ônibus mais tarde do que o normal, porém o típico de toda sexta feira, já que o professor Kim adorava extrapolar no horário de sua aula e atrasava a vida de todo mundo que morava longe ou só simplesmente queria chegar cedo em casa pra descansar depois de uma semana intensa.

Antes mesmo de chegar onde eu queria, já observava como o ponto do meu ônibus estava vazio, indicando que o mesmo não passaria tão cedo, mas o que mais me desesperou, foi ver o outro, o número 15 acelerar e sair do local.

Fiz birra comigo mesmo, pois nem força pra correr eu tinha, então terminei o trajeto me arrastando, já imaginando o quanto de tempo eu teria que ficar plantado naquele lugar até a espera do próximo, até que tive uma surpresa.

Por milagre divino, o n°23 estava lá. Senti que eu seria capaz de chorar e ainda dar um beijo no velho bigodudo que dirigia aquele ônibus em específico. Só podia ser obra divina.

Eu raramente conseguia pegar aquele ônibus na volta pra casa, era sempre na ida por parar de frente ao meu portão e em finais de semana, mal via a sua sombra quando era de noite, então sempre opto pelo n°20, pois mesmo tendo que subir a imensa ladeira da rua, valia mais por ser sempre um atrás do outro e fazer o trajeto em 30 minutos no máximo.

Não demorei muito pra entrar, dar boa noite ao motorista com o maior humor do mundo e passar pela catraca, sentando num banco qualquer, até porque a graça desse ônibus também, é a falta de pessoas no turno na noite dentro dele, o que quase foi o segundo motivo pelo meu choro de aleluia e vitória.

Não passando muito tempo, o senhorzinho ligou o motor e mais algumas pessoas apareceram, especialmente um garoto também jovem (o que era raro naquele 23, pois tinha mais velho do que qualquer coisa), que claramente demonstrava insatisfação ao me ver.

Não sei exatamente se fiz algo pra ele, mas ele também aparentava ter corrido um pouco, então seja só mau humor de final do dia, mesmo que sua carranca demonstrasse que seria capaz de cometer todo e qualquer crime contra todas as pessoas do mundo.

Quase me caguei ao que o ser assassino sentou do meu ladinho, pedia a Deus com D maiusculo para que me deixasse viver, pois não tinha explicação ter tantos bancos naquele automóvel e ele simplesmente sentar comigo.

Tentei ignorar sua presença e coloquei meu fone, ligando o celular e puta que pariu, que brilho alto era aquele? Pai amado, devo sempre me lembrar de não deixar meu celular na mão do Bang mais uma vez.

Abaixei um pouco daquela luz e comecei a matar o tempo no Twitter, não que tivesse algo de bom por lá, mas era algo que me fazia desligar um pouco e deixar apenas um neurônio pensante em ação.

Não passando muito tempo, eu logo comecei a me irritar por ver tanta notificação dela chegando. Como que pode algumas pessoas serem tão cara de pau, né?

Abri o aplicativo de mensagem e fui pra minha prioridade que claramente se chamava Changbin e comecei a reclamar da vida junto dele, pois compactuo muito com todas as pessoas que possuem a habilidade em reclamar. Reclamava mais ainda por ele ser traíra e só por ter ido de moto, levar o Chan com ele, ignorando completamente o fato de que a aula de ambos tinha terminado uma hora e meia antes da minha.

Mesmo dando boas risadinhas, aquele demônio não parava de me mandar textão. Revirei os olhos e entrei no chat com ela, o que logo me fez perceber que claramente o garoto bravo estava bisbilhotando meu celular.

Não me incomodei, até achei engraçado saber que não era só eu quem fazia aquilo, o cara era realmente bom em disfarçar, talvez eu só tenha percebido por também ter experiência na função.

Sempre no 23 !¡ minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora