Capítulo 4

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O burburinho se instalou pelo salão e Luke estava com uma aparência perturbada. Caminhei até ele segurando em seu ombro.


-Amor, está tudo bem? -Luke  pousou sua mão por cima da minha e me deu um sorriso tranquilo, mas eu sabia que ele só queria mostrar que tudo ficaria bem.

-Está sim. -Ele assentiu tocando com carinho em meu rosto, e depois se virou para os convidados. -A festa ainda continua, queridos convidados. -Levantou sua taça de champanhe. -Aproveitem o champanhe e mais tarde serviremos o Brandy.


Luke disse somente e saiu do salão sem dizer mais nada e eu corri atrás dele. Antes que eu cruzasse a porta de saída para alcança-lo, Jane segurou o meu braço me fazendo parar.


-Vick, por favor, não deixa o Luke ir atrás de Henry. -Foi uma súplica e eu assenti. -Se eles se enfrentassem seria um desastre. Henry é violento quando quer e eu não quero nem pensar. -Seu olhar estava visivelmente preocupado.

-Isso não vai acontecer Jane, não se preocupa.


Girei em meus calcanhares e tentei alcançar Luke pelos jardins gritando o seu nome, mas eu não o vi. Caminhei em direção da piscina e pude contemplar uma silhueta parada perto à árvore. Era ele com uma mão na cintura e a outra na cabeça.


-Amor? -Quando estava perto o suficiente coloquei minhas mãos em seu ombro lhe chamando a atenção.

-Não consigo entender porque esse crápula apareceu aqui depois de tudo. -Sua voz estava baixa, porém magoada. -Logo no nosso noivado Vick.

-Eu sinto muito Luke, foi.. foi horrível.

-Se ele pensa que vai ficar fazendo joguinhos ele está muito enganado, não vou cair na dele.

-Seu irmão é pior do que eu pensava. -Balancei a cabeça. -Mas pelo amor de Deus Luke, não fica assim. Ele não vai poder te atingir, não mesmo. -Ele riu com ironia maneando a cabeça freneticamente.

-Ele é capaz de tudo Vick, tudo. -Sua afirmação parecia pensativa.

-Quer ir embora? Você precisa descansar.

-Não, não vou dar a Henry o gostinho de ter estragado nosso noivado. Irei para dentro daquele salão e continuamos comemorar o nosso dia. -Sorri satisfeita, eu sabia que Luke iria levantar a cabeça depois da cena do irmão.


De volta à festa, Jane tentou consolar o filho demostrando o seu apoio, mas Luke se mostrou firme e disse que estava tudo bem, que Henry jamais conseguiria derruba-lo.


Luke até estava sorrindo e me chamando para dançarmos e depois disso foi só alegria. Continuamos comemorando como se nada houvesse acontecido.


(...)


Quando voltamos para casa, Luke estava tão pensativo que eu cheguei a imaginar que ainda estava abalado pelo que houve, mas não disse nada. Então tive a ideia de cuidar do meu noivo, assim como eu sempre fazia quando tinha algum problema.


Desfiz a gravata de Luke, sem dizermos uma só palavra, depois comecei a desabotoar sua camisa. Ele já sabia do que se tratava e passou a me ajudar despi-lo sem tirar seus olhos dos meus. Me ajudar me livrar do macaquito, e o guiei para o banho.


A água quente caia em nosso corpo, enquanto Luke e eu permanecemos abraçados. Eu não parava de beijei o seu peito másculo, aquele peito forte de homem que malha, musculoso que deixava qualquer mulher completamente excitada. Tentando lhe passar um pouco de amor que eu sabia muito bem que precisava. 

Seus olhos carentes se conectavam ao meu e eu contornei suas linhas do rosto com carinho.


Seu rosto era tão diferente do irmão.. sua expressão forte com marcas do tempo nem parecia ter menos de 30 anos, porém seus olhos verdes, barba por fazer, cabelos castanhos o deixava com uma aparência bonita e atraente. Já Henry, tinha o rosto angelical, por mais que fosse o demônio que é, não parecia ter um pouco mais de 35. E ainda havia aquele olhar misterioso ao qual eu tive a oportunidade de encarar. Queriam dizer tantas coisas, porém eu não conseguia decifrar nada.


Fiz amor com Luke naquela noite, mais para consola-lo do que para qualquer outra coisa, eu sabia que ele precisava de mim, eu estava lá pra ajudar. Questão de minutos ele pegou no sono e eu permaneci acariciando o seu rosto, até eu ouvi o som do telefone tocar.


Caminhei até a sala vestida em um robe, capturando o telefone me sentando ao sofá.


-Alô!

-Vick? Oi, sou eu. -A voz de Jane ainda parecia aflita do outro lado. -Como Luke está?

-Ele está bem Jane, não se preocupe, está dormindo.

-Ainda não consigo entender o que aconteceu. Tentei ligar para Henry, mas ele se quer atende o telefone. Ele apareceu do nada, com revindicações depois de tanto tempo fora e então some de novo. 


Jane estava magoada, ela esperava que o filho mais velho desse algum tipo de satisfação, conversassem civilizadamente com ela, a tratasse como mãe. Mas pelo visto, isto estava longe de acontecer, levando em conta que ele se interessava mesmo pela empresa, do que por sua família.


-Ele voltou por causa da empresa Jane, é só ela que importa. Eu sinto muito querida, mas o seu filho mais velho só se importa consigo mesmo.

-Não, você está certa. Henry sempre foi assim, egoísta. Talvez eu tenha mimado demais. Ele era meu primeiro filho, eu estava tão empolgada, sempre dando-lhe expectativas para quando se tornasse o sucessor do pai. -Ela começou a chorar baixinho, comentando sobre o seu erro. -Roy nunca quis Henry como seu sucessor, pois ele sempre dizia que ele não era preparado para tal coisa. Meu filho sempre foi mimado e esbanjador demais quando o assunto era dinheiro. Roy tinha medo o que isso poderia causa-lo se tivesse um grande cargo como esse. Ao contrário de Luke que sempre soube ponderar muito bem as coisas.


Eu começava a entender o lado de Henry, comecei a traçar um perfil de adolescente revoltado querendo a qualquer custo mostrar ao pai que era capaz, desesperado para desafia-lo e talvez por isso fez dele quem é hoje.


-Henry não irá descansar enquanto não conseguir Jane, e eu temo o que isso poderá fazer aos dois.

-Eu também temo Vick, temo tanto. -Começou a chorar mais uma vez. -Só não quero que meus dois filhos acabem se matando por conta daquela empresa, eu não iria aguentar.

-Não pensa assim querida, por favor. Não irá acontecer nada. Henry não seria capaz de chegar tão longe e Luke muito menos. Vamos ter fé. -Eu tentava tranquiliza-la, mas a verdade é que nem eu estava tão tranquila assim.

Eu vi o olhar daquele homem, eu vi o que ele era capaz de fazer para conseguir a empresa de volta, e eu tinha receio por isso.



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Henry irá abalar muito o mundo deles, ficam espertos. Ele é articuloso, mas nem tudo que parece ser, de fato pode ser verdade. Ainda tem o lado de Henry que a Vick vai descobrir <3


Queria muito saber a opinião de vocês sobre o que estão achando. Se gostarem, por favor, comentem. Ficarei muito feliz.

Até domingo :)



Eu quero Você I - Ambiciosos (Sem revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora