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Dean

Após nos livrarmos dos corpos e deixarmos a cabana habitável para os próximos caçadores que precisarem dela, voltamos para Lebanon.
Decidimos, pelo bem da Charlie, que seria melhor ela passar alguns dias no bunker. Era mais seguro para ela enquanto se recuperava do seu ferimento.

Estou exausto! Todos nós estamos. Não dormimos à... sei lá, talvez umas trinta horas. Mas quem está contando?
Ao descer as escadas da entrada, S/n passa por nós, ajudando Charlie e a levando para um dos quartos para que possa descansar.

Observo elas se afastando e lembro de como me senti ao ver a S/N chegando em Des Moines. Por um momento eu gostaria de ter esquecido tudo. A marca, as mentiras... Tudo! Apenas ter ela nos meus braços mais uma vez.

- Manda ela embora - exijo ao Sam assim que elas desaparecem pelo corredor - Não quero a S/n por aqui

- Dean...

- Não dá, Sam - jogo a mala com armas sobre a mesa do mapa - Não posso ter ela por perto enquanto eu tiver com essa coisa no meu braço.

- Tem medo de feri-la - ele afirma

Eu evito olhar para ele. É claro que tenho medo. Na verdade, tenho medo de ferir qualquer um deles. Isso está cada vez pior. A cada dia que passa, está ficando mais difícil de controlar.

- Manda ela embora - dou mais um aviso antes de me afastar em direção a cozinha

A mágoa me corrói, talvez mais intensa que a própria marca de Caím. E eu tenho medo desse sentimento na minha atual circunstância.
Eu estou uma bagunça, essa é a bem da verdade. Ao mesmo tempo que quero olhar para a S/n, quero arrancar meus olhos antes que eles possam fazer isso.

Tenho uma lista gigante de perguntas para fazer a ela, mas meu orgulho ferido é dez vezes maior.
Eu quero ela longe, mas meu coração é um traidor, assim como o meu corpo que se arrepia inteiro só por sentir o perfume dela.
Sacudo a cabeça para afastar qualquer pensamento. Preciso é de algumas horas de sono. A falta dele só torna as coisas ainda mais difíceis.

Preparo um sanduíche, pego uma cerveja e deixo tudo no meu quarto. Melhor tomar um banho antes de comer e me jogar na cama.
Não sou muito de ligar para isso, mas hoje sinto que preciso de uma água quente para me ajudar a relaxar.
Pego uma toalha e meu roupão chique dos homens de letras e rumo ao banheiro.
Coloco a mão na maçaneta e abro a porta com tudo. O que eu não esperava é que alguém tivesse tido a mesma ideia.

Travo na soleira da porta, enquanto meus olhos passeiam por um lindo corpo em uma calça jeans moldando a bunda.
Ela estava de costas, atando os ganchinhos do sutiã. Havia recém saído do banho. O cabelo ainda preso num coque.
Ela se vira e dá de cara comigo ali, parado na porta, quase arrancando a maldita maçaneta fora, tamanha era a força com que eu a apertava.

Meus olhos passeiam pelo seu corpo. Até chegar no pelo par de seios cobertos pela renda preta. Tão redondos, macios... Daria tudo para...
Algo no vão entre eles, me chama a atenção.
A longa linha que começava abaixo de seu esterno e terminava na altura de seu estômago, fez franzir a minha testa.

S/n percebe o que havia prendido a minha atenção e se põe em movimento, colocando rapidamente uma regata branca e a camisa de flanela vermelha por cima.

- Desculpe, a tranca da porta está quebrada - ela justifica nervosa. Enfiando suas coisas na mochila

Dei espaço para que passasse por mim, quando vi a pressa dela em sair daquele banheiro. Ao passar por mim, minha mão agarra seu braço.
É quase por instinto, pois minha boca não consegue produzir som algum. A mente borbulhando cheia de dúvida e perguntas que eu gostaria fazer, mas não consigo.

A Nefilim e os Winchesters Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora