traitor

Capítulo Onze

So are you gonna die today or make it out alive?
You gotta conquer the monster in your head and then you'll fly
Fly, phoenix, fly
It's time for a new empire
Go, bury your demons then tear down the ceiling
Phoenix, fly

Lan XiChen não estava presente quando os trigêmeos foram informados que ele daria aula com eles. Era algo que ele considerava enquanto positivo porque sabia que as reações não seriam boas. Ainda assim, como Nie Huaisang mesmo disse, aquela era uma ordem de Nie MingJue. Eles podiam não gostar, mas teriam que lidar com o fato de que ele estaria lá. XiChen não gostaria de se impor, mas ele realmente acreditava que as crianças poderiam ter bom proveito de alguns dos ensinamentos de Gusu. Ele poderia oferecer algo bom para variar. Sendo assim, não pretendia abrir mão disso.

Um dia antes da primeira aula, o ômega se convenceu do fato de que não poderia evitar o contato, por mais que quisesse. Eles dariam aulas juntos, os quatro. Eles precisavam ter o mínimo de conversa se quisessem que a aula fluísse. Somente a ideia de ter que falar qualquer coisa com eles fazia a espinha de XiChen gelar e todos os seus instintos diziam para fugir, mas esse era o preço que ele precisava pagar se quisesse fazer aquilo dar certo.

Desse modo, com uma respirada funda de coragem, ele saiu da biblioteca naquele dia marchando para tentar encontrar onde eles estariam. Os três estavam quase sempre juntos então se encontrasse um provavelmente encontraria os outros dois também. Eles não precisavam fazer aquilo durar mais do que qualquer um deles gostaria, só precisariam conversar o suficiente para decidirem o básico.

Com isso em mente, ele passeou pela Fortaleza, perguntando aqui e ali para os criados que pareciam ter as feições mais amigáveis onde eles poderiam estar até finalmente achá-los em uma das salas de descanso. A porta estava entreaberta e lá dentro ele pode ver Nie YiXiu sentada limpando seu sabre em uma das poltronas enquanto os dois gêmeos idênticos estavam sentados em um sofá, um silenciosamente lendo um pergaminho e o outro brincando com uma bolinha avermelhada.

Eles pareciam pacíficos e muito confortáveis um com o outro. Repentinamente, XiChen perdeu a coragem. Ainda dava tempo de simplesmente se virar e ir embora. Ainda assim, ele encheu seu peito de ar e entrou na sala, fazendo os três se virarem para encará-lo quase que ao mesmo tempo.

— Olá. — Ele disse, a voz muito menor do que gostaria enquanto fazia um arco completo para os três. — Eu acredito que temos que conversar. Amanhã é minha primeira aula com vocês, como já devem saber e nós precisamos discutir como vai ser para... eu sei que não vai ser fácil, mas precisamos ao menos coexistir para fazer isso dar certo.

As palavras saltaram da sua boca, um pouco atropeladas, um pouco mais baixo do que ele gostaria, mas, ao menos, ele tinha forçado para que elas saíssem o que era muito melhor do que sua vontade inicial de fugir. Essa vontade, no entanto, não havia desaparecido e só aumentava conforme os irmãos nada responderam, apenas o encararam com olhos afiados. O silêncio foi sufocante para XiChen que não podia deixar de se sentir intimidado.

Aquele silêncio congelante e imóvel durou alguns segundos, todos eles simplesmente ali parados. Nie YiXiu foi a primeira a se mover. No entanto, ela simplesmente colocou seu sabre no molde atrás das costas que carregava com ela, se levantou e saiu do cômodo, seguida pelos seus irmãos.

Eles não falaram nada. Simplesmente saíram, deixando Lan XiChen para trás como se ele não fosse digno sequer de uma palavra.

O ômega, que já estava trêmulo, caiu sentado em uma das cadeiras, massageando a própria testa que estava começando a latejar. Se eles não pudessem conversar como é que eles fariam aquilo dar certo? Como ele faria aquilo dar certo?