Sirius podia sentir suas emoções rolando como um navio em uma tempestade em sua mente e coração; grandes vendavais de confusão e raiva, e um desamparo que ele não sentia desde a noite do Halloween de 1980.
Ele olhou para a figura em retirada, sem palavras, antes de seguir atrás dele, suas pernas bambas como geleia. A dor envolveu seu coração.
Sirius estava lá por Harry! Ele ajudaria seu afilhado com qualquer coisa sempre que Harry pedisse...mas Harry não pediu a ele. Ele pediu a Tom.
Foi só porque ele não podia deixar o garoto de olhos esmeralda perceber isso que seus ombros não caíram com o peso do desânimo e do desespero.
Ele estava livre, não estava? Mas ele não era livre para fazer o que quisesse. Sirius estava amarrado para manter distância e ficar de lado sempre que aquele bastardo ordenasse. Ele não conseguia livrar Harry do herdeiro da Sonserina.
Sirius estava...impotente.
Harry olhou entre os dois quando eles o alcançaram; sem dúvida se perguntando sobre o que diabos eles poderiam ter conversado. Seu afilhado ergueu duas sobrancelhas exigentes quando nenhum deles falou.
- Seu precioso padrinho estava apenas tentando me persuadir a remover suas concessões e transferir o pagamento para ele mesmo.- Tom disse, sem perder o ritmo. A mandíbula de Harry apertou e Riddle sorriu preguiçosamente.- Relaxa herói, eu recusei.
Sirius mal podia acreditar na fluidez com que as mentiras rolavam da língua do adolescente, mas Harry não estava observando Tom agora, ele estava olhando para Sirius, olhos escuros.
- Você está mentindo.- Harry afirmou, com uma nota de fúria, voltando sua atenção para Riddle novamente.
O jovem Lorde das Trevas deu de ombros elegantemente.
- Então me processe, ele realmente me vendeu sua alma em seu nome. Importa-se de comprá-la de volta?- Riddle questionou, com um sorriso malicioso. Os punhos de Harry se fecharam e ele sibilou alguma coisa.
Sirius resistiu ao impulso de recuar diante de uma exibição tão flagrante de um talento tradicionalmente sombrio: seu afilhado não era mau!
O sorriso de Riddle não mudou, exceto que oscilou, de alguma forma, que ele não conseguiu identificar enquanto sibilava algo de volta.
Era bizarro pensar em si mesmo como inexistente, por mais arrogante que pareça, Sirius sempre chamou a atenção quando estava por perto, mas por um momento parecia que era exatamente isso que ele havia se tornado, inexistente, conforme o mundo se estreitava em torno de Harry e Riddle com uma intensidade que o fez sentir como se estivesse se intrometendo.
Sirius engoliu em seco, antes de sorrir alegremente porque hoje foi um dia tão feliz, não foi? Ele apertou o ombro de Harry, puxando-o para um abraço.
- É melhor eu deixar você ir para as aulas. Vou escrever em breve, e sinta-se à vontade para me chamar nos espelhos a qualquer hora.- disse ele, encontrando o olhar de Harry, imaginando se seu desespero era visível.
Chame-me nos espelhos. Por favor, me chame nos espelhos. Deixe-me estar lá para você.
Harry sorriu de volta com uma perceptividade confusa cada vez mais dolorosa que falava que seu afilhado havia captado suas emoções com bastante facilidade, mas não tinha ideia do que ele queria dizer com elas.
Sirius encontrou o olhar de Riddle por um momento, e estava distraidamente ciente do que tinha sido aquela oscilação no sorriso. Com ele, todas as expressões do sonserino, incluindo os sorrisos, eram duros e frios...com Harry eram apenas um pouquinho mais suaves. Havia crueldade ali, oh sim, Riddle estava cheio de crueldade e charme sedutor, mas também havia algo com Harry que em qualquer outra pessoa poderia ser chamado de carinho.
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O Favorito do Destino
FantasíaExistem muitas histórias em que Harry volta ao tempo de Tom Riddle, então fica ou é mandado de volta. E esse é o fim. A menos que ele tente mudar Voldemort. Mas e se as coisas fossem diferentes? E se, apenas uma vez, alguém seguisse um viajante do t...