LVII

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HL 💸

   Nem contei pra Lara sobre o que aconteceu com o Mr, Liz que pediu, porque pode afetar a Hanna. Marco tá possuído pelo cão, porque desde que tô aqui nunca vi ele incorporado desse jeito, sempre foi o mais tranquilo.

   Ouvi o barulho do chuveiro e passei direto pro quarto da Hanna, entrei acendendo a segunda luz e quando cheguei perto do berço ela estava acordada e segurava o brinquedinho que o Guga tinha dado.

- Tu acorda e não avisa? - perguntei passando a mão na barriga dela que soltou o brinquedo tentando pegar minha mão - Papai vai ver a tua situação.

   Na hora que passei minha mão por baixo dela eu senti o melado, comecei a rir da minha própria desgraça, levantei ela devagar e olhei pra onde ela estava vendo a bela cagada que ela deu.

- Porra filha, tu é pequenininha, mas olha o estrago. - falei sentindo o fedor já e sai levando ela pro banheiro - Puta merda, Hanna, né possível.

    Coloquei ela no apoio e comecei a tirar minhas paradas do bolso, tirei minha blusa também e tirei a roupinha dela jogando dentro do box e o que sobrou da fralda na lixeira, peguei ela no colo de novo e fui pro box.

   Liguei o chuveiro no morno, mais pro geladinho do que outra coisa, apoiei ela no meu peito e fui molhando ela com a mão até se acostumar, fui mais pra debaixo d'água deixando cair aos poucos nela que se aninhou no meu colo.

- Tu é safada igual tua mãe. - falei sorrindo - Se deixasse, não queria sair mais do banho.

   Peguei o sabão dela, coloquei um pouco na mão e fui passando nela com o maior cuidado, ela pode estar vem porcento já, mas ainda tenho o maior medo de acontecer algo, ainda mais por minha culpa.

   Tirei ela do meu peito colocando ela de costas pra mim terminando de passar o sabão e fui tirando, passei de leve a mão na cabeça dela que se encolheu todinha me fazendo rir, desliguei o chuveiro e puxei a toalha dela.

   Coloquei só por cima e fiquei ali balançando ela que logo estava dormindo de novo, ouvi a voz da Lara de desespero e depois a risada, pelo visto viu a bela cagada que Hanna deu.

- Amor? -  me chamou e sai do banheiro vendo que ela estava com a toalha enrolada no cabelo - Por que não me chamou?

- Tu tava precisando desse banho e hoje é o meu dia. - falei apontando pro quadro na parede - Tu tem suas paradas para fazer.

- Mesmo assim, podia ter me chamado. - falou e dei de ombros - Vou por essas roupas na máquina e começar a me arrumar.

- Vai lá ficar bem gatinha. - falei dando um beijo nela - Se eu fosse tu, queima todas essas roupas.

- Olha o drama Heitor. - falou pegando tudo, inclusive as roupinhas no box - Vou colocar pra bater e você pendura, pode ser?

- Hoje eu sou o escravo das minhas gatinhas. - falei colocando a Hanna no apoiador - Cadê aquelas fraldas de pano que tu me fez comprar e nunca usou?

- Na gaveta! - ela gritou já no corredor.

   Fui fazendo igualzinho ela me ensinou, coloquei a fralda, um bodyzinho rosa falando que ela era a gatinha do papai e um shortinho também rosa, o tênis da Nike e um boné que mesmo sendo pra ela, ficou grande ainda.

- Minha gatinha toda trajada. - falei beijando a barriguinha dela - Tua mãe morre de inveja que comigo tu fica quieta e com ela fica incorporada.

   Fui pra sala com ela que ficou o tempo todo aninhada no meu colo, coloquei um filme pra eu ver e fiquei deitado lá no sofá com ela em cima de mim, eu só conseguia ouvir a voz da Lara falando as paradas lá que ela precisava.

   Perdi a conta de quantos filmes eu vi, só sei que a Lara parou na frente da televisão de cara fechada e braços cruzados, olhei pra ela balançando a cabeça e começou a bater o pé no chão o que me fez querer rir, mas a cara dela não era nada boa.

- Não fiz nada. - falei e ela riu - O que foi?

- Por que o meu padrinho acabou de postar que "ela vai pagar por ter feito isso contigo Mr"? - perguntou me mostrando o celular - Quem fez o que com o Mr e o que aconteceu?

- Posso deixar nossa filha no quarto? - perguntei me levantando com cuidado.

   Coloquei a Hanna no berço dela e fui pro nosso quarto, ela parou na minha frente do mesmo jeito que parou lá na sala, só que dessa vez com a cara ficando mais queimada que outra coisa.

- Eu não ia te falar por causa da Hanna, porque tu ficando pilhada, complica pro lado dela. - falei apontando pra parede do lado - O médico te explicou isso, mas verdade todo mundo.

- Só fala, Heitor. - pediu cruzando os braços.

- Não sei no que a Bruna tá metida, e o Mr também não teve como contar o que aconteceu. - falei e ela respirou fundo - Mas a Bruna atirou nele, tentou fugir, mas o Marco mandou caçarem ela no morro.

- E cadê o Mr? - perguntou agora segurando a cintura - Me responde, por favor.

- Amor, tu precisa tá preparada pra qualquer coisa. - falei e ela negou rindo - Ele tá em coma, pode ser que o Mr tenha sequela, entende?

- Cadê a Bruna? - perguntou me olhando séria.

- Ninguém sabe, maluca desapareceu, mas tenho certeza que tá aqui no morro. - falei e ela ficou olhando pro nada - Tu sabe onde ela tá?

- Acho que sim. - falou indo pro armário.

- Tu tá doida de achar que vou te deixar ir atrás dela. - falei vendo ela tirar uma pistola do cofre e ver a munição - Tá maluca, Lara?

- Eu deveria ter feito isso antes, mas eu fiquei com pena. - falou trocando a roupa e colocou a pistola nas costas - Não fica no meio HL, não fica.

- Deixa eu pelo menos ir contigo. - falei mandando mensagem pra Paty - Paty tá vindo aqui ver a Hanna.

- Não vou esperar. - falou saindo e olhei pra Hera chamando até a porta da Hanna - Guarda.

   Ensinei a ela de que só eu, Lara, Paty, Liz, Rd e o Jv podem entrar no quarto da Hanna, fora eles mais ninguém. Ouvi a porta da frente bater e fui atrás vendo a Paty no portão assustada, Lara subiu na minha moto e me encarou.

- Me da a chave. - falou e eu subi antes de entregar.

- Qual foi? - Guga perguntou.

- Só segue, o resto fica aí de guarda. - avisei porque todo mundo ficou em alerta - Toca.

   Tive que segurar ela de tanto que acelerou, passou voada pela boca e só vi os irmãos subindo nas motos e vindo atrás, ela foi cortando alguns becos e parou perto de um beco, descemos e ela foi indo devagar por ele até parar num portão.

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