Jisung*
A semana tinha passado voando, parecia que o tempo queria brincar com minha cara, não me dando nem a chance de surtar aos poucos e ir me acostumando com a ideia do que o final de semana seria.
Nesses mesmos dias, meu plano de reconquistar a confiança de Minho estava acontecendo, Felix pegara os poemas que lhe dei e me avisava todos os dias que deixava um para que o mais velho pegasse, mas eu não sabia se tinha resultado, pois ele continuava sem falar comigo, seja pessoalmente ou por mensagem. Estava completamente cego sobre o que aquilo poderia significar pra ele.
Enfim, de segunda até sexta, o pessoal de casa simplesmente me ajudava com o surto, já que Binnie e Chan eram bons com rimas e além do meu próprio poema, eu tinha que entregar os das outras pessoas, então não vi problemas de pedir ajuda com algumas palavras para o sentimento que eu queria transparecer.
Jeongin me ajudava a manter a calma, talvez tenha dado certo, porque eu realmente achei que iria explodir a qualquer momento e segundo o Bang, isso quase chegou a acontecer umas três vezes.
Pra falar a verdade, não gostei de quase nada que escrevi, além do tema ser complexo, tinha a sensação constante de que era desprovido de cérebro e que nada parecia fazer sentido, tentava mais do que nunca ouvir os meninos que eu estava indo bem e que daria tudo certo.
Tudo bem que o maior problema seria o poema que eu mesmo leria, pois já era sábado, sentado no banco do n°23, eu ainda continuo sem saber como encerrar o poema, apenas quase chorando com tanto papel por cima de meu colo.
Sinto alguém me olhando mas não vejo ninguém, talvez seja o julgamento por eu estar péssimo e completamente descabelado, roendo as unhas e soltando resmungos baixos.
Vendo que já estava próximo da faculdade, guardo toda aquela papelada, organizando separadamente os poemas dos outros alunos que os leriam e logo desço do transporte, caminhando para o refeitório do campus, me encontrando com Felix em uma das mesas.
— Está uma merda, simplesmente horrível.
— Cala a boca! – me deu um tapa, segurando o papel na outra mão – Isso é uma das coisas mais lindas que eu já li em toda a minha vida!
— Por favor, leia no meu lugar! Seja o tal do Han, por favooor. – tento jogar um charmezinho.
— Nada disso, você vai subir naquele palco e vai ser o maior escritor de todos.
— Eu não sou escritor.
— É sim e um dia será o mais renomado de todos! Quando você ficar rico, irei largar tudo e vou morar com você, viver da sua fortuna.
— Bem pouco folgado, né?
— É seu dever sustentar seu bestie!
Reviro os olhos e guardo o papel de novo, percebendo que já estava todo me tremendo, bebendo um pouco de água da garrafinha alheia e tentando juntar forças pra entrar no salão do evento.
Passado alguns minutos, chega oomento crucial, então junto de Lix, ando para a entrada do local, vendo que Minho estava na entrada, esquecendo completamente que ele fazia parte da atlética, querendo morrer naquele exato momento.
— Eu esqueci que ele estava aqui! – sussurro pro outro.
— Isso deixa as coisas melhores ainda!
Todo animado, o rapaz me empurrou pra frente, ficando rente da mesinha que Minho estava, este que sequer levantou o olhar da folha que deduzi ser a lista de presença.
— Olá! Nome, por favor?
— Que nome? – foi a única coisa que minha mente conseguiu processar.
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Sempre no 23 !¡ minsung
Fiksi PenggemarTodo dia, Jisung pegava ônibus pra voltar para casa e se sentia privilegiado por poder escolher entre o n° 15, 20 e 23, mesmo que (quase) sempre optasse pelo n°20. Ou Onde Minho amava pegar "seu" n°23, já que o motorista parava de frente ao portão...