- Meu Deus! Onde diabos vocês dois estiveram?
Harry deveria saber que ele e Tom não poderiam simplesmente voltar e ir para a Sala Comunal, não, isso era pedir demais.
Os olhos de Tom estavam escuros enquanto ele examinava o corpo docente na frente deles.
- Bem?- McGonagall exigiu. Seus olhos estavam iluminados de preocupação.
- Realmente, Minerva, o que você espera do Sr. Potter? Quando ele já se importou com alguém além de si mesmo.- Snape zombou.
- Severus, chega!- sua chefe de casa, retrucou. McGonagall ainda era sua chefe de casa, quando ele dormiu na Sonserina? Sim. Ela era. Afinal, a alternativa teria sido o morcego gorduroso e essa não era uma opção com a qual ele estava disposto a ir.- Sr. Potter, Sr. Riddle?- ela estava olhando para os dois com uma leve suspeita.
Eles ficaram em silêncio.
- Rapazes? Por que vocês não estavam no banquete?- o tom de voz terrivelmente preocupado de Dumbledore fez seus punhos cerrarem. Seu falso cuidado.
- Surpreendentemente,- Harry começou a responder, rispidamente- Eu realmente não estava com vontade de ficar sentado bebendo suco de abóbora no aniversário do assassinato dos meus pais. Chocante, eu sei, mas...- ele parou, friamente.
Se Harry não conhecesse Tom muito bem, ou não tivesse uma certa conexão com ele, não teria captado o leve lampejo de algo que surgiu nos lábios do outro por um momento.
Não era um sorriso malicioso, mas...havia uma pitada de presunção divertida ali, entre outras emoções. Desapareceu em menos de um segundo, deixando apenas a máscara normal e ilegível.
McGonagall parecia horrorizada, seu rosto ficando branco como a neve. Snape parecia chocado, seus olhos negros, incertos. Harry desviou o olhar, sentindo-se desconfortável.
- Você foi para Godric's Hollow?- Dumbledore perguntou, astutamente.- Com ele?
- Há algum problema com o fato de ele ter ido comigo?- Tom questionou, friamente. Harry podia sentir o aborrecimento quase imperceptível sob suas palavras.
- Você é Voldemort.- Dumbledore disse, cruelmente. A magia de Harry começou a estalar.
- Ele é um maldito adolescente, sua cabra velha!- ele rosnou. Os olhos de Tom dispararam para seu rosto. Ele podia sentir o peso do escrutínio quase como uma pressão física, sondando direto em sua alma.
- Isso não o torna inocente.- o diretor disse, calmamente. Ele parecia triste, com pena, e Salazar isso realmente o incomodou.
- Isso significa que ele não é responsável por todas as merdas que aconteceram nos últimos cinquenta anos, já que nem aconteceu com ele ainda.- retrucou.
- Você está defendendo ele?- McGonagall perguntou, incrédula. Ele olhou para ela, sem rodeios.
- Sim, eu estou.- o fato dele estar defendendo Tom, no Halloween, pairava pesadamente no ar.
Finalmente, eles conseguiram partir.
Tom ficou surpreendentemente quieto na Sala Comunal, quase subjugado. O Lembrol estava vermelho fumegante em suas mãos.
- O que você acha que isto significa?- Harry perguntou, desviando os olhos do fogo por um momento. Tom olhou para ele, depois para o orbe novamente.
- Você já descobriu por que você tem um Lembrol?- ele perguntou em troca.- Quem te deu?
- Não.- Harry balançou a cabeça.- Você tem alguma idéia?- Tom estudou a bola, girando-a preguiçosamente entre seus dedos longos e finos.
- Lembrols têm dois propósitos.- ele começou, soando como se estivesse entrando em modo de palestra.- O mais comum, e o mais conhecido, é que a fumaça fica vermelha quando você esquece alguma coisa.
- E o outro?- Harry perguntou. Tom o olhou novamente, seus olhos afiados. Havia uma expressão estranha à espreita ali, sombreada e escondida atrás do olhar onisciente.
- Dizem que os Lembrols podem guardar memórias...segredos que as pessoas esqueceram.
- Como se eles tivessem sido esquecidos?
- Sim.- disse Tom.
- Então você acha que ele guarda as memórias esquecidas de Voldemort?- Harry questionou. Um arrepio de inquietação percorreu sua espinha. Algo o atingiu de repente, e ele percebeu o que o estava deixando inquieto.- Espere! eu tenho um, e está sempre vermelho...- ele parou por um momento. A cabeça de Tom se inclinou ligeiramente.- Isso significa que minha memória foi apagada?
- Você está muito ansioso para pensar o melhor de mim, Harry.- Tom disse calmamente.
- Isso é sobre o que eu disse antes?- ele perguntou.- Para Dumbledore? Porque suas súbitas mudanças de assuntos estão me deixando tonto.- Tom sorriu, ligeiramente, antes que se tornasse sério.
- Você honestamente não pensa em mim como Voldemort?
Harry se sentia desconfortável agora, tendo essa conversa, no Halloween.
- Não. Você é Tom Riddle.
- Você é um idiota.- Tom disse, suavemente. Harry rangeu os dentes.
- Obrigado. Nem todos podemos ser gênios.- ele se levantou, irritado agora. Tom se levantou também.
- Por mais...lisonjeiro que seja o seu otimismo em mim.- Tom começou.- Você está trilhando um caminho perigosamente próximo da negação.
- O que isso deveria significar?- ele demandou.
- Tom Marvolo Riddle. Eu sou Lorde Voldemort.
Harry cruzou os braços.
- Sim, eu já sei tudo sobre esse anagrama.- ele disse, firmemente. Fingindo um bocejo.- E eu acho que vou tirar uma soneca...- uma mão se fechou em torno de seu braço.
- Harry.- Tom disse, parecendo um pouco divertido.
- O que?- Harry ficou tenso, tentando puxar o braço para longe. O olhar de Tom era intenso.
- Não.- o Sonserino disse, finalmente.- Não pense tão bem de mim, pelo menos não em termos de bondade, porque eu não sou essa pessoa. Eu não me importo com as pessoas. Quanto mais cedo você perceber isso, menos provável será que suas esperanças sejam esmagadas.- o aperto o soltou.
- Então, basicamente, eu deveria desistir da ideia de que você não é nada além de um idiota malvado e psicótico?- Harry perguntou, categoricamente.- Como chegamos a este tópico?
- Não, estou lhe dizendo para não esperar um milagre.
- Eu não estou.
- Está bem então.
- Sim, está. Também não é como se milagres não acontecessem.- retrucou.
- Oh?- Tom arqueou as sobrancelhas.- Quando um milagre aconteceu?
- Bem...- Harry deu de ombros.- É Halloween e ninguém tentou me matar. Eu diria que isso foi muito milagroso.- ele se virou e saiu antes que Tom pudesse responder.
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O Favorito do Destino
FantasiaExistem muitas histórias em que Harry volta ao tempo de Tom Riddle, então fica ou é mandado de volta. E esse é o fim. A menos que ele tente mudar Voldemort. Mas e se as coisas fossem diferentes? E se, apenas uma vez, alguém seguisse um viajante do t...