Capítulo 46

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Hogsmeade quase não mudou nos cinquenta anos desde que Harry esteve lá pela última vez...e essa afirmação soou estranha, mesmo na relativa privacidade de seus próprios pensamentos.

Dedosdemel estava crescendo como sempre, e o Três Vassouras tinha uma vassoura extra. Havia, naturalmente, algumas diferenças. Zonkoes havia se tornado ainda mais popular, com grandes mudanças na qualidade de seu estoque, e a Casa dos Gritos era nova. Bem, o barraco não era novo. A parte dos Gritos foi. Harry sorriu levemente.

Remus e Sirius estavam presenteando-o com histórias de seus tempos escolares, e consequentemente de seus pais, através de cartas por muitas semanas.

Foi bom passar um tempo com Rony e Hermione novamente, relaxando. Embora Harry pudesse ter gostado da companhia de Tom (ok, então não havia 'pudesse' sobre isso, se Harry quisesse ser brutalmente honesto consigo mesmo, e ele particularmente não queria ser), seria um exagero dizer que a presença de Tom era relaxante. Foi mais uma intensa série de eventos, mesmo quando ambos estavam em repouso, cheios de desafios e perigos.

Parecia pior quando ele colocava dessa forma.

Harry estava pensando em Tom novamente. Ele deveria estar evitando esse assunto e aquele idiota irritante por um dia inteiro! 

Hogsmeade estava ocupada e movimentada quando eles chegaram lá, o time de Quadribol surgindo em um movimento coletivo para puxá-los na direção do Três Vassouras para comemorar com cervejas amanteigadas.

Rony estava tão vermelho quanto seu cabelo com as provocações de Fred e Jorge, embora se Harry identificasse as emoções de seu melhor amigo corretamente, e ele melhorou muito nisso desde que começou a passar tempo com T...ele, também havia um leve toque de orgulho entrelaçado com a frustração indignada na voz do ruivo quando ele ameaçou azarar seus irmãos gêmeos. Hermione estava resmungando e balançando a cabeça, incapaz de esconder seu sorriso carinhoso crescente.

A vida era boa, e sua raiva do confronto que Harry teve naquela manhã estava se esvaindo.

Por mais que tentasse, ele não podia deixar de revisitar aquela conversa em sua mente. Tom não parecia magoado, mas...se Tom chegasse perto de tal emoção, o olhar em seu rosto depois daquela conversa resumiria exatamente. Harry teria uma situação infernal esperando por ele quando voltasse, presumindo que Tom falasse com ele. Quando Tom lhe disse para recuar, Harry o ignorou. Seria razoável que Tom tivesse a mesma reação.

Ele saiu de seus pensamentos ao som de Fred e Jorge soltando fogos de artifício, o que despertou a ira de Madame Rosmerta que enxotou os gêmeos Weasleys para fora do bar em meio ao riso geral, enquanto ambos faziam símbolos de "eu te amo" para seu irmãozinho, sorrindo perversamente e contando algumas piadas relacionadas ao quadribol. Foi um pandemônio.

Harry sentira muita falta disso.

Depois do Três Vassouras, ele, Rony e Hermione se separaram do resto do time de Quadribol para sair vagando.

Livre da bolha protetora de seus amigos grifinórios, Harry percebeu os olhares dirigidos a ele, a hostilidade. Sua mente forneceu a razão para isso imediatamente, o artigo do Profeta. Provavelmente todos pensaram que ele era um Comensal da Morte, um novo Lorde das Trevas. Idiotas.

Tom e os Sonserinos entraram no Três Vassouras quando eles estavam saindo, mas além do olhar intensamente questionador de Zevi entre ele e o jovem Lorde das Trevas, não houve comunicação. Como previsto, Tom o ignorou completamente. Bastardo imaturo. Ele só estava fazendo isso para ser deliberadamente irritante...não, isso não era um comentário hipócrita.

Eles foram dar uma olhada na Zonkoes, para o desgosto resignado de Hermione, antes de acalmá-la com uma ida à livraria. Foi aí que Harry teve a ideia. Auras e Níveis de Poder. Ele encontrou outro livro sobre o assunto, de aparência mais sombria, no fundo da loja, espremido entre um livro sobre Proteção e outro sobre Manipulação de Magia. Harry achou o título deste último bastante ameaçador em sua sugestão...mesmo que não tivesse nada a ver com Auras e Níveis de Poder.

Então, ele o folheou enquanto Hermione dava uma olhada nas outras prateleiras. Rony estava lendo uma cópia de uma biografia dos Chudley Cannons, parecendo apenas um pouco acima do nível de 'entediado'.

Sabendo que Hermione poderia demorar um pouco, Harry olhou em volta timidamente a cada poucos minutos, mas continuou lendo.

Aparentemente, auras e níveis de poder era algo muito significativo para assuntos como Aritmancia e, eventualmente, a própria invenção de feitiços. Harry presumiu que era por isso que, um livro potencialmente sombrio, estava aqui quando as pessoas estavam em pânico de serem rotuladas como Bruxos das Trevas.

Além disso, oh, ele pensou que tinha encontrado a resposta.

Em relação ao nível de poder individual de uma pessoa, só se pode usar magia de controle em alguém cujo nível de poder seja menor, caso o objetivo seja ter sucesso nessa ação. Se o destinatário da magia em questão tiver um nível de poder igual ou superior ao do lançador, torna-se difícil lançar o feitiço com sucesso sem a permissão, pois a força maior dominaria a menor ou duas forças iguais travariam eternamente uma luta até o feitiço ser retirado ou permitido. Isso pode variar dentro das diferentes auras de uma pessoa...

Harry parou de ler.

Então, o que isso significa? Ele estava no mesmo nível de poder que Tom? Impossível. Harry não inventou feitiços e proteções como Tom fez e Tom era apenas...bem, ele era Tom. E ainda...se fosse verdade, por que Tom estava apontando para ele esse conhecimento? Foi um reconhecimento? E se foi um reconhecimento, foi apenas porque Tom agora estava sendo forçado a reconhecê-lo por precisar de sua permissão? Provavelmente. Tom não tendia a reconhecer coisas das quais não gostava, a menos que fosse necessário.

Harry enfiou o livro de volta na prateleira, imaginando se o pensamento disso iria subir à sua cabeça em um ataque de arrogância. Ele esperava que não.

Harry caminhou de volta para a frente da loja, tentando parecer indiferente.

- Finalmente.- Rony murmurou.- Eu pensei que você ia se transformar na Hermione...não que haja algo de errado com Hermione.- o ruivo acrescentou, olhando nervosamente para sua outra melhor amiga, onde ela estava lendo a sinopse de algum livro enorme. Felizmente, Hermione parecia muito absorvida pelo conteúdo para ter ouvido o comentário.

Rony relaxou novamente, fazendo com que os lábios de Harry se contraíssem levemente em diversão.

- Hermione.- Rony chamou, mais alto dessa vez, fazendo com que a menina olhasse para eles.- Você está pronta para ir? Estamos aqui há séculos.

- Só se passaram dez minutos, Ronald.- Hermione bufou, mas ela colocou o livro de volta no lugar. Harry viu Rony se aproximar ligeiramente para ver qual era o título, e ergueu as sobrancelhas. Rony percebeu sua expressão e corou.

- Idéias de presentes de Natal.- ele murmurou. Harry sorriu.

Os três saíram da livraria em direção a Dedosdemel; eles pretendiam fazer um piquenique nos arredores da aldeia, com vista para a Casa dos Gritos. Depois do terceiro ano, nenhum deles tinha mais medo dela.

Eles tinham acabado de sair da loja, os braços carregados com sacolas de guloseimas, incluindo seus mini pacotes favoritos de torta de melaço, quando o mundo explodiu.

Hogsmeade estava sob ataque.

Harry já havia mencionado que o destino o odiava?

O Favorito do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora