EROTIC GAY STORIES

Minotauro & Elfo

  Os céus mesclados em belos tons de violeta e azul anunciavam a chegada da mística noite com o surgimento das três Luas de Sangue, que se erguiam no horizonte próximo a superfície do planeta Netheris, perto o bastante para que suas crateras recheadas de drusas brilhantes e acesas como fogo fossem visíveis a olho nu.
  A lendária Floresta dos Mil Mitos se movimentava em perfeita harmonia, seus mais variados ramos de plantas jamais imaginadas nem mesmo pelo mais fértil imaginário humano se estendiam parecendo não ter fim, com árvores imensas e troncudas conectadas umas às outras, cipós espirais floridos com pequenos botões rosados despencavam das copas e dançavam no ar em comunhão com as ninfas fluorescentes que em seu néctar poroso se deleitavam.
  Porém, toda a calmaria ambiente se vai por um repentino segundo, quando a criatura rápida e mística surge atravessando o campo de flores cônicas a plenos pulmões, abrindo caminho na vegetação que agora ferida liberava uma nuvem de esporos emissores de melodias no ar, logo também atingidos por um segundo ser, muito maior do que o anterior e notoriamente mais bruto.
  Ofegante e motivado pelo lado mais primitivo de sua natureza entregue ao libido, um dos Minotauros da longínqua Tribo Cachoeiras de Mel galopava com suas duas pernas musculosas dotadas de um par de cascos endurecidos como pedras, afundando sua profunda pegada na terra cheia de estilhaços de quartzo que formavam o solo.
  Desviando dos galhos retorcidos e recheados de musgos e teias cintilantes de aranhas, o pequeno elfo podia ouvir não muito distante o resfolegar bruto da fera metade touro e homem.
  Atento com suas orelhas pontiagudas girando para lados opostos, cuidadosamente ouvia arisco o silêncio que repentinamente se formara naquele labirinto de vegetação densa e camuflada.

- Pelos Sete Deuses... Onde ele foi parar? - Suas pupilas arregaladas, verdes como esmeraldas brutas buscavam algum sinal de movimentação.

  Uma mecha do seu cabelo liso caia sobre seus olhos, parecendo um pequeno punhadinho macio de grama brilhante.
  Quando seus batimentos cardíacos enfim começavam a se estabilizar outra vez, uma explosão de madeira e lama logo a frente revela o minotauro que com apenas uma golpe abre passagem direta até o pequeno ser da floresta em meio àqueles arbustos.
  Agora mais perto do que nunca a criatura de quase três metros de altura se sustentava em pé sobre suas fortes patas de touro amarronzadas, seu corpo escultural e formado por músculos exavalava forte cheiro de homem, ao mesmo tempo em que suas bufantes narinas esticadas como as de um focinho animal remetia ao fato de que estava longe de ser um.
  Seu peito farto estufava para frente, com pelos que encaminhavam para baixo por entre os gomos de seu abdômen trincado, rumo ao seu grotestoco pênis de natureza monstruosa excitado como uma lança. Deveria ter por volta de seus quase 40 centímetros de comprimento, robusto e troncudo, repleto de pelagem animal amarronzada e com um par de bolas penduradas por um escroto descomunal.
  O elfo sentia sua pele clara e levemente neon queimar como as chamas do mais profundo tártaro, medo preenchia seu coração ao mesmo tempo em que mariposas pareciam encher o interior de seu estômago.
  Num rápido gesto ele vira de costas para a fera mal intencionada e se joga contra o emaranhado de galhos, quebrando e empurrando na busca de fugir dali o mais rápido possível, enquanto logo atrás o barulho atordoante das raízes e troncos sendo arrancados pelas mãos do minotauro chegassem cada vez mais perto.
  Quando os galhos chegam ao fim o pequeno elemental quebra os últimos finos pedaços de madeira, se desequilibrado da beira de um barranco e rolando alguns metros para baixo por entre rochas e corais coloridos.
  Ao atingir o chão úmido com a lateral de sua face, ele olha para cima na direção do estrondo causado pelo poderoso touro que com seu par de chifres compridos e grossos como troncos de árvores abrira caminho bruscamente. O par de olhos castanhos, de pupilas em formato de 8 deitado, avista o elfo encurralado na cratera logo a baixo.
  Com um sorriso convencido, ele se maravilha ao ver que no ar pouco a cima da ponta afiada de seus altos chifres litros e mais litros de água flutuam em movimentos dançantes, com peixes nadando suspensos, parecendo estarem voando, e bolhas se fundindo umas com as outras.
  A mesma paisagem também encanta o elfo, aquela sem dúvidas era a Lagoa Etérea, onde graças aos radiantes cogumelos mágicos que a rodeavam toda sua água pairava a cima do solo, juntamente com libélulas transportadores de pólen dourado que por entre as massas d'água voavam sem parar.
  O perfume dos fungos a sua volta faziam tudo aquilo parecer como provar do pedaço mais puro do paraíso, acalmando o até então confuso e aflito humanóide de cabelos verdes perseguido pelo encantado minotauro, que com seus cascos desajeitados descia o barranco lentamente em sua direção.