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Dean

Uma semana agonizante se passou. Procurando por Amara e tendo sonhos assustadores e sem sentido. Ou talvez, até faça algum sentido se for considerar tudo o que ouvi da S/n quando paramos naquela estrada.
Por mais que eu faça um esforço para não pensar nisso, minha mente traidora me leva a imaginar tudo que ela descreveu.

Imaginar ela sofrendo daquele jeito, era o suficiente para amenizar a raiva que eu sentia por ela ter me abandonado. E ela nem havia contado tudo ainda. Sei que o espinho é bem mais profundo e que terei que ir com calma se quiser tirá-lo sem que nos machuque ainda mais.

Seja o que for que tenha acontecido, ainda a perturba. Ela não apareceu mais no bunker e tenho quase certeza de que está me evitando. Já que quando voltou para ajudar Sam a arrumar a biblioteca, não deu chance para ficarmos sozinhos e foi embora assim que colocou o último livro no lugar.

- Sam! - chamo meu irmão que estava sentado à minha frente com os olhos focados no laptop. Ele me olha rápido, sinalizando estar me ouvindo. Limpo a garganta e tento parecer o mais desinteressado possível - Por onde anda a sua amiguinha? Ela... não apareceu mais por aqui.

- Qual é, Dean? Está com saudade? - ele sorri debochado enquanto o olho de cara feia. Arrasto a cadeira no chão, pronto para me levantar e sair - Tá! Desculpa, desculpa. Senta aí! Foi mal, eu não resisti. - ele espera que eu me sente novamente antes de soltar um suspiro e continuar - Ela... está fugindo, Dean!

- Fugindo? De quem? - estou confuso

- Talvez, não de quem e sim do quê. Ela está caçando. Enfiou a cara no trabalho para não ter que pensar ou falar sobre o que incomoda. Não parece familiar?

- Ela disse isso? - ignoro a alfinetada

- Não, não disse! Mas sei que é isso que ela está fazendo, porque é exatamente o que você faz.

- Hiii, olha lá! Vai começar!

- Dean, Depois de tudo que aconteceu, você não falou se quer uma palavra. Nada sobre o período que esteve possuído, ou com a marca e agora sobre a Amara... Nem mesmo sobre as coisas que a S/N te contou - Sam sabia que havíamos conversado só não contei sobre o quê - Dean, eu sei que você acha que ser forte significa aguentar tudo sozinho e neste ponto a S/n não é diferente de você. Todos temos nossos demônios, e às vezes o passado pode ser mais doloroso do que podemos imaginar. Talvez ela esteja tentando proteger você ou a si mesma, não falando sobre isso - ele suspira - Cara, dê tempo ao tempo e aí...

- Tempo, Sam? Passei cinco anos achando que ela estava morta. Cada dia vivendo um inferno. Eu só quero que ela diga alguma coisa, qualquer coisa que faça sentido.

- Eu sei, Dean. Só que às vezes, as feridas são tão profundas que levam tempo para cicatrizar. Dê a ela esse tempo, por mais difícil que seja. Forçar a barra só vai afastá-la. É o que quer?

- Eu não sei, Sam. Eu só... não sei!

Sendo sincero - pelo menos comigo mesmo - tenho pensado muito nisso, nessa última semana. Sobre o que realmente sinto ou que quero, agora que ela está aqui.
Eu estou feliz por ela estar viva? Muito! Eu ainda a amo? Tenho cada vez mais certeza de que sim! Eu sou capaz de perdoar o que ela fez? Não sei!
É isso que me mantém na beira do abismo. Se eu me jogar, mesmo sem conseguir ver o que me espera, sei que estaria mais perto dela e do que um dia nós tivemos. Mas meu orgulho, sempre lança uma corda para me puxar de volta.

As rugas na testa do meu irmão me chama comportamentos estranhos e agressivos antes de apareceram sem vida.

- Sem alma?

- Pode ser...

- Tá e onde a S/n se encaixa nessa história?

- É que foi exatamente para essa cidade que ela disse que ia - ficamos alguns segundos em silêncio, tentando entender o que estava acontecendo - Vou ligar para ela!

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⏰ Última atualização: Oct 31 ⏰

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