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- Ele está certo! - digo após longos minutos do mais pesado silêncio. Atraindo o olhar incrédulo de Sam

- Só pode estar brincando! - ele diz

- Sam, Você viu como ele fica com a presença desse livro. Ele mesmo assumiu que não reage bem.
Essa coisa... isso é magia negra da pesada e você sabe que isso costuma ter um preço bem alto. E não vou nem falar sobre os Stynes.

- Tá! Eu entendo, você não quer piorar a sua situação com Dean - ele alfineta, mas eu compreendo como ele está se sentindo, então, relevo - Mas... caramba! É da vida dele que estamos falando.

- Sam... - respiro fundo - Se eu quisesse bancar a boa moça e reconquistar o Dean, eu teria dito tudo isso na frente dele.

Para a infelicidade de Sam, Charlie resolve expor o que pensa.

- Eu concordo com ela! - ela diz fazendo Sam jogar as mãos pro alto e se virar bufando - Sam... você não viu do quê essa família maluca é capaz. Eles são do mal e estão atrás desse livro maldito. A gente precisa destruí-lo

Sam anda impaciente de um lado a outro, absorvendo nossas palavras

- Quer saber? Eu vou pegar mais lenha - ele diz um pouco desanimado. Entendo que é só uma desculpa para poder pensar melhor.

- E agora? - ela pergunta assim que ele sai porta afora.

- Eu conheço esses dois - digo me jogando no sofá - São capazes de tudo quando se trata de salvar um ao outro. E Sam... Sam se sente culpado por não ter procurado por Dean quando ele foi parar no purgatório. E recentemente, parece que Dean o salvou e Sam não reagiu bem. Disse coisas... coisas que magoaram o Dean. - dou um meio sorriso - Sam diz que eu quero me redimir, mas acho que é ele quem precisa disso.

Com cuidado ela se senta ao meu lado. Ainda segurando a barriga com uma das mãos.

- Então... - ela começa - Sobre o que Sam disse sobre você e o Dean... sobre você não querer piorar a sua situação. Está... tão ruim assim? - apenas a olho como se dissesse "o que você acha?" - Poxa!... O amor de vocês nos livros era tão bonito. - lamenta

Impossível discordar.
Muitas vezes, as lembranças do que vivemos juntos, foi o que me fez continuar viva.
Depois dos pesadelos, eu sempre acordava querendo morrer, sumir...
Mas aí, eu pensava em um lindo par de olhos verdes, no sorriso mais lindo do mundo, nos beijos que só aquela boca podia me dar, nas conversas gostosas após nos amarmos...

- É... era sim! - digo depois de um suspiro dolorido demais deixar meu peito - Ele parece gostar muito de você. Os dois gostam!

- É... também gosto muito desses dois cabeças duras, sabe? - da para ver em seu sorriso, o carinho que ela tem por eles - Mas olha, fica tranquila, o amor que tenho pelo Dean, é de irmão, viu? Ele não faz o meu tipo

- Tudo bem, Charlie. Seu tipo é mais o Sam? - pergunto mesmo achando que não é isso que rolava entre eles.

- Não, de jeito nenhum - ela dá uma risada que não dura muito, pois seu ferimento a lembra de que ele está ali. - Na verdade, você faz mais o meu tipo. Se é que me entende

- Ah! Bom... desculpe você não ser o meu - consigo arrancar mais um sorriso dela - Você parece ser uma garota legal, Charlie. Espero que encontre alguém a altura.

- Valeu! Eu também espero! Mas essa vida de caçadas... - ela parece ficar pensativa por um momento - Mas... E aí? Você e o Dean já tentaram conversar? - apenas nego com a cabeça - Vocês precisam se entender! O amor de vocês é como aquela linda florzinha solitária que teima em nascer em meio as pedras. - ela diz com um sorriso sonhador nos lábios - Ela está cercada por dificuldades, mas segue firme ali, trazendo delicadeza para a paisagem fria e hostil. Vocês dois juntos, são tudo o que esse mundo tão sombrio precisa! São como Lois e Clark.

A Nefilim e os Winchesters Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora