Capítulo Dezessete

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And if I really listen
I hear you in the distance
Baby all we got left of us
Are echoes of love
Echoes of love

Não demorou muito para que a segunda carta de Lan WangJi chegasse. Assim como foi com a primeira, no momento em que XiChen soube de sua existência, ele correu para alcançá-la. Antes mesmo de chegar ao quarto, já estava abrindo o selo. Mais uma vez, ele esperava uma carta longa e recebeu uma curta. Com o coração acelerado, o ômega percebeu que a segunda carta se diferia pouquíssimo da primeira. De novo, a carta insistia que ele deveria visitar o Recanto das Nuvens o mais breve possível. Ao final, WangJi contou que mandou uma segunda petição para Nie MingJue e XiChen percebeu, pela maneira como a caligrafia do seu irmão estava posta, que ele devia estar irritado com a primeira recusa do seu marido.

A aflição que antes existia no coração do ômega ganhou ainda mais espaço. Lan WangJi precisava dele e, claramente, não podia ser falado por carta quando o risco de alguém em Qinghe ler era grande. Não fazia muito tempo desde que WangJi havia se tornado líder do clã e aquela era uma posição difícil. XiChen sabia que havia chances do seu caçula precisar dele e, quando finalmente aconteceu, ele não estava ao seu lado para prestar o devido auxílio.

Uma segunda petição para Nie MingJue poderia convencê-lo. Afinal, WangJi era o Líder da Seita Lan e estava mostrando que era algo importante para ele. Uma segunda negação poderia causar atritos diplomáticos com o seu irmão algo que nenhum dos clãs gostaria, especialmente quando ambos ainda estavam em processo de recuperação após a guerra.

O ômega se levantou disposto a ir, novamente, ao escritório do seu marido quando Nie MingJue entrou no quarto. O alfa imediatamente encarou a carta que ainda estava nas mãos de XiChen e soltou um bufo. Ele parecia cansado antes de sacudir a cabeça:

— A resposta ainda é não. Fale para o seu irmão parar de me mandar isso.

Os ombros de XiChen caíram de uma vez enquanto o sentimento de impotência tomava conta do seu coração. O que ele poderia fazer? Ele havia aceitado deixar que MingJue fosse o seu carcereiro e que Qinghe fosse sua prisão. Se havia uma negação, nenhuma ação de XiChen poderia impedir isso. Ele não conseguia entender, no entanto, a razão de uma negação tão enfática quando o que WangJi estava pedindo não era muito.

— Por quê? — A pergunta rasgou sua garganta, sua voz saindo com um pouco da aflição que ele sentia dentro de si. — Não preciso ficar muito tempo. Mande guardas comigo, se teme que, de alguma forma, eu não volte.

— É muito cedo, XiChen. Nosso casamento ainda é muito recente.

XiChen suspirou, frustrado, impotente. O que ele poderia fazer para ter a permissão? Da primeira vez, ele havia tentado todas as possibilidades: havia tentado pedir, havia tentado usar a razão lógica, havia tentado barganhar e nada havia funcionado. Não tinha restado nada para que ele tentasse naquele momento, além do seu intenso desejo de saber o que estava acontecendo com o seu irmão.

— Eu não preciso nem mesmo passar a noite lá. Posso ir, ficar e voltar no mesmo dia. — O ômega tentou olhando diretamente para o marido que estava encarando a parede. — Posso ir com os guardas que mais me detestam para que todos saibam que eles não vão me deixar sair da linha. Posso ir até com os trigêmeos! Fico algumas horas e volto no mesmo dia, chego aqui pela manhã.

XiChen.

— Por favor! — Ele implorou. Era sua última opção, ele não tinha mais nada. — Por favor, MingJue! Eu não sei o que está acontecendo, tudo que eu quero é ver o meu irmão e ajudá-lo de alguma maneira. Você tem todo o direito de não acreditar em mim, mas acredite no meu irmão. Ele lutou ao seu lado, ele venceu com você. Você acha que ele seria desonesto em me pedir para ir? Por favor. Eu irei nos termos que você decidir, farei o que você quer se você apenas me permitir isso.

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