Circo

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  "Gosta de ovo batido?" - Diz irônico fudendo obcenamente o ar.

  Essa é apenas uma das inúmeras frases de duplo sentido que Philip vive disparando contra mim ao longo do dia.
  Me chamo Dominique, tenho 17 anos e sou de família circense, desde pequeno ajudo meus pais com o circo, operando nos espetáculos e dando uma mãozinha nas mudanças malucas que fazemos por todo o país.
  Este semestre estamos instalados em São Paulo capital, com um show programado cujas expectativas são altíssimas. Pretendemos com o valor arrecadado dar início a uma turnê mundial começando nos EUA.
  Ou seja, há muita coisa em jogo e não podemos deixar oportunidades escorregarrem dos nossos dedos agora que chegamos tão perto.
  Alguns anos atrás um garotinho perdido comia nossas pipocas escondido todo espetáculo, depois fugia e voltava com a mesma roupa suja no corpo dias depois para roubar mais alimento. Descobrimos com muito custo que ele não havia família, que vivia em condição de rua. Meus pais muito bondosos e comovidos com a dificuldade do menino resolveram ajudar, dando abrigo, emprego e comida.
  E foi assim que Philip, hoje um homem já adulto de 27 anos, entrou para essa vida muito louca de circo com a gente.

- Como vão os preparativos, Dom? - Surge ele abrindo os panos brilhantes da minha tenda.

- Tudo indo como planejado. - Digo passando um paninho na cartola de mágico que uso. - E você?

- Estou tranquilo, apenas um pouco tenso. - Sorri nervoso.

- Não é fácil ser o palhaço principal do espetáculo, né? - Viro minha cadeira para trás arqueando as sobrancelhas.

- Eu dou um jeito, rapazinho!

  Sorrio alegre quando Philip passa sua forte mãos em meio aos meus cabelos esverdeados.
  Gosto muito de sua companhia, é contagiante. Não é atoa que seu número se tornou o mais querido da plateia.
  Além de carismático, possui um corpo belíssimo, cabelo, barba e bigode ruivos como fogo, lábios grossos e sorriso afiado, se mantendo irresistível até mesmo com a fantasia de palhaço que estava vestindo agora.

- Espero conseguir fazer o truque do coelho, sempre me atrapalho um pouco...

- Mas acaba saindo no final.

- Sim, porém não há espaço para erros, Philip. - Me levanto, ficando baixinho se comparado com seus 1,97cm de altura.

  Gentilmente o rapaz sorri, vindo até mim com um abraço apertado onde mergulho em seus músculos quentes e macios.
  Respiro fundo, ando bastante tenso com tudo o que tem rolado, querendo ou não é bastante pressão.

- Sei que vai mandar muito bem. Mas, por enquanto, vê se relaxa. Estar tranquilo também é crucial para um bom espetáculo, baby.

  Engulo seco, sempre que ele me chama assim sinto meus pelinhos arrepiando como se uma corrente elétrica percorresse toda minha pele.

- Obrigado! Tem razão, preciso mesmo dar uma relaxada...

- Posso te ajudar de alguma forma? - Lentamente seus olhos desvião a atenção, ficando agora em meus lábios brilhantes.

- Eu... Não sei... Acho que...

- Qual é, somos amigos já a tanto tempo... Sabe que faço qualquer coisa por você, Dom!

  Tocando a lateral de meu pescoço Philip se aproxima mais do que de costume, mesmo que ele viva fazendo brincadeiras tontas do tipo pegar minha mão e por no seu pau, ou dedar minha bunda sempre que não tem ninguém olhando, dessa vez é diferente.
  Dessa vez seus lábios estão a centímetros de distância dos meus.
  Milímetros...
  Separados por um fio...
  E enfim, unidos em um beijo profundo, cheio de desejo e pegada, seus braços envolvem meu tronco quase que me pegando no colo, erguendo meus pés do chão por alguns instantes.
  Que loucura, estou beijando o cara mais gostoso e safado de todo elenco circense, passei minha adolescência inteira fantasiando, me masturbando e até tentando espiar seu corpo viril e suado no camarim quando tirava sua fantasia, e agora finalmente está acontecendo.
 
- Uau... - Respiro ofegante.

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