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- O cara do pornô, ele era um animal - Diz o atendente Mickey, da loja onde Neely foi morto - Ele já chegou batendo e disse: fale meu nome, fale meu nome...

É claro que Sam e eu já sabíamos que o jovem estava "enfeitando" um pouco a história toda.

- Tá! Quando... O cara do... O cara do pornô entrou, ele disse alguma coisa? - Pergunto

- Cadê o pornô?- Mickey fala como se fosse óbvio

- Foi só o que ele disse? - Sam questiona e o atendente afirma que sim

- Ele comprou alguma coisa? Usou cartão de crédito? - pergunto enquanto o jovem continua nos olhando com cara de idiota, negando com a cabeça.

- Nada? Quer dizer, que um cara entra, mata outro cara na sua loja, na sua frente... - Sam parece um pouco irritado agora - E você só o quê? Fica observando?

- Você quer dizer quando o cara do pornô esfaqueou o outro cara até a morte bem na minha frente enquanto eu estava borrando a droga da minha calça favorita porque eu estava pensando que era o próximo? - ele tem um ponto - Não, não falei nada e nem perguntei.

Suspiramos desanimados, com a sensação de termos voltado a estaca zero, sem nenhuma pista que pudesse nos levar até o demônio que estava usando Dean como casca, até que Mickey se lembra de algo.

- Podem me fazer um favor? - ele diz pegando alguma coisa no balcão - Eu achei esse celular de baixo do jornal, acho que era do cara que morreu. Se vocês voltarem para a delegacia...

- Claro, nós levamos! Muito obrigada por sua cooperação - pego o aparelho sorrindo enquanto vou empurrando Sam para fora da loja

Já do lado de fora, apoiados no carro, começamos a vasculhar o aparelho, até que encontramos uma mensagem

Winchester, Amherst junction, Wisconsin
Vida longa para Abaddon

- Eu vou ligar! - diz Sam

- Espera! - pego o celular e conecto ao rastreador no meu próprio aparelho - Agora pode ligar! - digo devolvendo o celular á ele.

Ele põe a chamar no viva voz e não demora até que alguém atenda. Uma voz bem conhecida nos faz franzir as sobrancelhas.

- Você está morto! - diz Crowley tendo visto o número de Drew Neely no visor

- Não! Só estou usando o celular do morto - Sam responde

- Alce... Você demorou! Seu irmão e eu até imaginamos que você atropelou outro cão. Você sabe - Crowlei provoca fazendo Sam travar o maxilar

- Meu irmão está morto, Crowlei. Eu sei que você colocou um demônio desfilando por aí no corpo dele, mas pode acreditar, você vai pagar por isso.

- Alce, Alce... acho que você não se permite sonhar alto o bastante. Seu irmão está muito vivo! - Sam e eu nos olhamos confusos - Cortesia da marca! A única alma demoníaca dentro do Dean, é dele e só dele. Um pouco perversa, meia mutilada para se perceber, mas posso garantir, é só dele. Está se sentindo melhor agora?

- E os aliados de Abaddon que você mandou para matar o meu irmão? O que o Dean acha dessa traição?

- Se é isso que acha que aconteceu, está mais por fora do que eu pensei.

- Eu não sei como você fez isso... Que tipo de magia negra pesada você usou..., mas escuta aqui, eu vou conseguir salvar o meu irmão ou vou morrer tentando.

- Sabe o que me diverte em tudo isso? O que realmente massacra você. Você não liga se ele é um demônio. Você já foi um demônio, nós todos somos demônios. Não, é que ele está comigo... E está se divertindo como nunca. Você não suporta o fato dele ser meu.

- Ele não é seu brinquedo!

- Brinquedo? Ele é meu melhor amigo, meu parceiro no crime. Vão fazer canções sobre nós e quadrinhos. As desventuras de Crowlei e esquilo. Dean winchester me completa e isso faz você sair do sério.

- Eu vou achar você! Eu vou conseguir salvar o meu irmão... e depois vou atrás de você para acabar com a sua raça.

- Ora, esse é o "X" da questão, não é? Me achar! Boa sorte com isso.

Crowlei encerra a ligação e Sam me olha com esperança.

- Eu consegui! - mostro a tela do meu telefone que exibia um mapa - Tenho a localização dele.

Pegamos a estrada novamente, agora rumo à Beulah em Dakota do Norte. Ainda não conseguia entender como Dean poderia estar vivo e ser um demônio ao mesmo tempo. Como iríamos salvá-lo? Como iríamos livrá-lo do que seja lá o que o Crowlei tenha feito?
Sou tirada dos meus pensamentos, com Sam insistindo para assumir o volante, já que eu estava dirigindo a muitas horas e fizemos somente uma parada até então. Eu tinha pressa, mas realmente estava muito cansada, meus olhos pesavam e ainda faltava pelo menos quatro horas para chegarmos. A noite escura junto ao meu cansaço, contribuíram para eu aceitar trocar de lugar com Sam.

Seu braço imobilizado aumentaria as horas para chegarmos, mas eu preciso repor minha energia para um encontro com o Dean, principalmente, um Dean endemoniado e de quebra, com a marca de Caím. Que Deus me proteja, esse foi o último pensamento que tive antes de cair em sono profundo.

Uma hora mais tarde, acordo após sentir o carro dar um solavanco.

- O que houve? - pergunto ainda sonolenta, tentando entender o que estava acontecendo

- Eu... não sei! O carro simplesmente parou. - Diz Sam, tão confuso quanto eu. - Vou dar uma olhada.

Ele desce e eu não aguento ficar esperando, então desço também.

- Sério? Ele escolheu logo aqui para enguiçar? - digo cruzando meus braços olhando a escuridão ao nosso redor. Nosso trabalho já nos mostrou muitas vezes que nada de bom acontece com carros que param do nada em estradas escuras.

Paramos em frente ao carro e eu levanto o capô no mesmo instante em que um carro estaciona atrás do nosso. Um homem jovem, talvez da idade de Sam, se aproxima perguntando se gostaríamos de ajuda.

Geralmente, eu sou bem mais desconfiada que Sam, mas não pensei em nada, só queria consertar essa coisa e chegar até o Dean logo.

- Estes carros novos com cérebros computadorizados... - o homem diz analisando o motor - Um zero fora do lugar e a coisa toda já era. - Sam e eu concordamos com um sorriso discreto. - Ah! Olha, ali está o problema.

- O que é isso? - pergunto ao notar a pequena luz vermelha sobre a bateria do carro.

- Uma chave de segurança! - o homem responde - E esse é o controle!

Vi o pequeno controle em sua mão logo antes de sentir seu punho me atingir e tudo se apagar.
Eu tinha razão, nada de bom acontece em estradas escuras.

 Eu tinha razão, nada de bom acontece em estradas escuras

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A Nefilim e os Winchesters Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora