Capítulo 16

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O coração de Harry pareceu parar por um momento, gelando de horror. Não, não!

Os Dursleys não podiam estar aqui...eles simplesmente não podiam. Estava errado! Hogwarts era sua casa, seu santuário. E agora eles estavam aqui. Com Tom. Ele se sentiu doente.

- GAROTO!

Harry se encolheu por dentro ao ver seu tio correndo em sua direção como um touro furioso; rosto vermelho e corpulento. Sua figura volumosa e violenta parecia pequena para a sala.

Harry sentiu seus ombros ficarem tensos em preocupação, sentiu seu coração bater um pouco mais rápido. Externamente, ele permaneceu calmo, apenas mudando seu peso um pouco para que pudesse se mover facilmente para trás se a situação exigisse. Tom tinha uma expressão ilegível no rosto. Harry não se incomodou em forçar um sorriso.

- O que você esta fazendo aqui?- ele exigiu, automaticamente, sem realmente pensar nisso. Aqueles olhinhos de porquinho se estreitaram.

- Por que você, seu pequeno...

- Você é Válter Dursley.- Tom interrompeu. Seu tio parou no meio do discurso, olhando para Tom.

- Quem diabos é você?- ele cuspiu, antes de balançar a cabeça com desdém.- Aberração, pegue suas coisas.

Com licença?

- Por que?- ele perguntou, cautelosamente.

- Não me questione garoto. Apenas faça o que eu mando!- Válter rosnou. Duda e Petúnia pararam hesitantes ao lado dele. Agora Harry realmente se sentia enjoado.

- Por que vocês estão aqui?- ele questionou, firmemente, as consequências que se danem. Uma veia se contraiu na testa de seu tio.

- Não faça perguntas. Faça o que eu disse, seu pequeno idiota.

A magia de Tom estava começando a estalar, perigosamente. Válter parecia alheio. Duda lançou-lhe um sorriso presunçoso. Petúnia sozinha observava Tom com medo em seus olhos.

- Duda, espere lá fora.- ela disse, suavemente.- Válter, docinho, talvez devêssemos levar essa discussão para outro lugar...você conhece o tipo deles.

Docinho? Harry não precisava saber desse apelido...

- O tipo deles?- Abraxas repetiu, friamente, olhando seus parentes como se fossem pequenos insetos presos sob um microscópio.

- Aberrações.- Tom esclareceu com um sorriso. O sorriso era alarmante, enganosamente agradável em seu semblante e totalmente arrepiante. Aqueles olhos afiados perfuraram sua expressão, inquisitivamente.- Harry, por que você não...nos apresenta corretamente?

Porcaria.

- Uh.- Harry balançou a cabeça.- Mais tarde.- ele se levantou, rapidamente, seus músculos rígidos.- Crise familiar...hum...acho que devemos levar isso para fora.- Seu estômago se agitou em ondas selvagens. Tom mal precisava de outro motivo para alimentar seu ódio pelos trouxas.

Petúnia olhou para ele, sua mandíbula apertada com a tensão e seu nariz queimando com repulsa na presença de tantos bruxos.

- Não me diga o que fazer, garoto, eu já tive o suficiente dessa bobagem bizarra, pegue suas coisas e vamos.

Todo mundo estava olhando para ele, Harry podia sentir seus olhares formigando em sua pele como fogo. Isso foi um pesadelo. O que diabos estava acontecendo?

Os dedos de Tom se curvaram com força ao redor de seu pulso, impedindo-o de se afastar.

- Sente-se, Harry.- sua voz era baixa, dominante e fria como nitrogênio líquido. Válter se inflamou, agarrando seu braço rudemente e tentando puxá-lo para longe do herdeiro da Sonserina.

- Ele é meu sobrinho. Eu posso fazer o que diabos eu quiser com ele. Você não tem o direito de interferir na minha família, garoto.

Tom arqueou as sobrancelhas, seus lábios se transformando em um sorriso de escárnio.

- Então saia deste castelo e não interfira com a minha.- disse ele, sua voz calma em comparação com a torrente furiosa de sua magia. Harry olhou para Tom sem mover a cabeça. Com a minha? Huh? A família de Tom estava morta...ele era órfão, ambos eram. Válter parecia compartilhar sua confusão.

- Eu não toquei na sua família esquisita.- ele latiu. Os olhos de Tom foram para os dedos gorduchos de Válter, ainda presos ao redor do braço de Harry e depois de volta para o rosto do Dursley mais velho. Válter balbuciou.- A família dele está morta...você não pode ser um deles. Aquele Vold-não-sei-oque os matou.

Em qualquer outro momento, ouvir alguém chamando Voldemort de Vold-não-sei-oque na frente de Tom teria sido cômico. Agora, Harry se sentia muito mal para rir. Isso não deveria acontecer. Os dedos gordos em seu braço apertaram mais forte, fazendo-o estremecer involuntariamente. Isso deixaria uma marca.

Tom se levantou também. Harry não pôde deixar de notar que o Sonserino era pelo menos um centímetro mais alto que seu tio. No movimento de seu líder, Abraxas, Zevi, Alphard e Lestrange também se levantaram, suas varinhas em punho.

A mente de Harry lhe ofereceu vários palavrões cruéis. Comensais da morte originais e uma família de trouxas que odeia magia, não é uma boa combinação.

- Tom...- ele avisou, baixinho, com os dentes cerrados. Tom nem olhou para ele.

- Por quanto tempo você planeja protegê-los?- o sonserino perguntou em vez disso, seus olhos nunca deixando as feições do homem mais velho.- Eles tratam você pior do que os trouxas já me trataram.

- Eles são da família.- ele protestou, sem saber ao certo por que estava defendendo os Dursleys. Tom pareceu perceber isso, mas não disse nada. Válter os observava sem entender.

- Você não é da família, aberração.- Duda aproveitou o silêncio tenso para falar imprudentemente. O olhar de Tom foi para o menino.

Harry reprimiu um estremecimento. Ele os odiava, os detestava, sabia que o sentimento era mútuo. Mas mesmo depois de todos esses anos, esse comentário nunca parou de doer. Surpreendentemente, não foi o temperamento de Tom que explodiu primeiro, mas o de Zevi.

- Chame-o de aberração mais uma vez e eu juro por Deus que vou te matar.

Os olhos de Harry se arregalaram. Com sua magia crepitando, ele se livrou de ambos os braços que o seguravam; Tom e tio...não, não tio. Válter. Ele girou para ficar entre eles.

- Ninguém está matando ninguém.- ele sussurrou, olhando para todos. Ele olhou diretamente para sua tia.- Eu acho que vocês deveriam sair.- Harry disse calmamente.

- Depois de todos os problemas que você nos deu?- Válter explodiu.- Acho que não. Não queremos mais. O velho disse que se o hospedássemos por mais uma semana, nunca mais teríamos que vê-lo novamente.

Agora ele soava triunfante. O velho...Dumbledore. A dor passou por Harry; dor e fúria. Ele olhou para a mesa dos professores. Então era por isso que ninguém, aluno ou professor, estava intervindo. Mas qual era o propósito por trás de tudo isso?

Dumbledore se levantou, seus olhos brilhando e um pequeno sorriso no rosto.

- Acho que houve um mal-entendido terrível aqui.- o brilho desapareceu.- Sr. e Sra. Dursley, Harry, meu garoto, se eu pudesse falar com todos vocês por um momento?

Houve um silêncio mortal.

A expressão de Tom estava vazia, seus olhos cheios de raiva.

- Se você pudesse apenas se sentar Sr. Riddle.- Dumbledore continuou.

Um sorriso enfeitou o rosto do futuro Lorde das Trevas.

- Por que você não me obriga?

As coisas foram muito rápidas a partir daí.

O Favorito do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora