Continuação do livro A Nefilim e Os Winchesters.
Ao escutar a voz angustiada de Sam, S/n resolve sair das sombras e voltar aos Estados Unidos para ajudar seu amigo a encontrar o irmão.
Ela sabia que seria difícil explicar que não estava morta. E qu...
Volto ao meu apartamento e me jogo no sofá. Os cacos do copo que joguei contra Crowley ainda estão espalhados pelo chão. E falando no demônio, ele se materializa bem na minha frente me fazendo revirar os olhos, impaciente.
— Olha só... antes que você venha encher meus ouvidos com abobrinhas, já adianto: não sei onde está a espada e também não tenho nada a ver com a mentira que Dean te contou. — Digo olhando sua cara amarrada
— Você e Dean! Próximos de novo... — ele diz me fazendo rir
— Muito longe disso, querido Taz — ele odeia quando o chamo assim. E eu? Ahh eu adoro irritá-lo quando eu mesma já estou por um fio de explodir — Já disse que não sei de nada então fala logo o que você quer e dá o fora. Ah! E faz o favor de PARAR DE INVADIR A MINHA CASA.
Só que o maldito não diz nada. Ao invés disso ele desaparece. Se não o conhecesse, até poderia dizer que só veio conferir como eu estava.
Sinceramente, eu não sei o porquê de ainda não ter enchido esse lugar de sigilos e armadilhas, como faço em qualquer lugar novo em que fico. Toda essa situação com Dean deve ter mexido com a minha inteligência e meu bom senso, só pode. Preciso cuidar disso.
Os dias que se seguiram, formaram uma nova rotina, que intercalava pesquisas pela marca de Caím, conversas com o Sam por telefone e caçadas. Sim, caçadas. Afinal, é isso que eu sou, é isso que me tornei. Uma caçadora que está sempre procurando alguma coisa para mantê-la em movimento. Manter os pensamentos e memórias ruins bem distantes.
Foi num dia desses, saindo do banho após chegar de uma caçada épica a um Djim, que Sam bate a minha porta. Trazendo com ele algo inesperado. Uma carta de alguém especial.
Olá, minha menina! Castiel me contou sobre você. Eu poderia estar furioso por você nunca ter me procurado. Na verdade, eu estou bem furioso com isso, mocinha. Mas, estou ainda mais feliz de que possa estar aí ao lado dos meus meninos. Não sei o que aconteceu com você, mas sei que seus sentimentos são puros. Sempre foram. Jamais faria algo para machucar Sam e Dean. Você ama Dean, e aquele idiota também ama você. Então, vou te pedir uma coisa. Não desista! Seja menos cabeça dura que ele e lute por vocês. Sei que fará tudo para ajudá-lo e tenho muito orgulho da filha que o destino colocou no meu caminho. Fique bem! Com carinho, Bobby!
— Bobby... — sussurro com os meus olhos cheios de lágrimas após ler o papel que Sam havia me entregado — Como...?
— Longa história! — diz Sam se sentando ao meu lado no sofá — resumindo, ele e Castiel invadiram o Céu e libertaram Metatron
— O quê? — o olho confusa — Metatron? O escriba? O cara que matou Dean e estava preso no céu? Soltaram ele por quê?
— Para forçá-lo a falar a cura da marca! — ele diz desanimado — Mas ele não sabe! Pelo menos ele disse que ainda tem um pouco da Graça de Castiel. Estão a caminho de onde ele escondeu.
— Espero que Castiel não vacile com esse cara! E o Dean? Como ele está?
— Está piorando, S/n! — A testa do Sam tem vincos de preocupação com o irmão — Eu preciso voltar! Eu disse que só vinha comprar comida.
— Me liga se souber de qualquer coisa, ok? — Digo me levantando do sofá juntamente com ele — Sei que Dean não me quer por perto, mas quer saber? Eu estou pouco me importando.
— S/n... eu acho que, o que ele tem, é medo de ferir você — eu o olho tentando entender se aquela opinião era fundada em alguma coisa — Ele anda tendo pesadelos. Na última vez, antes de eu sair atrás de Metatron, acordei no meio da noite, com ele gritando. Me levantei correndo e ao chegar no quarto dele, ele tinha o punho cerrado, gritava seu nome e a palavra "não" diversas vezes. O desespero... — eu respiro fundo ao ouvir o relato — Acho que ele está lutando contra isso.
Depois disso, Sam se despede e me deixa ali sozinha, com o meu pensamento já cansado de tentar achar algo que possa livrar Dean dessa merda de marca. O sentimento de impotência me dominando a cada segundo. Seguro forte a carta de Bobby contra o meu peito.
— Não vou desistir, Bobby! — sussurro para o silêncio do apartamento — Eu prometo!
Depois de uma noite mal dormida — o que já é até normal para mim — tomo o meu café enquanto ligo o computador, me preparando para mais um dia de pesquisa até que apareça uma solução ou um caso novo.
Mas não tenho nem tempo de começar, logo recebo uma ligação do Sam, dizendo apressado que havia surgido algo importante e pedindo para eu ir até o Bunker.
Não demora para que eu chegue lá. Entro, desço as escadas e logo já dou de cara com Dean, arrumando algumas coisas em mochilas sobre a mesa da biblioteca.
Me aproximo com cautela, apenas observando-o se movimentar. Tão bonito, tão concentrado. Aproveito para reparar com calma, o seu corpo. Seus ombros estão mais largos, seus braços mais fortes marcando a camisa Jeans que ele usava. Com certeza, não é mais o mesmo jovem que eu conheci. Mas devo dizer que o tempo foi generoso com sua aparência. Ele então nota minha presença e nossos olhos se cruzam. Ele deixa um suspiro pesado escapar de seu peito.
— Imaginei que meu irmão te chamaria — ele diz guardando uma caixa de ferro em uma das mochilas
— É... ele pediu para que eu viesse. Disse que tem novidades importantes.
Ele não diz nada, e o silêncio toma conta da sala. Me viro, prestes a sair dali e procurar por Sam. Mas ao ouvir Dean, eu paro.
— Por quê? — ele simplesmente pergunta. Eu volto a olhar para ele e me surpreendo com o seu olhar intenso sobre mim — Por que voltou? Por que só agora?
— Eu... achei que Sam havia lhe contado tudo.
— Eu quero ouvir de você e não dele. — havia tanta mágoa em sua voz. Ele mal conseguia falar uma palavra sem que o maxilar ficasse marcado
Mas nossa conversa é interrompida. Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, Sam aparece carregando uma caixa cheia de arquivos. Se notou o clima tenso, decidiu ignorar.
— Que bom que veio! — ele diz largando a caixa sobre a mesa — Está pronta?
— Claro! — digo sem pestanejar - Mas para quê?
— Vamos á Des Moines. Uma amiga está precisando da gente e está em uma das cabanas que Bobby mantinha por lá. — explica Sam — Ela diz ter encontrado um livro que pode ajudar Dean
— Ela não vai! — Dean fala fechando as bolsas
— Eu vou sim!
— Não acha que é meio tarde para se importar? — ele pergunta
— Talvez! Mas eu não estou procurando por seu perdão ou sua aprovação. — posso ver seu maxilar tensionando mais uma vez, parece que é algo que ele aprendeu a fazer frequentemente e que estou começando achar... interessante — Essa marca é do mal, e caçar o mal é o meu trabalho. Então... — digo pegando a chave do carro no meu bolso. — Eu sigo vocês. A não ser que você queira me dar uma carona no ímpala
Sorrio, brincando com o perigo. Definitivamente, meu bom senso foi pelo ralo. Dean passa por mim, quase bufando, enquanto recebo um olhar de repreensão de Sam.
Sei que é arriscado querer se manter ao lado de alguém que está magoado com você e que está tentando manter sob controle, seu instinto assassino. Mas, após ter voltado, fico me perguntando como pude ficar tanto tempo longe, se tudo o que eu queria era estar nem que fosse no mesmo ambiente que ele?
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Dois capítulos seguidos essa semana. Não vejo a hora desses dois se acertarem ( se é que vão, né). 😬